Na
Quaresma,
pedir a graça da coerência e deixar de ser hipócrita
Durante a missa
celebrada na capela da Casa Santa Marta, o Papa Francisco comentou a primeira
Leitura, extraída do livro Profeta Isaías, e explicou a diferença que existe na
nossa vida entre o real e o formal, condenando toda forma de hipocrisia.
Cidade do Vaticano - Peçamos esta
graça na Quaresma: a coerência entre o formal e o real, entre a realidade e as
aparências: palavras do Papa Francisco na homilia desta sexta-feira (08/03), ao
celebrar a missa na capela da Casa Santa Marta. O Pontífice inspirou sua
reflexão no trecho extraído do livro do profeta Isaías.
A alegria da
penitência
A simplicidade
das aparências deveria ser redescoberta sobretudo no período da Quaresma,
através do exercício do jejum, da esmola e da oração. Os cristãos, de fato,
deveriam fazer penitência mostrando-se alegres; ser generosos com quem se encontra
na necessidade sem “tocar os tambores”; dirigir-se ao Pai quase “escondido”,
sem buscar a admiração dos outros. No tempo de Jesus, explicou o Papa, o
exemplo era nítido na conduta do fariseu e do publicano; hoje, os católicos se
sentem “justos” porque pertencem a certa “associação”, vão à “missa todos os
domingos” e não são “como aqueles pobretões que não entendem nada”.
As pessoas que
buscam as aparências jamais se reconhecem pecadores e se você disser a elas:
“Mas você também é pecador!” – “Mas sim, todos temos pecados!”, e relativizam
tudo e voltam a se tornar justos. Buscam até aparecer com cara de santinhos:
tudo aparência. E quando existe esta diferença entre a realidade e a aparência,
o Senhor usa o adjetivo: “Hipócrita”.
A hipocrisia dos
"profissionais da religião"
Cada pessoa é
tentada pelas hipocrisias e o tempo que nos conduz à Páscoa pode ser ocasião
para reconhecer as próprias incoerências, para identificar as camadas de
maquiagem de modo a “esconder a realidade”. Francisco insistiu no aspecto da
hipocrisia, um tema que emergiu com força durante a XV Assembleia geral
ordinária do Sínodo dos Bispos sobre o tema: “Os jovens, a fé e o discernimento
vocacional”. Os jovens, afirmou, ficam impressionados com aqueles que buscam
aparecer, mas depois se comportam consequentemente, sobretudo quando esta
hipocrisia é vivida por “profissionais da religião”. O Senhor, ao invés, pede
coerência.
Muitos cristãos,
mesmo católicos, que se dizem católicos praticantes, como exploram as pessoas!
Como exploram os operários! Como os mandam para casa no início do verão para
readmiti-los no final, de modo que não têm direito à aposentadoria, não têm
direito de ir avante. E muitos deles se dizem católicos: vão à missa no
domingo… mas agem assim. E isso é pecado mortal! Quantas pessoas humilham seus
operários...
Beleza da
simplicidade
Neste tempo da
Quaresma, o Pontífice convidou os fiéis a redescobrirem a beleza da
simplicidade, da realidade que “deve estar unida à aparência”.
Peça ao Senhor a
força e vai humildemente avante, com aquilo que pode. Mas não maquie a alma,
porque, se fizer isso, o Senhor não o irá reconhecer. Peçamos ao Senhor a graça
de sermos coerentes, de não sermos vaidosos, de não aparecer mais dignos
daquilo que somos. Peçamos esta graça nesta Quaresma: a coerência entre o
formal e o real, entre a realidade e as aparências.
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Assista:
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Fonte: vaticannews.va
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