Escutemos o grito dos pequenos que pedem justiça
O Papa Francisco
abriu os trabalhos do encontro sobre "A proteção dos menores na
Igreja" que começou nesta quinta-feira (21), no Vaticano, e vai até
domingo. A introdução do Pontífice aconteceu logo depois da oração inicial,
quando desejou "não simples e evidentes condenações, mas medidas concretas
e eficazes a serem realizadas".
Cidade do
Vaticano - No início da manhã desta quinta-feira (21), o Papa Francisco
introduziu os trabalhos do primeiro dia do encontro inédito sobre a proteção
dos menores dentro da Igreja. A conferência reúne, pela primeira vez, os
presidentes das Conferências Episcopais de todo o mundo no Vaticano para
abordar o tema.
O Papa começou o
encontro afirmando do seu forte desejo de responsabilidade em interpelar
Patriarcas, Cardeais, Arcebispos, Bispos, Superiores Religiosos e Responsáveis
“diante da chaga dos abusos sexuais perpetrados por homens da Igreja em
detrimento dos menores”. Todos juntos e “com a docilidade” da condução do
Espírito Santo, “escutemos o grito dos pequenos que pedem justiça”.
“O santo Povo
de Deus nos vê e espera de nós não simples e evidentes condenações, mas medidas
concretas e eficazes a serem realizadas.”
Responsabilidade
pastoral e eclesial
O Pontífice
pediu que o encontro tivesse a incumbência do “peso da responsabilidade
pastoral e eclesial que nos obriga a discutir juntos, de maneira sinodal,
sincera e aprofundada sobre como enfrentar esse mal que aflige a Igreja e a
humanidade. O santo Povo de Deus nos vê e espera de nós não simples e evidentes
condenações, mas medidas concretas e eficazes a serem realizadas. São
necessárias medidas concretas”, acrescentou Francisco.
Palavras de sabedoria |
O Papa
enalteceu, então, que o percurso de todos através desse encontro, no Vaticano,
começa “armados da fé e do espírito de máxima parresia, de coragem e
concretude”.
Como subsídio, disse
Francisco, “me permito compartilhar com vocês alguns importantes critérios,
formulados pelas diversas Comissões e Conferências Episcopais que chegaram até
nós. São orientações para ajudar a nossa reflexão que serão entregues a vocês.
São um simples ponto de partida que veio de vocês e volta para vocês”.
Transformar o
mal em consciência e purificação
O Papa
Francisco, então, agradeceu a Pontifícia Comissão para a Proteção dos Menores,
a Congregação para a Doutrina da Fé e os membros da Comissão Organizadora pelo
“excelente trabalho desenvolvido com grande empenho em preparar este encontro”.
E o Pontífice finalizou:
Mesa diretora dos trabalhos |
“Peço ao
Espírito Santo de nos sustentar nestes dias e de nos ajudar a transformar esse
mal em uma oportunidade de consciência e de purificação. A Virgem Maria nos
ilumine para buscar curar as graves feridas que o escândalo da pedofilia causou
seja nos pequenos que nos crentes.”
Ouvir as vozes
das vítimas
Que o Espírito Santo assista nossos bispos! |
Os trabalhos do
encontro iniciaram com uma oração, durante a qual alguns testemunhos de vítimas
foram compartilhados – de quem não pôde falar ou foi silenciado. Os presentes
na conferência elevaram as próprias orações para que cada um pudesse ouvir
aqueles que “foram violados e feridos, maltratados e abusados”, reconhecendo
“as feridas do povo para que seja feita justiça”.
“Não consentir
que os nossos fracassos”, foi a oração ao Senhor, “façam os homens perderem a
fé em ti e no teu Evangelho”. Um longo e denso silêncio seguiu a uma das
experiências que foram lidas.
“Ninguém me
escutava; nem os meus pais, nem os meus amigos, nem depois as autoridades
eclesiásticas. Não me escutavam e nem mesmo o meu choro. E eu me questiono: por
quê? E me questiono por que Deus não me escutou?”
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Fonte: vaticannews.va
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