Proximidade e
cuidado
São duas palavras
interligadas, porque só cuida quem está próximo e procura se relacionar com o
outro. Foi o que Deus fez com as pessoas, fez aliança, escolheu um povo para
testemunhá-lo na história da salvação e enviou seu Filho Jesus para comunicar e
realizar sua obra de proximidade e cuidado com toda a humanidade. Isso
aconteceu por um gesto de profundo amor e misericórdia.
Dom Paulo Mendes Peixoto |
O mundo vive sob o
estigma de muitas escravidões que causam preconceitos, violência e situações
desumanas. Assistimos de perto esses fatos agora nos Estados Unidos. Mas também
acontecem no Brasil e, quem sabe, em nossas comunidades e famílias. O processo
de libertação do povo hebreu, lá do Antigo Testamento, continua até hoje,
porque a maldade está entranhada nos corações.
Por causa da
proximidade com a humanidade, Deus cuida da vida das pessoas com a arma da
gratuidade, da misericórdia, e revela o nível de seu amor pelo mundo. Exige
também de todo ser humana uma tomada de atitudes transformadoras e compromisso
de fidelidade concreta a seus ensinamentos, mas dentro das realidades
cotidianas da vida. A fidelidade supõe renúncias a todo instante.
A história foi
sempre marcada por atitudes desafiadoras, muitas vezes como fruto de práticas
que não ajudam na proximidade das pessoas. Vemos realidades desumanas com marcas
de injustiça, de desvios públicos e inverdades. É inconcebível alguém tirar
proveito econômico e político num momento trágico da população como está
acontecendo neste tempo de epidemia no Brasil.
O mundo precisa
trabalhar com mais carinho os temas da proximidade e do cuidado. É só olhar
para a forma serena e coerente como Jesus agia e tratava as pessoas que o
abordavam e fazer um caminho de paz. Mas precisa ser caminho sem ódio, sem
vingança e atitudes desequilibradas e agressivas. O mundo não pode perder sua
capacidade de construir a esperança e vida saudável para todos.
Dom Paulo Mendes
Peixoto - Arcebispo de Uberaba
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Fonte: cnbb.org.br
Fonte: cnbb.org.br
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