o jovem que lançou os fundamentos de uma Nação
O Apóstolo do
Brasil foi canonizado através de um decreto assinado pelo Papa Francisco em 3
de abril de 2014, servindo-se da chamada “canonização equipolente”, isto é, sem
a comprovação de milagre, mas pelo decurso de vida do então beato.
Bianca Fraccalvieri
- Cidade do Vaticano - Um jovem que
lançou os fundamentos culturais de uma Nação: assim o Papa Francisco descreveu
São José de Anchieta, que a Igreja celebra hoje.
O Apóstolo do
Brasil foi canonizado através de um decreto assinado pelo Papa Francisco em 3
de abril de 2014, servindo-se da chamada “canonização equipolente”, isto é, sem
a comprovação de milagre, mas pelo decurso de vida do então beato.
Dias depois, no
dia 24, o Papa Francisco presidiu uma missa de ação de graças na Igreja de
Santo Inácio de Loyola, no centro de Roma.
Em sua homilia,
pronunciada em espanhol, Francisco ressaltou que São José de Anchieta soube
comunicar o que ele viu e ouviu do Senhor.
“Ele, juntamente
com Nóbrega, é o primeiro jesuíta que Inácio envia para a América. Um jovem de
19 anos... Era tão grande a alegria que ele sentia, era tão grande o seu
júbilo, que fundou uma Nação: lançou os fundamentos culturais de uma Nação em
Jesus Cristo. Não estudou teologia, também não estudou filosofia, era um jovem!
No entanto, sentiu sobre si mesmo o olhar de Jesus Cristo e deixou-se encher de
alegria, escolhendo a luz. Esta foi e é a sua santidade. Ele não teve medo da
alegria.”
Missionário zeloso
São José de
Anchieta! Ele nasceu em Tenerife-Espanha em 1534. Após entrar na Companhia de
Jesus em Coimbra, embarcou aos 19 anos para o Brasil.
Missionário zeloso
junto aos indígenas, foi professor, poeta, dramaturgo, fundador de cidades, e
acima de tudo, um verdadeiro apóstolo que plantou os valores do Evangelho no
Brasil nascente. Morreu em 1597, aos 63 anos na atual cidade de Anchieta-ES.
Uma frase do Poema à Virgem:
“Não foi a lança
do soldado
que abriu o coração de Jesus, foi a Misericórdia e o amor.”
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O jovem enfermo
que se tornou o Apóstolo do Brasil
Além do riquíssimo
legado cultural e espiritual que nos deixou, neste difícil tempo de COVID19, a
vida de Anchieta é um convite a não desanimar diante das tribulações, mas de
seguir em frente, glorificando a Deus.
Pe. Bruno
Franguelli SJ - Cidade do Vaticano - No frescor da juventude
do jesuíta José de Anchieta algo não ia bem. Recém entrado na jovem Ordem
Religiosa chamada Companhia de Jesus, parecia que seu sonho em tornar-se
missionário em terras distantes estava por desmoronar-se.
Um dia, pelos
corredores da comunidade dos jesuítas em Coimbra, encontram-se com o seu
superior que lhe pergunta: “Como vai José?” Ao que ele imediatamente responde:
“Não muito bem, padre, os médicos dizem que tenho uma doença incurável.” O
superior, olhando bem nos seus olhos lhe disse: “Se o Senhor o quiser assim
para o bem de sua Missão e de sua maior Glória, você aceitará?” A resposta
positiva foi imediata. O jovem Anchieta levantou a cabeça e dilatou o coração.
Naquele momento difícil, de dúvida, de aparente fracasso, de encontro cruel com
a própria debilidade, era forjado o homem que, dentro de alguns meses,
colocaria seus pés numa caravela e partiria para sempre a fim de dar a vida
pelo anúncio do Evangelho em nossa Nação.
Daquela
enfermidade, adquirida nos átrios de sua juventude, Anchieta jamais curou-se.
Talvez nunca tenha pedido tal milagre a Deus. Não tinha tempo para dar atenção
à sua dor. Estava muito ocupado em amar. De fato, um pouco antes de sua viagem
definitiva ele afirmou que se ao menos fosse capaz de ensinar o Pai Nosso e a
Ave Maria aos indígenas, já se sentiria satisfeito com a sua missão. Mas ele
foi mais longe, ensinou o Evangelho a uma Nação. Como bem disse o Papa
Francisco na Missa em Ação de graças pela canonização do Apóstolo do Brasil em
2014: “Anchieta plantou os fundamentos culturais de uma nação em Jesus Cristo”.
Sua criatividade apaixonada desenhou os primeiros rabiscos da nossa cultura tão
cheia de imaginação, de sonhos e de paixão pela vida. Nossas raízes brasileiras
são indígenas e traços delas permanecem e são evidentes em nós brasileiros, na
nossa alegria contagiante, no nosso amor à liberdade, na paixão pela música e
pela dança, no nosso sagrado respeito e apreço ao diferente.
Anchieta, cedo
apaixonou-se por nosso país, pelos que nele habitavam, pela língua e o modo de
ser dos nativos. Reconhecia que o Espírito já havia semeado naqueles seres
humanos o seu amor e que o ofício do apóstolo era simplesmente regar
cuidadosamente aquelas sementes divinas. Faleceu no dia 9 de junho de 1597, aos
63 anos de idade. Além do riquíssimo legado cultural e espiritual que nos
deixou, neste difícil tempo de COVID19, a vida de Anchieta é um convite a não
desanimar diante das tribulações, mas de seguir em frente, glorificando a Deus
com a vida e contemplando nossos limites e dificuldades não como obstáculos mas
como oportunidades para que em nossas fraquezas Deus manifeste todo o seu poder
(ref. 2 Cor 12,9).
ORAÇÃO A SÃO JOSÉ
DE ANCHIETA NAS EPIDEMIAS
São José de
Anchieta, o Apóstolo do Brasil, a quem confiamos a saúde do corpo e da alma do
povo desta terra, que encontraste boa saúde nestes trópicos e recomendaste as
terras do Brasil, vinde em nosso auxílio diante desta grande calamidade que nos
assola.
Foste tu que se
colocaste entre a sala de aula e a enfermaria socorrendo muitos filhos e filhas
que te procuravam na missão de Piratininga, atormentados de inúmeras
enfermidades e epidemias. Foste tu que na carência total se fez médico e com as
plantas desta terra encontrou veículo para novas medicinas.
Foste tu que
movido pelo zelo do Evangelho tentou salvar a muitos por meio da Palavra e da
Eucaristia, aumentai em nós a Fé, a Esperança e a Caridade, para que, movidos
pelos mesmos sentimentos de Cristo, possamos servir os mais pobres e
necessitados.
Como foste tudo
para todos, fazei-nos colocar toda a nossa confiança nas mãos de Cristo Jesus.
Para que, no nosso pôr do sol, brilhe vitoriosa a luz do Cristo. Que a Virgem
Maria rogue por nós em nossas agonias, dando-nos seu Filho Jesus como remédio
para a nossa vida.
São José de
Anchieta, rogai por nós.
Amém.
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Fonte: vaticannews.va
Fonte: vaticannews.va
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