Humildade
e mansidão para curar e converter
A homilia do
Papa Francisco nesta quinta-feira foi dedicada à cura de nossas doenças
espirituais e à conversão.
Cidade do
Vaticano - Para abrir o coração dos outros e convidar à conversão são
necessárias mansidão, humildade e pobreza, seguindo os passos de Cristo: foi o
que disse o Papa Francisco na homilia da missa celebrada na Casa Santa Marta
(07/02). A sua reflexão partiu do trecho do Evangelho de Marcos (Mc 6,7-13)
proposto pela Liturgia do dia: a mensagem é precisamente a “cura”.
Verniz
Jesus convida os
seus discípulos a curar, assim como Ele mesmo veio ao mundo para curar, “curar
a raiz do pecado em nós”, “o pecado original”. “Curar é um pouco como recriar”,
observou o Papa: “Jesus nos recriou a partir da raiz e depois fez com que
fôssemos avante com o seu ensinamento, com a sua doutrina, que é uma doutrina
que cura”, sempre. E o primeiro mandamento que dá é a conversão.
A primeira cura
é a conversão no sentido de abrir o coração para que entre a Palavra de Deus.
Converter-se é olhar para o outro lado, convergir para outra parte. E isso abre
o coração, mostra outras coisas. Mas se o coração estiver fechado, não pode ser
curado. Se alguém está doente e por teimosia não quer ir ao médico, não será
curado. E a eles diz, primeiro: “Convertam-se, abram o coração”. Mesmo que nós
cristãos façamos tantas boas coisas, mas se o coração estiver fechado, é só
verniz por fora.
E na primeira
chuva, desaparecerá. Portanto, Francisco exortou a se questionar: “Eu sinto
este convite a me converter, abrir o coração para ser curado, para encontrar o
Senhor, para ir avante?”. Para proclamar que as pessoas se convertam, é preciso
porém autoridade. Para conquistá-la, Jesus diz no Evangelho, diz “não levem
nada para o caminho, a não ser um cajado; nem pão, nem sacola, nem dinheiro”.
Ou seja, a pobreza.
Não se cura
buscando o poder
O Papa convidou
à “pobreza, humildade, mansidão”. E como exorta Jesus no Evangelho, “se não os
receberem, vão para outra parte!”, fazendo o gesto de sacudir as sandálias, mas
– reiterou Francisco – com mansidão e humildade, porque esta é a atitude do
apóstolo.
Se um apóstolo,
um convidado, qualquer um de vocês – há tantos convidados aqui -, vai um pouco
com o nariz empinado, acreditando ser superior aos outros ou buscando algum
interesse humano ou – não sei – buscando posições na Igreja, jamais curará
alguém, não conseguirá abrir o coração de ninguém, porque a sua palavra não terá
autoridade. O discípulo terá autoridade se seguir o passos de Cristo. E quais
são os passos de Cristo? A pobreza. De Deus se fez homem! Ele se aniquilou! Ele
se despiu! A pobreza que leva à mansidão, à humildade. O Jesus humilde que sai
pela estrada para curar. E assim, um apóstolo com esta atitude de pobreza, de
humildade, de mansidão, é capaz de ter a autoridade para dizer: “Convertam-se”,
para abrir os corações.
Interessar-se
pelas pessoas
Depois de
exortar à conversão, os convidados expulsavam muitos demônios, com a autoridade
de dizer: “Não, este é um demônio! Isso é pecado. Esta é uma atitude impura!
Você não pode fazê-lo”. Mas é preciso dizer com “a autoridade do próprio
exemplo, não com a autoridade de alguém que fala lá de cima, mas não está interessado
nas pessoas”, destacou ainda Francisco, explicando que isso não é autoridade, é
autoritarismo”. “Diante da humildade, diante do poder do nome de Cristo com o
qual o apóstolo exerce a sua missão, se é humilde, os demônios fogem”, porque
não suportam que os pecados sejam curados.
Os enviados
curavam também o corpo, ungindo com óleo muitos enfermos. “A unção é a carícia
de Deus”, afirmou o Papa: o óleo, de fato, é sempre uma carícia, amacia a pele
e faz se sentir melhor. Portanto, os apóstolos devem aprender “esta sabedoria
das carícias de Deus”. “Assim um cristão cura, não somente um bispo”: “cada um
de nós – reiterou Francisco –, tem o poder de curar” o irmão ou a irmã “com uma
palavra doce, com a paciência, com um conselho, com um olhar, mas como o óleo,
humildemente”.
Todos nós
precisamos ser curados, todos, porque todos temos doenças espirituais, todos.
Mas também todos nós temos a possibilidade de curar os outros, mas com esta
atitude. Que o Senhor nos dê esta graça de curar como Ele curava: com a mansidão,
com a humildade, com a força do pecado, contra o diabo e ir avante nesta bela
missão de nos curar entre nós: “Eu curo uma pessoa e me deixo curar por outra”.
Entre nós. Esta é uma comunidade cristã.
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Intenção de
oração do Papa para fevereiro:
Rezar pelas vítimas do tráfico de pessoas
"Rezemos
pelo acolhimento generoso das vítimas do tráfico de pessoas, da prostituição
forçada e da violência", afirma Francisco no vídeo.
Cidade do
Vaticano - Nas intenções de oração para este mês de fevereiro, o Papa Francisco
convida a rezar pelas vítimas do tráfico de pessoas.
“Mesmo que
tentemos ignorá-la, a escravidão não é algo de outros tempos. Perante esta
trágica realidade, não podemos lavar as mãos se não quisermos ser, de certa
forma, cúmplices destes crimes contra a humanidade”, afirma Francisco no vídeo
da Rede Mundial de Oração do Papa.
O Pontífice
afirma ainda que “não podemos ignorar que hoje há escravidão no mundo, tanto ou
talvez mais do que antes. Rezemos pelo acolhimento generoso das vítimas do
tráfico de pessoas, da prostituição forçada e da violência”.
Nós os vemos
diariamente nos noticiários e na imprensa. Nós os chamamos de migrantes
econômicos, refugiados, clandestinos, deslocados, menores abandonados,
caravanas, ou de outra forma, esquecendo muitas vezes que são pessoas.
Eles são
milhões, obrigados a fugir diariamente de suas terras, devido à guerra, fome,
perseguições políticas, religiosas ou situações de pobreza extrema, enfrentando
abusos de todo tipo. O que em por outro não vemos são as organizações
criminosas que lucram com isso, escravizando homens, mulheres e crianças, no
trabalho ou sexualmente, para o comércio de órgãos, para fazê-los mendigar ou
entrar na delinquência.
Dia Mundial de
Oração e Reflexão contra o Tráfico de Pessoas
O Dia Mundial de
Oração e Reflexão contra o Tráfico de Pessoas é celebrado em 8 de fevereiro,
memória litúrgica de Santa Josefina Bakhita.
Em colaboração
com Talitha Kum, rede mundial da vida consagrada comprometida contra o
tráfico de pessoas, a seção Migrantes e Refugiados do Dicastério para o
Serviço do Desenvolvimento Humano Integral, a Pontifícia Academia das
Ciências, o Serviço Jesuíta para Refugiados e o Apostolado do
Mar, a Rede Mundial de Oração do Papa se une ao Dia Mundial de
Oração e Reflexão contra o Tráfico de Pessoas, com a hashtag#JuntosContraOTráficodePessoas.
Por sua parte, Pe.
Frédéric Fornos, SJ, diretor internacional da Rede Mundial de Oração do Papa,
afirmou: “Diante desta tragédia humana, de tanto sofrimento, desamparo e
angústia de homens, mulheres e crianças que são vítimas do tráfico de seres
humanos e da escravidão, frequentemente no contexto da migração, o que podemos
fazer? Denunciar nossa cumplicidade, mas também rezar. O grito da oração,
aquele que vem do coração e do qual os salmos são o eco”.
Pe. Fornos
também recordou que há alguns dias a seção “Migrantes e Refugiados” do
Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral apresentou dois
documentos importantes para ajudar na luta contra toda forma de tráfico humano:
“Não são discursos. Esses documentos são um forte chamado a mudar a sociedade e
propõem ações concretas para toda a Igreja. O Papa Francisco está fortemente
comprometido com a luta contra este flagelo em suas diversas expressões”.
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Assista:
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Saiba mais
sobre: O Vídeo do Papa
O Vídeo do Papa
é uma iniciativa oficial de alcance global que tem como objetivo difundir as
intenções de oração mensais do Santo Padre. É desenvolvida pela Rede Mundial de
Oração do Papa (Apostolado da Oração). Mais informações em: https://www.thepopevideo.org/?lang=pt-br
A Rede Mundial
de Oração do Papa
A Rede Mundial
de Oração do Papa é uma obra pontifícia. Tem como missão mobilizar os cristãos,
pela oração e pela ação, para os desafios da humanidade e da missão da Igreja.
Estes desafios, discernidos pelo Papa, exprimem-se sob a forma de intenções de
oração que ele confia a toda a Igreja. Foi fundada em 1844 como Apostolado da
Oração, atualmente está presente em 98 países e mais de 35 milhões de católicos
participam, incluindo seu grupo de jovens, o Movimento Eucarístico Jovem. O
Papa constituiu este serviço eclesial como uma Obra Pontifícia e aprovou os
seus novos estatutos em Março de 2018. O seu diretor internacional é o P.
Frédéric Fornos, S.J. Mais informações em: https://www.popesprayer.va/pt-pt/
Seção Migrantes
e Refugiados
A Seção
Migrantes e Refugiados é um pequeno departamento pastoral da Santa Sé,
orientado pessoalmente pelo Papa Francisco, cujo objetivo é ajudar a Igreja, a
nível mundial, a acompanhar pessoas vulneráveis que se encontram deslocadas,
incluindo aquelas forçadas a deixar as suas terras devido a conflitos,
desastres naturais, perseguição, pobreza extrema, refugiados e vítimas de
tráfico humano. Mais informação em https://migrants-refugees.va
Talitha Kum
Talitha Kum é
uma rede internacional contra o tráfico de pessoas, fundada em 2009 pela União
Internacional de Superiores Gerais, em Roma (UISG). É constituída por 43 redes
locais/regionais, abrangendo 77 países. Nela estão envolvidos aproximadamente
2.000 religiosos e religiosas e seus colaboradores. A missão de Talitha Kum é
acabar com o tráfico de pessoas, através de ações integradas orientadas
sobretudo para a prevenção, proteção e reabilitação social. Mais
informação em: https://preghieracontrotratta.org
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Fonte: vaticannews.va
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