1º Domingo da Quaresma
Que esta
quaresma , tempo de conversão, seja uma caminhada feliz, alegre que purifique e
intensifique nosso relacionamento com Deus!
Iniciamos nosso
tempo quaresmal com a reflexão sobre a gratidão a Deus pelos frutos recebidos,
expressada pela restituição ao Senhor, através de seus pobres, das primícias
dos frutos do trabalho. Essa atitude reconhecedora de que tudo o que temos vem
de Deus, reafirma nossa absoluta dependência Dele.
No passado, as
primícias eram entregues aos representantes de Deus: os levitas, os
estrangeiros, os órfãos, as viúvas, enfim a todos aqueles que não possuíam
terras, que eram socialmente pobres.
Não basta a
profissão de fé, mas é imperiosa a solidariedade e a generosidade em favor dos
necessitados. Reconheço a bondade de Deus, sua generosidade para comigo,
partilhando com os pobres o que Dele recebi.
O Evangelho nos
fala das tentações a que o ser humano é exposto. Lucas nos mostra Jesus, o
Homem por excelência, vivenciando essas tentações e saindo imune dessas ações
demoníacas.
A primeira
tentação é em relação à comida, à subsistência. Todos precisamos nos alimentar
para viver. Todavia Jesus passa um longo tempo sem se alimentar e, apesar da
fome, não dá vazão aos apelos do próprio corpo para que se alimente e se mantém
fiel a Deus.
Se tivesse usado
seus poderes para saciar suas necessidades, teria sido um vencedor aos olhos do
mundo, mas um derrotado aos olhos do Pai. Jesus rebate o Mal com um pequeno
texto da Sagrada Escritura: “Não só de pão vive o homem!”
Somente aquele
que considera sua vida à luz da Palavra de Deus está em condições de atribuir
às realidades terrenas seu exato valor!
A segunda
tentação está voltada ao modo de nos relacionarmos com as pessoas. Somos
levados a uma escolha entre dominar ou servir, competir ou solidarizar,
explorar ou disponibilizar-se. O intelectual, o rico, o mais forte, todos esses
podem se transformar em opressores daqueles que não tiveram oportunidades.
Onde quer que se
espezinhe a dignidade humana, aí entra a lógica do diabo. Para Jesus, grande
não é o bem sucedido, aquele perante a quem o mundo se ajoelha, mas aquele que
se ajoelha para lavar os pés do irmão mais pobre.
A terceira
tentação é a que deturpa o relacionamento entre o homem e Deus. Satanás usa a
palavra de Deus, o famoso “Está escrito ...” para desviar Jesus do
caminho. Com isso o Mal corrói os fundamentos da relação com Deus. Colocar Deus
à prova, incutir no ser humano a dúvida quanto à fidelidade do Senhor, fazer o
homem desejar ter provas da existência e da bondade do Pai. Jesus se mantêm
firme em toda e qualquer situação, inclusive no momento final da grande
provação: a da agonia no horto e a crucificação.
Somos tentados
cotidianamente e o seremos também no final de nossa vida, como foi o Mestre.
A segunda
leitura nos alenta diante desses espinhos diários. Diz-nos o Apóstolo: “Se,
pois, com tua boca confessares Jesus como Senhor e, no teu coração, creres que
Deus o ressuscitou dos mortos, serás salvo!” As obras só têm valor em
virtude da união com Cristo. É ele quem dá a dimensão transformadora dos bens
materiais em espirituais.
Que esta
quaresma , tempo de conversão, seja uma caminhada feliz, alegre que purifique e
intensifique nosso relacionamento com Deus!
Padre Cesar Augusto dos Santos
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Fonte: vaticannews.va
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