"Jesus e seu Reino vêm a nós todos os dias"
Nesta
Quarta-feira de Cinzas, o Papa desejou a todos um frutuoso caminho quaresmal
que permita encontrar e seguir mais de perto Jesus, até poder dizer, com São
Paulo, "já não sou eu que vivo, mas é Cristo que vive em mim".
Cidade do
Vaticano - Nesta bela quarta-feira de sol, antecedendo a primavera, o Papa foi
acolhido por milhares de fiéis na Praça São Pedro, onde concedeu a
audiência geral.
Francisco propôs
a todos uma catequese de continuidade com o ciclo iniciado há algumas semanas
sobre a oração do Pai Nosso. Desta vez, se deteve no verso ‘Venha a nós o vosso
reino’, a segunda invocação com a qual nos dirigimos a Deus.
Atenção e ternura |
Tudo isso
demonstra que a vitória de Cristo ainda não se completou e tantos homens e
mulheres ainda vivem com o coração fechado. Quando nós cristãos dizemos: ‘Venha
a nós o vosso Reino’, significa ‘Precisamos de Vós, em todos os lugares e
para sempre, em meio de nós’.
A bênção do Pastor |
‘Venha a nós o
vosso Reino!’: semeemos esta palavra em meio aos nossos pecados e tropeços.
Ofereçamos esta invocação às pessoas vencidas e abatidas, a quem experimentou
na vida mais ódio que amor, a quem viveu tantos dias inúteis sem entender
porquê. Vamos doá-la a quem lutou pela justiça, a todos os mártires da
história, a quem combateu por nada... Escutaremos então a oração do Pai Nosso
responder, repetindo pela enésima vez aquelas palavras de esperança do Espírito
Santo: “Sim, eu venho em breve. Amém!”.
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Assista:
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Assista:
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As cinzas
sagradas, origem e significado
Com a
Quarta-feira de Cinzas inicia a Quaresma, período de quarenta dias que precede
a Páscoa, durante os quais somos convidados à conversão. Assim como na
Sexta-feira Santa, é um dos principais dias da Quaresma a ser dedicado ao jejum
e abstinência de carnes.
Cidade do
Vaticano - Depois que João foi preso, Jesus veio à Galileia, pregando o
Evangelho de Deus. Dizia: "Completou-se o tempo, e o Reino de Deus está
próximo. Convertei-vos e crede no Evangelho" (Mc 1, 1-15)
Do trecho do
Evangelho de Marcos foi extraída a fórmula que acompanha a imposição das Cinzas
Sagradas, permitidas para toda as celebrações do dia. Com este simples gesto no
início deste período litúrgico, evidencia-se, além do aspecto penitencial,
também o tempo da conversão, da oração assídua e do regresso ao Pai Celeste.
Origem da
celebração
Segundo a antiga
praxe, o sacramento da penitência era público e constituía de fato o rito que
dava início ao caminho de penitência dos fiéis que seriam absolvidos na
celebração da manhã da Quinta-feira Santa. Mais tarde o gesto da imposição das
Cinzas – obtidas queimando os ramos de oliveiras benzidas no Domingo de Ramos do
ano anterior – estendeu-se a todos os fiéis e foi colocado dentro da celebração
da Missa, no final da homilia. Também a fórmula que acompanha, com o tempo foi
mudada: no início era “recorda-te que és pó e em pó te hás de tornar!” extraído
do Gênesis. Além disso, ainda hoje o rito Ambrosiano é diverso do Romano porque
não consta a imposição das Cinzas e a Quaresma inicia no domingo seguinte.
O significado
bíblico das Cinzas
As cinzas
sagradas que são colocadas na fronte estão presentes no texto bíblico várias
vezes e assumem um significado duplo. Antes de tudo indica a frágil condição do
homem diante do Senhor, como evidencia Abraão que fala a Deus na Gênesis:
“Abraão prosseguiu e disse: ‘Sou bem atrevido em falar a meu Senhor, eu que sou
pó e cinza’” (Gên 18, 27). Jó também sublinha o profundo limite da própria
existência: “Arremessam-me ao lodo e eu me confundo com a poeira e a cinza” (Jó
30, 19). Assim como outros exemplos do Livro da Sabedoria e do Eclesiástico:
“De repente nascemos, e logo passaremos, como quem não existiu. Fumaça é a
respiração em nossas narinas e o pensamento, uma centelha ao pulsar do coração:
quando ela se apaga, nosso corpo se tornará cinza e o espírito se dispersará
como o ar inconsistente. (Sab 2, 2-3); “Por que se ensoberbece quem é terra e
cinza, aquele que ainda em vida expele as próprias entranhas? (Eclo 10,9).
Também, as cinzas são um sinal concreto de quem se arrependeu e com o coração
renovado retoma o próprio caminho para o Senhor, como se lê no Livro de Jonas
no qual o rei de Nínive, ao receber a notícia da conversão do seu povo,
senta-se sobre as cinzas, e no de Judith no qual os habitantes de Jerusalém que
querem rezar a Deus para que os liberte, espalham em suas frontes as cinzas
sagradas.
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Os votos do Papa para a Quaresma:
Penitência e
conversão
Com o início da
Quaresma nesta Quarta-feira de Cinzas, o Papa Francisco fez votos aos fiéis de
que vivam este período em autêntico espírito de penitência e de conversão.
Cidade do
Vaticano - "Como um retorno ao Pai": neste espírito, o Papa Francisco
convida os fiéis a viverem a Quaresma, que teve início nesta Quarta-feira de
Cinzas.
Na Audiência
Geral na Praça São Pedro, ao saudar os peregrinos em italiano, o Pontífice fez
votos de que cada um viva este tempo em "autêntico espírito penitencial e
de conversão, como um retorno ao Pai, que espera todos com os braços abertos
para nos admitir à comunhão mais íntima com Ele".
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Assista:
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Assista:
Campanha da
Fraternidade:
Mensagem do Papa Francisco ao povo brasileiro
Papa: "Os
cristãos devem buscar uma participação mais ativa na sociedade como forma
concreta de amor ao próximo, que permita a construção de uma cultura fraterna
baseada no direito e na justiça".
Cidade do
Vaticano - Como já é tradição, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil
(CNBB) abre oficialmente nesta quarta-feira de Cinzas, (06/03), a Campanha da
Fraternidade (CF). Neste ano de 2019 o tema é “Fraternidade e Políticas
Públicas” e o lema “Serás libertado pelo direito e pela justiça” (Is
1,27).
Nesta Campanha,
que se desenvolve mais intensamente no período da Quaresma, a Igreja Católica
busca chamar a atenção dos cristãos para o tema das políticas públicas, ações e
programas desenvolvidos pelo Estado para garantir e colocar em prática direitos
que são previstos na Constituição Federal e em outras leis.
Igreja quer
estimular a participação em políticas públicas
Nesta CF 2019, a
Igreja no Brasil pretende estimular a participação dos cristãos em políticas
públicas, à luz da Palavra de Deus e da Doutrina Social da Igreja para
fortalecer a cidadania e o bem comum, sinais da fraternidade. O
texto-base da campanha descreve, entre outros tópicos, sobre o ciclo e etapas
de uma política pública e faz a distinção entre as políticas de governo e as
políticas de Estado, bem como apresenta os canais de participação social, como
os conselhos previstos na Constituição Federal de 1988.
Todos os anos, a
CNBB apresenta a CF como caminho de conversão quaresmal. É uma atividade ampla
de evangelização que pretende ajudar os cristãos e pessoas de boa vontade a
vivenciarem a fraternidade em compromissos concretos, provocando, ao mesmo
tempo, a renovação da vida da Igreja e a transformação da sociedade, a partir
de temas específicos. Em 2019, a Conferência convida todos a percorrer o
caminho da participação na formulação, avaliação e controle social das
políticas públicas em todos os níveis como forma de melhorar a qualidade dos
serviços prestados ao povo brasileiro.
Mensagem do Papa
Francisco
O Papa Francisco
também este ano enviou uma mensagem por ocasião da abertura da Campanha da
Fraternidade. Eis a íntegra da mensagem do Santo Padre:
Queridos irmãos
e irmãs do Brasil!
Com o início da
Quaresma, somos convidados a preparar-nos, através das práticas penitenciais do
jejum, da esmola e da oração, para a celebração da vitória do Senhor Jesus
sobre o pecado e a morte. Para inspirar, iluminar e integrar tais práticas como
componentes de um caminho pessoal e comunitário em direção à Páscoa de Cristo,
a Campanha da Fraternidade propõe aos cristãos brasileiros o horizonte das
“políticas públicas”.
Muito embora
aquilo que se entende por política pública seja primordialmente uma
responsabilidade do Estado cuja finalidade é garantir o bem comum dos cidadãos,
todas as pessoas e instituições devem se sentir protagonistas das iniciativas e
ações que promovam «o conjunto das condições de vida social que permitem aos
indivíduos, famílias e associações alcançar mais plena e facilmente a própria
perfeição» (Gaudium et spes, 74).
Cientes disso,
os cristãos - inspirados pelo lema desta Campanha da Fraternidade «Serás
libertado pelo direito e pela justiça» (Is 1,28) e seguindo o exemplo do
divino Mestre que “não veio para ser servido, mas para servir” (Mt 20,28)
- devem buscar uma participação mais ativa na sociedade como forma concreta de
amor ao próximo, que permita a construção de uma cultura fraterna baseada no
direito e na justiça. De fato, como lembra o Documento de Aparecida, «são os
leigos de nosso continente, conscientes de sua chamada à santidade em virtude
de sua vocação batismal, os que têm de atuar à maneira de um fermento na massa
para construir uma cidade temporal que esteja de acordo com o projeto de Deus»
(n. 505).
De modo
especial, àqueles que se dedicam formalmente à política - à que os Pontífices,
a partir de Pio XII, se referiram como uma «nobre forma de caridade» (cf. Papa
Francisco, Mensagem ao Congresso organizado pela CAL-CELAM, 1/XII/2017) –
requer-se que vivam «com paixão o seu serviço aos povos, vibrando com as fibras
íntimas do seu etos e da sua cultura, solidários com os seus
sofrimentos e esperanças; políticos que anteponham o bem comum aos seus
interesses privados, que não se deixem intimidar pelos grandes poderes
financeiros e mediáticos, sendo competentes e pacientes face a problemas
complexos, sendo abertos a ouvir e a aprender no diálogo democrático,
conjugando a busca da justiça com a misericórdia e a reconciliação» (ibid.).
Refletindo e
rezando as políticas públicas com a graça do Espírito Santo, faço votos,
queridos irmãos e irmãs, que o caminho quaresmal deste ano, à luz das propostas
da Campanha da Fraternidade, ajude todos os cristãos a terem os olhos e o
coração abertos para que possam ver nos irmãos mais necessitados a “carne de
Cristo” que espera «ser reconhecido, tocado e assistido cuidadosamente por nós»
(Bula Misericórdia vultus, 15). Assim a força renovadora e transformadora
da Ressurreição poderá alcançar a todos fazendo do Brasil uma nação mais
fraterna e justa. E para lhes confirmar nesses propósitos, confiados na
intercessão de Nossa Senhora Aparecida, de coração envio a todos e cada um a
Bênção Apostólica, pedindo que nunca deixem de rezar por mim.
Vaticano, 11 de
fevereiro de 2019.
[Franciscus PP.]
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Fonte: vaticannews.va
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