domingo, 21 de junho de 2020

Papa na oração mariana do Angelus:

A exemplo dos mártires dos nossos dias,
seguir sem medo diante dos desafios da vida.

Pela quarta vez direto da janela do Palácio Apostólico, depois do período de lockdown na Itália em que rezava a oração mariana do Angelus de dentro da biblioteca, o Papa Francisco encontrou os fiéis da Praça São Pedro. Neste domingo (21), o Pontífice nos encorajou a não ter medo, sermos fortes e confiantes diante das adversidades. Como os Apóstolos e os cristãos dos nossos dias, perseguidos e ameaçados - até fisicamente -, a exortação é confiar em Jesus, porque "o Pai cuida de nós" na hora da adversidade e do perigo.
Andressa Collet – Vatican News - Neste domingo (21), oficialmente de verão no hemisfério norte, o Papa completou um mês de retorno à oração mariana do Angelus, feita diretamente da janela do Palácio Apostólico aos fiéis presentes na Praça São Pedro. Durante todo o período de lockdow na Itália, Francisco rezou de dentro da biblioteca.
Na sua alocução, que precedeu o Angelus, o Papa descreveu três situações concretas de adversidades enfrentadas pelos discípulos na proclamação do Reino de Deus, a partir de um trecho do Evangelho deste domingo (cf. Mt 10, 26-33). Através delas e fazendo eco ao convite de Jesus, Francisco exortou para não se ter medo, ser forte e confiante diante dos desafios da vida. De fato, "o medo é um dos inimigos mais feios da nossa vida cristã".
O anúncio sem medo diante da hostilidade
Em primeiro lugar, o Papa descreveu “a hostilidade daqueles que gostariam de silenciar a Palavra de Deus”. Jesus, até aquele momento, transmitiu a mensagem de salvação “com prudência, quase em segredo”, diferente do que deveriam fazer os Apóstolos:
“Eles deverão proclamá-la “à luz”, ou seja, abertamente, e anunciar “dos terraços”, isto é, publicamente, o seu Evangelho.”
A perseguição aos cristãos até hoje
A segunda dificuldade que os missionários de Cristo encontraram, lembrou o Papa, foi “a ameaça física contra eles, isto é, a perseguição direta do seu povo, chegando até a matar”. Uma profecia de Jesus, “dolorosa”, mas que “atesta a fidelidade das testemunhas” e se constata em todos os tempos:
“Quantos cristãos são perseguidos ainda hoje em todo o mundo! Sofrem pelo Evangelho com amor, são os mártires dos nossos dias. E podemos dizer com certeza que são mais mártires que nos primeiros tempos: muitos mártires somente por ser cristãos... A esses discípulos de ontem e de hoje que sofrem a perseguição, Jesus recomenda: «Não temais os que matam o corpo, e não podem matar a alma» (v. 28). Não devemos nos assustar por aqueles que procuram extinguir a força da evangelização através da arrogância e da violência. Nada, na verdade, podem fazer contra a alma, ou seja, contra a comunhão com Deus: essa, ninguém pode tirar dos discípulos, pois é um dom de Deus.”
A certeza do amor de Deus
O terceiro tipo de provação que os Apóstolos enfrentaram, recorda o Papa, é a sensação de que o próprio Deus os abandona, ao permanecer “distante e silencioso”. Mas não devemos ter medo, exorta Francisco, porque “o Pai cuida de nós” na hora da adversidade e do perigo:
“Também aqui nos exorta a não ter medo, porque, apesar de passar por essas e outras ciladas, a vida dos discípulos está firmemente nas mãos de Deus, que nos ama e nos guarda. [...] O que importa é a sinceridade, é a coragem do testemunho, do testemunho de fé: 'reconhecer Jesus perante os homens' e seguir adiante fazendo o bem.”
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Francisco:
a São Luiz Gonzaga,
padroeiro dos jovens, pedimos a graça de um coração novo
A Igreja recorda neste domingo (21) a memória litúrgica do padroeiro da juventude. O Papa Francisco, ao final do Angelus, descreveu São Luiz Gonzaga como “um rapaz cheio de amor a Deus e ao próximo; morreu muito jovem, aqui em Roma, porque cuidava dos doentes, vítimas da peste”. No Twitter, o Pontífice pediu a intercessão do santo pela graça de um coração novo: “Que o Senhor mude os nossos corações!”.
Andressa Collet – Vatican News - Ao final do Angelus deste domingo (20), durante as saudações finais, o Papa Francisco lembrou dos peregrinos, da Itália e de outros países, que começam a retornar à Praça São Pedro para rezar a oração mariana. De fato, como aconteceu em várias partes do mundo que determinaram o lockdown, várias igrejas e templos de oração foram fechados em respeito às medidas de segurança e prevenção ao coronavírus.
O exemplo de São Luiz Gonzaga
Entre os muitos peregrinos na Praça São Pedro, os jovens, a quem o Papa fez uma saudação especial:
“Hoje recordamos São Luís Gonzaga, um rapaz cheio de amor a Deus e ao próximo; morreu muito jovem, aqui em Roma, porque cuidava dos doentes, vítimas da peste. À sua intercessão, confio os jovens de todo o mundo.”
Através de uma mensagem no Twitter, o Papa também quis dedicar um pensamento especial ao padroeiro da juventude, quando escreveu:
“Queridos jovens, pedimos a graça de um coração novo pela intercessão do santo padroeiro de vocês, São Luiz Gonzaga, jovem corajoso que nunca recuou no serviço aos outros, tanto que deu a vida para curar os doentes da epidemia da peste. Que o Senhor mude os nossos corações!”
Dia dos Pais na Argentina
O exemplo dos pais, para os jovens, também foi lembrado pelo Papa Francisco durante o Angelus. O Pontífice disse que, na Argentina, “na sua pátria”, este domingo (21) é de comemoração pelo Dia dos Pais:
“Asseguro a minha proximidade e oração a todos os pais. Todos sabemos que ser pai não é uma tarefa fácil, por isso rezemos por eles. Quero recordar, de maneira especial, os nossos pais que que continuam nos protegendo do céu.”
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Papa faz apelo à proteção dos refugiados,
uma garantia de dignidade e segurança.
O Dia Mundial do Refugiado, foi celebrado neste sábado (20), mas Francisco reforçou o convite a todos pelo compromisso de proteger milhares de migrantes forçados a fugir por causa de situações de grave perigo nos seus países. A pandemia salientou ainda mais essa necessidade em nível global, por isso, a exortação “para garantir a dignidade e a segurança” das pessoas refugiadas.
Andressa Collet – Vatican News - Pelo Dia Mundial do Refugiado, instituído pela ONU e celebrado neste sábado (20), o Papa Francisco já tinha lançado uma mensagem na sua conta oficial no Twitter que dizia: "Nos refugiados e nos deslocados está presente Jesus, forçado - como no tempo de Herodes - a fugir para Se salvar. Nos seus rostos somos chamados a reconhecer o rosto de Cristo que nos interpela".
O convite foi reforçado neste domingo (21), ao final da oração mariana do Angelus. O Pontífice lembrou que a crise provocada pelo coronavírus evidenciou ainda mais a necessidade de “assegurar a proteção” também às pessoas refugiadas, “para garantir a sua dignidade e segurança”:
“Convido vocês a se unirem à minha oração por um renovado e eficaz compromisso de todos em favor da efetiva proteção de todos seres humanos, em especial, daqueles que foram forçados a fugir por causa de situações de grave perigo para eles ou para as suas famílias.”
A família da humanidade
No Brasil, uma série de atividades estão sendo desenvolvidas dentro da 35ª Semana do Migrante, inclusive em modalidade online, para que as pessoas possam acompanhar de casa, mesmo em quarentena. Os detalhes da programação estão no site da CNBB, onde o presidente, dom Walmor Oliveira de Azevedo, divulgou uma mensagem sobre a “família da humanidade”. O arcebispo de Belo Horizonte (MG) afirma que “ao olhar para cada migrante e refugiado é necessário enxergar um irmão e uma irmã que veio de um outro lugar com hábitos e costumes diferentes”.
Cidadania sem fronteiras
O Serviço Pastoral dos Migrantes (SPM), que articula e organiza os grupos que vivem o drama da migração forçada no Brasil, lançou um vídeo neste Dia Mundial do Refugiado. “A ideia foi trazer um pouco do rosto de vários migrantes que desbravam as fronteiras, carregando como bagagem a esperança”, afirma Eanes Silva, da Pastoral do Migrante de Balsas (MA), que produziu a obra. Eles declamam trechos do poema de Pe. Alfredo Gonçalves, intitulado “Fugitivo-Migrante”, quando escreve:
“Recorda sempre a fronteira que foste forçado a cruzar: lei, deserto, mar, mas não te esqueças que a superação de cada adversidade, pavimenta a estrada para uma cidadania sem fronteiras.”
Leia a íntegra do poema “Fugitivo-Migrante”, Pe. Alfredo Gonçalves:
Recorda sempre a casa que deixaste para trás,
mas não te esqueças que outras casas, mesmo se poucas,
abrem suas portas à solidariedade de quem está a caminho;
Recorda sempre a terra onde estão sepultados teus ancestrais,
mas não te esqueças que ainda há espaço livre, embora não muito,
para lançar a semente de colheitas novas e mais promissoras;
Recorda sempre a família onde nasceste e cresceste,
mas não esqueças a família mais ampla, não de sangue,
que entrelaça os espíritos dispostos a romper todas as barreiras; 
Recorda sempre a pátria que te viu nascer e te viu escapar,
mas não esqueças que outros hinos e bandeiras, com notas e cores várias,
povoam a face da terra com rica diversidade de povos e nações;
Recorda sempre as raízes e os valores de tua cultura original,
mas não esqueças que valores distintos, mas com raízes semelhantes,
mergulham no solo fértil o genuíno sabor da existência.
Recorda sempre os costumes, comidas e lições de tua gente,
mas não te esqueças que outros grupos humanos, com o mesmo respeito,
cultivam nodos de vida igualmente sábios, sadios e sólidos.
Recorda sempre a fronteira que foste forçado a cruzar: lei, deserto, mar,
mas não te esqueças que a superação de cada adversidade,
pavimenta a estrada para uma cidadania sem fronteiras.
Recorda sempre a religião na qual aprendeste a buscar o sentido da vida,
mas não esqueças que outros credos e outros ritos, em igual solenidade,
constituem caminhos diferentes para reverenciar o único Deus e Senhor.
Recorda sempre o estado de fome e pobreza, violência e guerra
que um dia te obrigou a abandonar a terra natal,
mas não esqueças que, apesar das ruínas, cinzas e escombros,
a travessia é capaz de transformar a fuga em nova busca,
onde a esperança converte o fugitivo em migrante,
profeta e protagonista de um amanhã livre e renovado.
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                                                                                                                      Fonte: vaticannews.va

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