e mais quatro beatos será no dia 13 de outubro
Durante o
Consistório Ordinário Público realizado na manhã desta segunda-feira, o Santo
Padre anunciou que os beatos serão canonizados, no Vaticano, durante o Sínodo
para a Amazônia.
O Papa Francisco
presidiu, nesta segunda-feira (1º/07), na Sala Clementina, no Vaticano, o
Consistório Ordinário Público para a Canonização de cinco Beatos, dentre os
quais Irmã Dulce Lopes Pontes.
Durante o
Consistório, o Santo Padre anunciou a data de canonização dos cinco beatos. Será
no domingo, 13 de outubro próximo.
Além de Irmã
Dulce, serão canonizados os seguintes beatos: John Henry Newman, cardeal,
fundador do Oratório de São Filipe Néri na Inglaterra; Giuseppina Vannini (no
século Giuditta Adelaide Agata), fundadora das Filhas de São Camilo;
Maria Teresa Chiramel Mankidiyan, fundadora da Congregação das Irmãs da Sagrada
Família e Margherita Bays, Virgem, da Ordem Terceira de São Francisco de Assis.
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"Esta obra
não é minha, é de Deus!"
Entrevista com
Maria Rita, sobrinha de Irmã Dulce e Superintendente de suas obras sociais.
Cidade do Vaticano - O Vatican
News conversou com a sra Maria Rita de Souza Brito, sobrinha da irmã Dulce e
superintendente de suas obras desde o seu falecimento. Ela nos contou um pouco
sobre a vida de Irmã Dulce e de sua obra.
Maria Rita,
sobrinha de Ir. Dulce
Obras Sociais
Irmã Dulce
As Obras
Sociais Irma Dulce, por ela fundadas há exatamente 60 anos, tem como missão
amar e servir aos mais necessitados. Essa obra, essa instituição é uma das mais
importantes no Brasil, no atendimento a pessoas carentes: pessoas que não
possuem plano de saúde e que não têm condições de pagar um atendimento
particular.
"A obra
atende mais de 2000 pessoas por dia, somente no seu ambulatório. Temos 954
leitos e além do atendimento na saúde, no hospital e no ambulatório, temos
também mais 19 nucleos de atendimento, praticamente todos na saúde. Atendemos
também a idosos, pessoas com deficiência, pacientes alcoolistas e moradores de
rua".
Na educação,
temos uma escola em tempo integral, que atende 750 crianças e jovens. Em um
turno, estudam o ensino fundamental, outro, frequentam oficinas pedagógicas e
profissionalizantes.
• A OSID
abriga um dos maiores complexos de saúde 100% SUS do país;
• 3,5 milhões de procedimentos ambulatoriais são realizados por ano na Bahia;
• 2 mil pessoas são atendidas diariamente na sede das Obras, em Salvador;
• 954 leitos hospitalares no complexo da entidade;
• 18 mil internamentos e 12 mil cirurgias realizadas anualmente em Salvador;
• Mais de 11,5 mil pessoas atendidas por mês para tratamento do câncer;
• 150 bebês com microcefalia são acompanhados hoje na OSID;
• 1,7 milhão de refeições são servidas por ano para nossos pacientes;
• 750 crianças e adolescentes são atendidos no Centro Educacional da instituição;
• Mais de 4 mil profissionais atuam na organização, sendo mais de 2 mil
• 3,5 milhões de procedimentos ambulatoriais são realizados por ano na Bahia;
• 2 mil pessoas são atendidas diariamente na sede das Obras, em Salvador;
• 954 leitos hospitalares no complexo da entidade;
• 18 mil internamentos e 12 mil cirurgias realizadas anualmente em Salvador;
• Mais de 11,5 mil pessoas atendidas por mês para tratamento do câncer;
• 150 bebês com microcefalia são acompanhados hoje na OSID;
• 1,7 milhão de refeições são servidas por ano para nossos pacientes;
• 750 crianças e adolescentes são atendidos no Centro Educacional da instituição;
• Mais de 4 mil profissionais atuam na organização, sendo mais de 2 mil
O Milagre
O grande
milagre de Irmã Dulce, na opinião de quem trabalha e de quem conhece as obras,
é exatamente a sua obra. Como com tantas dificuldades, vivendo de parcos
recursos que são repassados pelo Sistema Único de Saúde (SUS), nós conseguimos
com as doações manter todo esse complexo em funcionamento. É como ela dizia:
“Esta obra não é minha, é de Deus, e o que é de Deus permanece para sempre.”
Essa é uma das grandes verdades.
Outra frase
que repetia muito ao pedir ajuda “é que quando cada um faz um pouco, o pouco de
muitos se soma.” Também agente presencia isso diariamente nas suas obras, a
ajuda de pessoas que muitas das vezes não têm um recurso para se manter, mas
fazem questão de doar alguma coisa para as obras. Esse pouco se soma e colabora
para que sua obra se mantenha viva e crescendo sempre. A obra nunca parou
de crescer ao longo destes 60 anos. Hoje temos o orgulho de dizer que atendemos
pacientes com câncer, dando assistência integral. Esse é um outro milagre das
obras de Irmã Dulce.
Irmã Dulce
Uma das
características de Irmã Dulce era a sua persistência, a sua fé, uma fé
obstinada em Deus, não uma fé oscilante, mas uma fé muito firme em Deus. Era
uma pessoa que tinha muito bom humor, era alegre como o Papa Francisco. Ela não
desanimava e não se entristecia diante dos problemas. Tinha sempre uma palavra
de carinho e de conforto, e de ânimo para todos nós.
Se ela
estivesse hoje aqui, diria especialmente para os jovens que vivessem o amor,
ajudando uns aos outros. Diria:
“Que se
colocassem sempre no lugar do outro. Isso vale para todos nós, que saibamos nos
colocar no lugar do outro. E quando ajudar o próximo, não é só dar uma esmola,
eles querem as vezes mais do que um “dinheirinho”, eles querem uma palavra de
conforto, um carinho e serem ouvidos.”
É isso que
buscamos fazer diariamente nas suas obras: viver acolhendo ao próximo que bate
a nossa porta, procurando ouvi-lo, consola-lo e nao apenas dando assistência na
educação. É assim que a gente consegue transformar muitas vidas e pensar como
ela faria se estivesse aqui.
Muito obrigada e abraço a todos.
Muito obrigada e abraço a todos.
Conheça um
pouco mais das Obras Sociais de Irmã Dulce*
Instituição
filantrópica de fins não econômicos, as Obras Sociais Irmã Dulce (OSID) abrigam
atualmente um dos maiores complexos de saúde com atendimento 100% gratuito do
Brasil, com mais de 3,5 milhões de procedimentos ambulatoriais por ano a
usuários do Sistema Único de Saúde (SUS), entre idosos, pessoas com deficiência
e com deformidades craniofaciais, pacientes oncológicos, crianças e adolescentes
em situação de risco social, dependentes de substâncias psicoativas e pessoas
em situação de rua.
Fundada em 26
de maio de 1959, por Irmã Dulce, a organização conta com um perfil de serviços
único no país, distribuídos em 21 núcleos que prestam assistência à população
de baixa renda nas áreas de Saúde, Assistência Social, Pesquisa Científica,
Ensino em Saúde, Ensino Fundamental e na preservação e difusão da memória de
sua fundadora. A entidade é reconhecida como instituição de utilidade pública
nos âmbitos municipal, estadual e federal e cadastrada no Conselho Nacional de
Assistência Social (CNAS).
A OSID é
fruto da trajetória de amor e serviço da religiosa baiana, conhecida como o
Anjo Bom do Brasil, que peregrinou durante mais de uma década em busca de um
local para abrigar pobres e doentes recolhidos das ruas de Salvador. As raízes
da instituição datam de 1949, quando Irmã Dulce, sem ter para onde ir com 70
doentes, pediu autorização a sua superiora para abrigar os enfermos em um
galinheiro situado ao lado do Convento Santo Antônio, na capital baiana. O
episódio fez surgir a tradição de que o maior hospital da Bahia nasceu a partir
de um simples galinheiro.
Números
Instalada em
Salvador, no Largo de Roma (Cidade Baixa), está hoje a sede das Obras Sociais
Irmã Dulce. O local, também conhecido como Complexo Roma, abriga atualmente, em
seus 40 mil metros quadrados de área construída, 20 dos 21 núcleos da entidade,
incluindo um total de 954 leitos hospitalares, para o atendimento de patologias
clínicas e cirúrgicas.
Desses núcleos, 19 apresentam atuação na Saúde, a exemplo do Hospital Santo Antônio, do Centro Geriátrico, Hospital da Criança, Unidade de Alta Complexidade em Oncologia, Centro de Acolhimento à Pessoa com Deficiência, Centro Especializado em Reabilitação e do Centro de Acolhimento e Tratamento de Alcoolistas, entre outros.
Desses núcleos, 19 apresentam atuação na Saúde, a exemplo do Hospital Santo Antônio, do Centro Geriátrico, Hospital da Criança, Unidade de Alta Complexidade em Oncologia, Centro de Acolhimento à Pessoa com Deficiência, Centro Especializado em Reabilitação e do Centro de Acolhimento e Tratamento de Alcoolistas, entre outros.
No Complexo
Roma, são contabilizados por ano 2 milhões de atendimentos ambulatoriais –
quase metade do total alcançado por toda a organização no estado. Ainda na sede
das Obras Sociais, local que atende diariamente cerca de 2 mil pessoas, são
realizadas por ano 12 mil cirurgias, além de 18 mil internamentos. Atualmente,
mais de 4 mil profissionais trabalham na organização, sendo mais de 2 mil
funcionários somente no complexo da capital baiana, local onde atuam ainda 320
médicos e 125 voluntários.
A atenção
integral, multidisciplinar e humanizada é uma das características do
atendimento prestado pelas Obras Sociais Irmã Dulce. São ações que cobrem todo
o espectro da assistência à saúde e que incluem atenção básica, 36
especialidades médicas, exames laboratoriais e de bioimagem, internação,
cirurgias de alta complexidade e reabilitação. Destaque também para o Centro de
Pesquisa Clínica e o Centro de Ensino e Pesquisa Professor Adib Jatene,
unidades dedicadas às áreas de Pesquisa e Ensino em Saúde. Como hospital
escola, a OSID oferece ainda internato de Medicina e 18 programas em
residências médicas, além da Residência Multiprofissional em Atenção à Saúde do
Idoso e Residência em Odontologia.
Unidades
Externas
Além dos 21
núcleos pertencentes à instituição, a OSID atua ainda na gestão de unidades
externas de saúde, sendo responsável hoje pela administração de três complexos
públicos, todos localizados na Bahia e vinculados ao Governo do Estado:
Hospital do Oeste (Barreiras), Hospital Eurídice Sant’anna (Santa Rita de
Cássia) e Hospital Regional Dr. Mário Dourado Sobrinho (Irecê).
A entidade
responde também pelo Centro de Convivência Irmã Dulce dos Pobres, localizado no
Centro Histórico de Salvador, que tem como foco a assistência às pessoas em
sofrimento psíquico e em vulnerabilidade social, incluindo usuários de
substâncias psicoativas e pessoas em situação de rua, além do atendimento às
famílias residentes no bairro e clientes referenciados pela rede SUS.
Para manter
viva esta grande obra, a OSID conta com recursos do Sistema Único de Saúde e de
convênios com organismos estatais, além de doações e venda de produtos. Fiel à
missão herdada de Irmã Dulce, “Amar e Servir”, a organização ampliou seu
alcance e se profissionalizou sem abrir mão de seus valores. Sua gestão é
estruturada com base no Planejamento Estratégico e acumula prêmios e
certificações como a ISO 9001:2008 (referência nacional para a certificação de
sistemas de Gestão da Qualidade), Bem Eficiente, Top Social e Rainha Sofia.
O
Santuário
Logo após sua
morte, Irmã Dulce foi sepultada na Igreja da Conceição da Praia, em Salvador.
Em 2000, com o início do processo de Beatificação da religiosa, seus restos
mortais foram então transferidos para a Capela do Convento Santo Antônio, no
Largo de Roma. Uma década depois, no dia 09 de junho de 2010, os restos mortais
da freira foram transladados para a Igreja da Imaculada Conceição da Mãe de
Deus – hoje conhecida também como Santuário da Bem-Aventurada Dulce dos Pobres,
localizado ao lado da sede das Obras Sociais Irmã Dulce (OSID).
No interior
do santuário, em um espaço chamado Capela das Relíquias, está o túmulo que
guarda as relíquias (termo utilizado para designar o corpo ou parte do corpo de
beatos ou santos) da Mãe dos Pobres. A transferência foi feita após a exumação
do corpo da religiosa para a retirada das suas relíquias e de uma vigília.
Espaço de devoção e fé, a Capela das Relíquias está aberta à visitação de fiéis
e demais admiradores da vida e obra do Anjo Bom.
A
Canonização
O Papa Francisco
promulgou o decreto que reconhece o segundo milagre atribuído à intercessão de
Irmã Dulce, cumprindo-se assim a última etapa do processo de Canonização da
beata baiana. A freira, conhecida como o Anjo Bom da Bahia, se tornará a
primeira santa nascida no Brasil e sua canonização será a terceira mais rápida
da história (27 anos após seu falecimento), atrás apenas da santificação do
Papa João Paulo II (9 anos após sua morte) e de Madre Teresa de Calcutá (19
anos após o falecimento da religiosa).
O segundo
milagre validado pelo Vaticano passou por três etapas de avaliação: uma reunião
com peritos médicos (que deram o aval científico), com teólogos, e, finalmente,
a aprovação final do colégio cardinalício, tendo sua autenticidade reconhecida
de forma unânime em todos os estágios. Uma graça só é considerada milagre após
atender a quatro pontos básicos: a instantaneidade, que assegura que a graça
foi alcançada logo após o apelo; a perfeição, que garante o atendimento
completo do pedido; a durabilidade e permanência do benefício e seu caráter
preternatural (não explicado pela ciência).
O arcebispo
de Salvador e Primaz do Brasil, Dom Murilo Krieger, disse que no próximo mês de
julho deve acontecer o consistório, evento no qual o Papa anuncia o
reconhecimento de novos santos, ocasião em que deve ser divulgada a data da
canonização de Irmã Dulce, que passará a ser chamada Santa Dulce dos Pobres. O
segundo milagre atribuído à Mãe dos Pobres reconhecido pelo Vaticano é a cura
da cegueira de um homem.
* Fonte:
Assessoria de Comunicação Obras Sociais Irmã Dulce (OSID)
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Fonte: vaticannews.va
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