"Onde nasce Deus, nasce a esperança e floresce a misericórdia"
Cidade do Vaticano (RV) – “Onde
nasce Deus, nasce a esperança, nasce a paz e floresce a misericórdia”. Na
tradicional Mensagem Urbi et Orbi por ocasião do Natal, o Papa Francisco rezou
pela paz. Ao recordar os tantos conflitos em andamentos nas diversas partes do
mundo e as situações que ferem a dignidade humana, pediu: “Ao contemplar o
presepio, fixemos o olhar nos braços abertos de Jesus, que mostram o abraço
misericordioso de Deus, enquanto ouvimos as primeiras expressões do Menino que
nos sussurra: A paz esteja contigo!”.
Diante de milhares de fieis
reunidos na Praça São Pedro e adjacências, o Papa Francisco dirigiu-se “à
cidade e ao mundo” da sacada central da Basílica de São Pedro, para anunciar
que “Cristo nasceu para nós (…) Ele é o “dia” luminoso que surgiu no horizonte
da humanidade. Dia de misericórdia, em que Deus Pai revelou à humanidade a sua
imensa ternura. Dia de luz que dissipa as trevas do medo e da angústia. Dia de
paz, em que se torna possível encontrar-se, dialogar, reconciliar-se. Dia de
alegria: uma «grande alegria» para os pequenos e os humildes, e para todo o
povo”.
O presepio mostra-nos o “sinal”
que Deus nos deu: “um menino envolto em panos e deitado numa manjedoura”. E
“juntamente com os pastores – convidou o Santo Padre - prostremo-nos
diante do Cordeiro, adoremos a Bondade de Deus feita carne e deixemos que
lágrimas de arrependimento inundem os nossos olhos e lavem o nosso coração”:
“Ele, só Ele, nos pode salvar.
Só a Misericórdia de Deus pode libertar a humanidade de tantas formas de mal –
por vezes monstruosas – que o egoísmo gera nela. A graça de Deus pode converter
os corações e suscitar vias de saída em situações humanamente irresolúveis”.
“Onde nasce a paz, já não há
lugar para o ódio e a guerra” – disse o Pontífice - recordando que
“precisamente lá onde veio ao mundo o Filho de Deus feito carne, continuam
tensões e violências, e a paz continua um dom que deve ser invocado e
construído”:
Papa abençoa Roma e o Mundo |
O Papa recordou ainda as vítimas
dos “hediondos atos terroristas, em particular pelos massacres recentes
ocorridos nos céus do Egipto, em Beirute, Paris, Bamaco e Túnis”, pedindo
também consolação e força ao Menino Jesus para os cristãos “perseguidos
em muitas partes do mundo por causa de sua fé. São os mártires de hoje”.
O fortalecimento do diálogo na
República Democrática do Congo, no Burundi e no Sudão do Sul foi ressaltado
pelo Papa, “em prol da edificação de sociedades civis animadas por sincero
espírito de reconciliação e compreensão mútua”.
O Papa referiu-se também à
Ucrânia, pedindo que a verdadeira paz “inspire a vontade de cumprir os acordos
assumidos para se restabelecer a concórdia no país inteiro” e que ilumine os
esforços do povo colombiano, para que “continue empenhado na busca da desejada
paz”.
O Papa recordou também da
existência de “multidões de homens e mulheres que estão privados da sua
dignidade humana e, como o Menino Jesus, sofrem o frio, a pobreza e a rejeição
dos homens”:
“Chegue hoje a nossa
solidariedade aos mais inermes, sobretudo às crianças-soldado, às mulheres que
sofrem violência, às vítimas do tráfico de seres humanos e do narcotráfico”.
O drama das milhares de pessoas
que viajam “em condições desumanas”, arriscando a própria vida em busca
de segurança e de uma esperança foram recordados por Francisco:
“Sejam recompensados com
abundantes bênçãos quantos, indivíduos e Estados, generosamente se esforçam por
socorrer e acolher os numerosos migrantes e refugiados, ajudando-os a construir
um futuro digno para si e seus entes queridos e a integrar-se nas sociedades
que os recebem”.
O Santo Padre também pediu que o
Senhor dê esperança aos desempregados, que são tantos, e sustente “o
compromisso de quantos possuem responsabilidades públicas no campo político e
econômico a fim de darem o seu melhor na busca do bem comum e na protecção da
dignidade de cada vida humana”.
Ao falar da misericordia, o Papa
dirigiu-se aos encarcerados:
“Onde nasce Deus, floresce a
misericórdia. Este é o presente mais precioso que Deus nos dá, especialmente
neste ano jubilar em que somos chamados a descobrir a ternura que o nosso Pai
celeste tem por cada um de nós. O Senhor conceda, particularmente aos
encarcerados, experimentar o seu amor misericordioso que cura as feridas e
vence o mal”.
E assim hoje, juntos, concluiu o
Papa, “exultemos no dia da nossa salvação”, fixando o olhar nos braços abertos
de Jesus no presépio, que nos mostra o abraço misericordioso de Deus” e que proclama:
“A paz esteja contigo!”.
Após o Papa concedeu a todos a
sua Bênção com a Indulgência Plenária na forma prevista pela Igreja.
Ao concluir, Francisco
dirigiu-se a todos os presentes na Praça São Pedro e àqueles que o acompanhavam
pela rádio, televisão e outros meios de comunicação, para desejar as suas mais
cordiais felicitações de Natal:
“É o Natal do Ano Santo da
Misericórdia, por isto desejo a todos que possa acolher na própria vida a
misericórdia de Deus, que Jesus Cristo nos deu, para sermos misericordiosos com
os nossos irmãos. Assim, faremos crescer a paz!”. (JE)
Eis a mensagem na íntegra:
Queridos irmãos e irmãs, feliz
Natal!
Cristo nasceu para nós,
exultemos no dia da nossa salvação! Abramos os nossos corações para receber a
graça deste dia, que é Ele próprio: Jesus é o «dia» luminoso que surgiu no
horizonte da humanidade. Dia de misericórdia, em que Deus Pai revelou à
humanidade a sua imensa ternura. Dia de luz que dissipa as trevas do medo e da
angústia. Dia de paz, em que se torna possível encontrar-se, dialogar,
reconciliar-se. Dia de alegria: uma «grande alegria» para os pequenos e os
humildes, e para todo o povo (cf. Lc 2, 10).
Papa abençoa a multidão de fiéis |
Onde nasce Deus, nasce a
esperança. Onde nasce Deus, nasce a paz. E, onde nasce a paz, já não há lugar
para o ódio e a guerra. E no entanto, precisamente lá onde veio ao mundo o
Filho de Deus feito carne, continuam tensões e violências, e a paz continua um
dom que deve ser invocado e construído. Oxalá israelenses e palestinos retomem
um diálogo direto e cheguem a um acordo que permita a ambos os povos conviverem
em harmonia, superando um conflito que há muito os mantém contrapostos, com
graves repercussões na região inteira.
Praça São Pedro lotada de fiéis |
Aos nossos irmãos, perseguidos
em muitas partes do mundo por causa da sua fé, o Menino Jesus dê consolação e
força.
Paz e concórdia, pedimos para as
queridas populações da República Democrática do Congo, do Burundi e do Sudão do
Sul, a fim de se reforçar, através do diálogo, o compromisso comum em prol da
edificação de sociedades civis animadas por sincero espírito de reconciliação e
compreensão mútua.
Que o Natal traga verdadeira paz
também à Ucrânia, proporcione alívio a quem sofre as consequências do conflito
e inspire a vontade de cumprir os acordos assumidos para se restabelecer a
concórdia no país inteiro.
Que a alegria deste dia ilumine
os esforços do povo colombiano, para que, animado pela esperança, continue
empenhado na busca da desejada paz.
Onde nasce Deus, nasce a
esperança; e, onde nasce a esperança, as pessoas reencontram a dignidade. E,
todavia, ainda hoje há multidões de homens e mulheres que estão privados da sua
dignidade humana e, como o Menino Jesus, sofrem o frio, a pobreza e a rejeição
dos homens. Chegue hoje a nossa solidariedade aos mais inermes, sobretudo às
crianças-soldado, às mulheres que sofrem violência, às vítimas do tráfico de
seres humanos e do narcotráfico.
Não falte o nosso conforto às
pessoas que fogem da miséria ou da guerra, viajando em condições tantas vezes
desumanas e, não raro, arriscando a vida. Sejam recompensados com abundantes
bênçãos quantos, indivíduos e Estados, generosamente se esforçam por socorrer e
acolher os numerosos migrantes e refugiados, ajudando-os a construir um futuro
digno para si e seus entes queridos e a integrar-se nas sociedades que os
recebem.
Neste dia de festa, o Senhor dê
esperança àqueles que não têm trabalho e sustente o compromisso de quantos
possuem responsabilidades públicas em campo político e económico a fim de darem
o seu melhor na busca do bem comum e na protecção da dignidade de cada vida
humana.
Onde nasce Deus, floresce a
misericórdia. Esta é o presente mais precioso que Deus nos dá, especialmente
neste ano jubilar em que somos chamados a descobrir a ternura que o nosso Pai
celeste tem por cada um de nós. O Senhor conceda, particularmente aos
encarcerados, experimentar o seu amor misericordioso que cura as feridas e
vence o mal.
E assim hoje, juntos, exultemos
no dia da nossa salvação. Ao contemplar o presépio, fixemos o olhar nos braços
abertos de Jesus, que nos mostram o abraço misericordioso de Deus, enquanto
ouvimos as primeiras expressões do Menino que nos sussurra: «Por amor dos meus
irmãos e amigos, proclamarei: “A paz esteja contigo”»! (Sal 122/121, 8).
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Fonte: radiovaticana.va news.va
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