Hoje precisamos de testemunhos de que o Evangelho é possível
"A profecia
nasce quando nos deixamos provocar por Deus: não quando gerimos a própria
tranquilidade, mantendo tudo sob controle. Não nasce de meus pensamentos, não
nasce de meu coração fechado. Nasce se nós nos deixamos provocar por Deus.
Quando o Evangelho inverte as certezas, brota a profecia. Só quem se abre às
surpresas de Deus é que se torna profeta (...). Hoje precisamos de profecia, de
verdadeira profecia: não discursos que prometem o impossível, mas testemunhos
de que o Evangelho é possível."
Vatican News - “Como o Senhor
transformou Simão em Pedro, assim chama a cada um para fazer de nós pedras
vivas, com as quais construir uma Igreja e uma humanidade renovadas. Há sempre
quem destrua a unidade e quem apague a profecia, mas o Senhor acredita em nós e
pede-te: «Queres ser construtor de unidade? Queres ser profeta do meu céu na
terra?» Deixemo-nos provocar por Jesus e ganhemos a coragem de Lhe dizer: «Sim,
quero»!
Não no Altar da
Confissão com a Basílica de São Pedro lotada, mas no Altar da Cátedra, na
presença de cerca de 90 fiéis. Na Solenidade dos Santos Pedro e Paulo - em
tempos em que são tomados todos os cuidados para evitar nova onda de contágios
por coronavírus - o Papa Francisco presidiu a Santa Missa destacando duas palavras-chave:
unidade e profecia.
No início da
celebração, após a saudação litúrgica, o Decano do Colégio Cardinalício,
cardeal Giovanni Battista Re, fez um breve pronunciamento, para então receber o
pálio do Papa Francisco, que também abençoou os pálios que serão entregues aos
Arcebispos Metropolitas nomeados no decorrer do último ano. Entre eles: cardeal
Sérgio da Rocha, arcebispo de Salvador da Bahia; Dom Josafá Menezes da Silva,
arcebispo de Vitória da Conquista; Dom Irineu Roman, arcebispo de Santarém; Dom
Leonardo Ulrich Steiner, arcebispo de Manaur e Dom Virgílio do Carmo da Silva,
arcebispo de Dili, Timor Leste.
Unidade
A reflexão do Papa
Francisco parte da familiaridade que unia Pedro e Paulo, “duas pessoas muito
diferentes, mas sentiam-se irmãos, como numa família unida onde muitas vezes se
discute mas sem deixar de se amarem”, uma familiaridade que “não provinha de
inclinações naturais, mas do Senhor. Ele não nos mandou agradar, mas amar. É
Ele que nos une, sem nos uniformizar. Nos une nas diferenças.”
Em meio a
perseguições, os primeiros cristãos não pensam em fugir ou salvar a própria
pele, “mas todos rezam juntos” – recordou o Papa - enfatizando que “a unidade é
um princípio que se ativa com a oração, porque a oração permite ao Espírito
Santo intervir, abrir à esperança, encurtar as distâncias, manter-nos juntos
nas dificuldades.”
Só a oração desata
as algemas e deixa livre o caminho para a unidade
Francisco observa
que “naqueles momentos dramáticos, ninguém se lamenta do mal, das perseguições”,
pois “é inútil, e até chato, que os cristãos percam tempo se lamentando do
mundo, da sociedade, daquilo que está errado. As lamentações não mudam nada.
Recordemo-nos de que as lamentações são a segunda porta fechada para o Espírito
Santo, como disse a vocês no dia de Pentecostes:
a primeira é o narcisismo, a segunda o desânimo, a terceira o pessimismo. O
narcisismo te leva ao espelho, para se olhar continuamente; desânimo, às
lamentações. O pessimismo, ao escuro, à escuridão. Essas três atitudes fecham a
porta do Espírito Santo." Aqueles cristãos, ao contrário, rezavam:
Recolhimento e oração |
São Paulo –
completou o Santo Padre - exortava os cristãos a rezar por todos, mas em
primeiro lugar por quem governa:
"Mas este
governante é ...", e os qualificadores são muitos: eu não os direi, porque
este não é o momento nem o lugar para dizer os qualificadores que são ouvidos
contra os governantes. Mas, que Deus os julgue: mas rezemos pelos governantes.
Vamos rezar. Eles precisam de oração. É uma tarefa que o Senhor nos
confia. Temo-la cumprido? Ou limitamo-nos a falar, insultar e basta? Quando
rezamos, Deus espera que nos lembremos também de quem não pensa como nós, de
quem nos bateu a porta na cara, das pessoas a quem nos custa perdoar. Só a oração
desata as algemas, só a oração deixa livre o caminho para a unidade.
Pedro e André
O Pontífice
recorda que o pálio abençoado neste dia “recorda a unidade entre as ovelhas e o
Pastor que, como Jesus, carrega a ovelha nos ombros e nunca mais a larga”.
Momento da Consagração |
Pedro e André eram
irmãos; e entre nós, quando é possível, trocamos uma visita fraterna nas
respetivas festas; não tanto por gentileza, mas para caminhar juntos rumo à
meta que o Senhor nos indica: a unidade plena. Hoje, eles não conseguiram
vir por causa do coronavírus, mas quando desci para venerar os restos mortais
de Pedro, sentia no coração ao meu lado meu amado irmão Bartolomeu. Eles estão
aqui, conosco.
Hoje precisamos de
verdadeira profecia
Depois da unidade,
O Santo Padre fala de uma segunda palavra: profecia. Com perguntas
provocatórias, Jesus faz Pedro entender que “não Lhe interessam as opiniões
gerais, mas a opção pessoal de O seguir”, e a Saulo, o abala interiormente,
fazendo-o cair por terra no caminho para Damasco, derrubando “sua presunção de
homem religioso e bom”. Então, vem as profecias: «Tu és Pedro, e sobre esta
pedra edificarei a minha Igreja» (Mt 16, 18); e a Paulo: «É instrumento da
minha escolha, para levar o meu nome perante os pagãos» (At 9, 15):
Assim, a profecia
nasce quando nos deixamos provocar por Deus: não quando gerimos a própria
tranquilidade, mantendo tudo sob controle. Não nasce de meus pensamentos,
não nasce de meu coração fechado. Nasce se nós nos deixamos provocar por Deus.
Quando o Evangelho inverte as certezas, brota a profecia. Só quem se abre às
surpresas de Deus é que se torna profeta.
Momento da Consagração |
Hoje precisamos de
profecia, mas de verdadeira profecia: não discursos que prometem o impossível,
mas testemunhos de que o Evangelho é possível. Não são necessárias
manifestações miraculosas. Me dói quando ouço "mas, queremos uma Igreja
profética"... Bem. O que fazes para que a Igreja seja profética? Queremos
a profecia... é preciso vidas que manifestam o milagre do amor de Deus. Não
potência, mas coerência; não palavras, mas oração; não proclamações, mas
serviço. Queres uma Igreja profética? Comece a servir, fique calado. Não
teoria, mas testemunho. Precisamos não de ser ricos, mas de amar os pobres; não
de ganhar para nós, mas de nos gastarmos pelos outros; não do consenso do mundo
(..) Mas precisamos da alegria pelo mundo que virá; não de projetos pastorais,
estes projetos que parecem tem uma própria eficiência, como se fossem
sacramentos, projetos pastorais eficientes, não, não, mas precisamos de
pastores que ofereçam a vida: de enamorados de Deus.
E foi como
“enamorados de Deus” - sublinhou Francisco - que Pedro e Paulo anunciaram
Jesus:
Reverência à imagem de São Pedro |
Também para nós
existe uma profecia, descrita no Livro do Apocalipse, “quando Jesus promete às
suas testemunhas fiéis «uma pedra branca», na qual «estará gravado um novo
nome»”. E assim, “como o Senhor transformou Simão em Pedro, assim chama a cada
um para fazer de nós pedras vivas, com as quais construir uma Igreja e uma
humanidade renovadas. Há sempre quem destrua a unidade e quem apague a
profecia, mas o Senhor acredita em nós e pede-te: «Tu, tu, tu, tu: queres ser
construtor de unidade? Queres ser profeta do meu céu na terra?» Irmãos e
irmãs, deixemo-nos provocar por Jesus e ganhemos a coragem de Lhe dizer: «Sim,
quero»!”
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Assista à íntegra da Missa:
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Assista à íntegra da Missa:
A homilia do Papa na íntegra
"Como o
Senhor transformou Simão em Pedro, assim chama a cada um para fazer de nós
pedras vivas, com as quais construir uma Igreja e uma humanidade renovadas. Há
sempre quem destrua a unidade e quem apague a profecia, mas o Senhor acredita
em nós e pede-te: «Queres ser construtor de unidade? Queres ser profeta do meu
céu na terra?» Deixemo-nos provocar por Jesus e ganhemos a coragem de Lhe
dizer: «Sim, quero»!"
Homilia do Santo
Padre
Eucaristia, com a
bênção dos pálios,
na Solenidade dos
Apóstolos São Pedro e São Paulo
(Basílica de S.
Pedro, 29 de junho de 2020)
Na festa dos dois
Apóstolos desta cidade, gostaria de partilhar convosco duas palavras-chave:
unidade e profecia.
Unidade.
Celebramos conjuntamente duas figuras muito diferentes: Pedro era um pescador
que passava os dias entre os remos e as redes; Paulo, um fariseu culto, que
ensinava nas sinagogas. Quando saíram em missão, Pedro dirigiu-se aos judeus;
Paulo, aos pagãos. E, quando se cruzaram os seus caminhos, discutiram
animadamente, como Paulo não tem vergonha de contar numa carta (cf. Gal 2,
11-14). Enfim, eram duas pessoas muito diferentes, mas sentiam-se irmãos, como
numa família unida onde muitas vezes se discute mas sem deixar de se amarem.
Contudo a familiaridade, que os unia, não provinha de inclinações naturais, mas
do Senhor. Ele não nos mandou agradar, mas amar. É Ele que nos une, sem nos
uniformizar. Nos une nas diferenças.
A primeira Leitura
de hoje leva-nos à fonte desta unidade. Narra que a Igreja, pouco depois de ter
nascido, passava por uma fase crítica: Herodes não lhe dava paz, a perseguição
era violenta, o apóstolo Tiago fora morto; e agora acabou preso o próprio
Pedro. A comunidade parece decapitada; cada qual teme pela própria vida.
Contudo, neste momento trágico, ninguém foge, ninguém pensa em salvar a pele,
ninguém abandona os outros, mas todos rezam juntos. Da oração, tiram
coragem; da oração, vem uma unidade mais forte do que qualquer ameaça. Diz o
texto que, «enquanto Pedro estava encerrado na prisão, a Igreja orava a Deus,
instantemente, por ele» (At 12, 5). A unidade é um princípio que se ativa
com a oração, porque a oração permite ao Espírito Santo intervir, abrir à
esperança, encurtar as distâncias, manter-nos juntos nas dificuldades.
Notemos outra
coisa: naqueles momentos dramáticos, ninguém se lamenta do mal, das
perseguições, de Herodes. Ninguém insulta Herodes. E nós estamos muito
habituados a insultar os responsáveis. É inútil, e até chato, que os cristãos
percam tempo a lamentar-se do mundo, da sociedade, daquilo que está errado. As
lamentações não mudam nada. Recordemo-nos de que as lamentações são a segunda
porta fechada ao Espírito Santo, como disse a vocês no dia de
Pentecostes: a primeira é o narcisismo, a segunda o desânimo, a terceira o
pessimismo. O narcisismo te leva ao espelho, para se olhar continuamente;
desânimo, as lamentações. O pessimismo, ao escuro, à escuridão. Essas três
atitudes fecham a porta do Espírito Santo. Aqueles cristãos não culpavam, mas
rezavam. Naquela comunidade, ninguém dizia: «Se Pedro tivesse sido mais
cauteloso, não estaríamos nesta situação». Ninguém. Pedro, humanamente, tinha
motivos para ser criticado; mas ninguém o criticava. Não murmuravam contra ele,
mas rezavam por ele. Não falavam por trás, mas falavam com Deus. Hoje, podemos
interrogar-nos: «Guardamos a nossa unidade com a oração, nossa unidade da
Igreja? Rezamos uns pelos outros?» Que aconteceria se se rezasse mais e
murmurasse menos, com a língua um pouco mais tranquila? Aquilo que aconteceu a
Pedro na prisão: como então, muitas portas que separam, abrir-se-iam; muitas
algemas que imobilizam, cairiam. E nós ficaríamos maravilhados como aquela
jovem que vendo Pedro na porta, não conseguia abrir a porta, mas ia dentro,
maravilhada de alegria em ver Pedro. Peçamos a graça de saber rezar uns pelos
outros. São Paulo exortava os cristãos a rezar por todos, mas em primeiro lugar
por quem governa (cf. 1 Tim 2, 1-3). Mas este governante é
...", e os qualificadores são muitos: eu não os direi, porque este não é o
momento nem o lugar para dizer os qualificadores que são ouvidos contra os
governantes. Mas, que Deus os julgue: mas rezemos pelos governantes. Vamos
rezar. Eles precisam de oração. É uma tarefa que o Senhor nos confia.
Temo-la cumprido? Ou limitamo-nos a falar, insultar e basta? Quando rezamos,
Deus espera que nos lembremos também de quem não pensa como nós, de quem nos
bateu a porta na cara, das pessoas a quem nos custa perdoar. Só a oração desata
as algemas, como a Pedro; só a oração deixa livre o caminho para a unidade.
Neste dia,
benzem-se os pálios que serão entregues ao Decano do Colégio Cardinalício e aos
Arcebispos Metropolitas nomeados no decorrer do último ano. O pálio recorda a
unidade entre as ovelhas e o Pastor que, como Jesus, carrega a ovelha aos
ombros e nunca mais a larga. Além disso, segundo uma bela tradição, hoje
unimo-nos de maneira especial ao Patriarcado Ecuménico de Constantinopla. Pedro
e André eram irmãos; e entre nós, quando é possível, trocamos uma visita
fraterna nas respetivas festas; não tanto por gentileza, mas para caminhar
juntos rumo à meta que o Senhor nos indica: a unidade plena. Hoje, eles não
conseguiram vir por causa do coronavírus, mas quando desci para venerar os
restos mortais de Pedro, sentia no coração ao meu lado meu amado irmão
Bartolomeu. Eles estão aqui, conosco.
A segunda
palavra: profecia. Unidade e profecia. Os nossos Apóstolos foram provocados
por Jesus. Pedro ouviu-O perguntar-lhe: «Tu, quem dizes que Eu sou?» (cf. Mt 16,
15). Naquele momento, compreendeu que, ao Senhor, não Lhe interessam as
opiniões gerais, mas a opção pessoal de O seguir. Também a vida de Paulo mudou
depois duma provocação de Jesus: «Saulo, Saulo, porque Me persegues?» (At 9,
4). O Senhor abalou-o dentro: mais do que fazê-lo cair por terra no caminho de
Damasco, derrubou a sua presunção de homem religioso e bom. Assim um Saulo
altivo tornou-se Paulo. Paulo que significa «pequeno». A estas provocações, a
estas inversões da vida seguem as profecias: «Tu és Pedro, e sobre esta pedra
edificarei a minha Igreja» (Mt 16, 18); e a Paulo: «É instrumento da minha
escolha, para levar o meu nome perante os pagãos» (At 9, 15). Assim, a
profecia nasce quando nos deixamos provocar por Deus: não quando gerimos a
própria tranquilidade, mantendo tudo sob controle. Não nasce de meus
pensamentos, não nasce de meu coração coração. Nasce se nós nos deixamos
provocar por Deus. Quando o Evangelho inverte as certezas, brota a profecia. Só
quem se abre às surpresas de Deus é que se torna profeta. Vemo-lo em Pedro e
Paulo, profetas que enxergam mais além: Pedro é o primeiro a proclamar que
Jesus é «o Messias, o Filho de Deus vivo» (Mt 16, 16); Paulo antecipa a
conclusão da sua vida: «Já me aguarda a merecida coroa, que me entregará,
naquele dia, o Senhor» (2 Tim 4, 8).
Hoje precisamos de
profecia, de verdadeira profecia: não discursos que prometem o impossível, mas
testemunhos de que o Evangelho é possível. Não são necessárias manifestações
miraculosas. Me dói quando ouço "mas, queremos uma Igreja
profética"... Bem. O que fazes para que a Igreja seja profética? Queremos
a profecia. É preciso vidas que manifestam o milagre do amor de Deus. Não
potência, mas coerência; não palavras, mas oração; não proclamações, mas
serviço. Tu queres uma Igreja profética? Comece a servir, fique calado. Não
teoria, mas testemunho. Precisamos não de ser ricos, mas de amar os pobres; não
de ganhar para nós, mas de nos gastarmos pelos outros; não do consenso do
mundo, o de estar bem com todos. Costumamos dizer: “estar bem com Deus e com o
diabo”...estar bem com todos. Não. Isso não é profecia. Mas precisamos da
alegria pelo mundo que virá; não de projetos pastorais, estes projetos que
parecem ter a própria eficiência, como se fossem sacramentos, projetos pastorais
eficientes: não; mas precisamos de pastores que ofereçam a vida: de enamorados
de Deus. Foi assim, como enamorados, que Pedro e Paulo anunciaram Jesus. Pedro,
antes de ser colocado na cruz, não pensa em si mesmo, mas no seu Senhor e,
considerando-se indigno de morrer como Ele, pede para ser crucificado de cabeça
para baixo. Paulo está para ser decapitado e pensa só em dar a vida, escrevendo
que quer ser «oferecido como sacrifício» (2 Tim 4, 6). Esta é a profecia.
Não palavras. E esta é profecia, a profecia que muda a história.
Amados irmãos e
irmãs, Jesus profetizou a Pedro: «Tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a
minha Igreja». Existe, também para nós, uma profecia semelhante; encontra-se no
último livro da Bíblia, quando Jesus promete às suas testemunhas fiéis «uma
pedra branca», na qual «estará gravado um novo nome» (Ap 2, 17). Como o
Senhor transformou Simão em Pedro, assim chama a cada um para fazer de nós
pedras vivas, com as quais construir uma Igreja e uma humanidade renovadas. Há
sempre quem destrua a unidade e quem apague a profecia, mas o Senhor acredita
em nós e pede-te: «Tu, tu, tu, tu: queres ser construtor de unidade? Queres ser
profeta do meu céu na terra?» Irmãos e irmãs, deixemo-nos provocar por Jesus e
ganhemos a coragem de Lhe dizer: «Sim, quero»!
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Angelus:
A maior
graça é fazer da vida um dom
“Eis o que pedir a
Deus: não só a graça do momento, mas a graça da vida", disse o Papa
Francisco ao rezar o Angelus com os fiéis na Praça São na Solenidade dos Santos
Apóstolos Pedro e Paulo.
Bianca Fraccalvieri
– Cidade do Vaticano - Após presidir à celebração da missa na Basílica
Vaticana, o Papa Francisco rezou o Angelus com os fiéis na Praça São Pedro por
ocasião da festa dos santos padroeiros de Roma.
Em sua alocução,
comentou o episódio da vida de Pedro em que um anjo o libertou da prisão,
salvando-o da morte, mas o mesmo não ocorreu em Roma e sua vida não foi
poupada.
“O Senhor lhe concedeu muitas graças e o
libertou do mal: faz assim também conosco. Ou melhor, com frequência vamos até
Ele só nos momentos de necessidade, a pedir ajuda. Mas Deus vê mais longe e nos
convida a ir além, a buscar não só os seus dons, mas Ele, o Senhor de todos os
dons; a confiar-lhe não só os problemas, mas a vida.”
Fazer da vida um
dom
A maior graça,
disse o Papa, é doar a vida, é fazer da vida um dom. E isso vale para todos, na
família, no trabalho e para quem é consagrado. De modo especial, Francisco
citou os idosos abandonados pela família, como se fossem "material descartável".
"Este é um drama do nosso tempo: a solidão dos idosos."
São Pedro não se
tornou heroi por ter sido libertado da prisão, mas por ter dado a vida aqui,
transformando um lugar de execuções num lugar de esperança, que é a Basílica
Vaticana.
“Eis o que pedir a
Deus: não só a graça do momento, mas a graça da vida.”
O segredo da vida
feliz é reconhecer Jesus como Deus vivo, "não como uma estátua",
porque não importa saber que Jesus foi grande na história e apreciar o que fez,
mas importa saber qual lugar dou a Ele na minha vida, no meu coração.
É a este ponto que
Jesus diz a Simão: “Tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja”.
Foi chamado pedra não porque era confiável, pelo contrário, explicou Francisco,
mas porque escolheu construir a vida sobre Jesus, não sobre suas capacidades.
“É Jesus a rocha
sobre a qual Simão se tornou pedra.”
O Papa então
concluiu com algumas perguntas aos fiéis:
"E eu, como
vivo a vida? Penso só nas necessidades do momento ou acredito que a minha
verdadeira necessidade é Jesus, que faz de mim um dom? E como construo a vida,
sobre as minhas capacidades ou sobre o Deus vivo? Que Nossa Senhora nos ajude a
colocá-Lo na base de cada dia e interceda para que possamos fazer da nossa vida
um dom."
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Assista:
Fonte: vaticannews.va
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