Um só coração
Quem tem coração
humano-divinizado pelo Filho de Deus, não só fala que tem fé, mas a pratica de
verdade, sendo solidário com os mais necessitados e excluídos de vida digna.
Parece uma
utopia o que os primeiros cristãos realizavam na prática do amor ensinado por
Jesus. Todos viviam como fossem um só coração. Tudo o que tinham colocavam em
comum. Ninguém passava necessidade (Cf. Atos 4,32-35).
Com as
diferenças e pluralidades de ambientes, culturas, tradições e características
diferenciadas o desafio da mútua colaboração e distribuição de possibilidades
para uma vida digna é muito grande. No entanto, organismos internacionais,
nacionais e regionais poderiam existir com a colaboração de governos e
instituições que olhassem não só para cada nação e sim também para o benefício
da humanidade. O Papa Francisco, na encíclica Louvado Seja (Laudato Sì), fala
da proteção ao meio ambiente, que deve ser preservado para o bem da humanidade.
Quantas vezes os Pastores da Igreja têm advertido sobre a necessidade de
armistícios para os países superarem as guerras! Como é importante haver
esforço de países mais desenvolvidos para cooperarem com a superação da fome e
da miséria em tantos lugares do hemisfério sul!
A desigualdade
exorbitante entre países ricos e pobres clama por compaixão e justiça a quem
pode ajudar a diminuí-la e não o faz! No próprio Brasil temos desigualdades
gritantes em minorias riquíssimas e grandes parcelas pobres. Estas acabam
pagando proporcionalmente mais tributos do que aquelas que contribuem pouco
para a sociedade em que vivem e usufruem do bom e do melhor! Temos grandes
proprietários de terras que não as cultivam e não deixam outros fazê-lo! A
reforma agrária é de fundamental importância para se fazer justiça aos que não
têm com que cultivar!
Quem tem coração
humano-divinizado pelo Filho de Deus, não só fala que tem fé, mas a pratica de
verdade, sendo solidário com os mais necessitados e excluídos de vida digna.
Todos querem viver em paz, mas esta só se dá no coração de quem tem
sensibilidade e pratica a solidariedade com o próximo. Ao contrário, não
adiante dizer que tem fé.
Uma vez
experimentada na própria vida a certeza da ressurreição de Jesus, a pessoa tem
o entusiasmo de demonstrar na prática seu novo encaminhamento de relacionamento
com o semelhante, sendo solidário com suas necessidades. Por causa do Filho de
Deus ela se torna agente de colaboração com o bem do outro e de toda a
sociedade.
Se não temos as
condições dos primeiros cristãos de colocar tudo em comum, temos sim condição
de sair de nós mesmos para sermos solidários com causas que ajudem a superação
de todo o mal na sociedade. Vemos demais a injustiça da miséria e a da má
política que injustiça grande parte da população.
A ressurreição
de Jesus é ponto de referência essencial para também promovermos a vida digna
para tantos que não a têm!
Dom José Alberto
Moura - Arcebispo Metropolitano de Montes Claros
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