Arcebispo de
Belo Horizonte
fala sobre desafios pastorais nas metrópoles
A presença e
atuação da Igreja nos grandes centros urbanos é uma preocupação e uma
realidade para a Igreja no Brasil. Nesta quarta-feira (18), durante a 56ª Assembleia Geral da
Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), em
Aparecida (SP), o Arcebispo de Belo Horizonte (MG), Dom Walmor Oliveira de
Azevedo trouxe contribuições de sua Igreja local.
A Arquidiocese
de Belo Horizonte está presente na capital mineira e em outros 28 municípios
da região metropolitana de Belo Horizonte, compreendendo 5,3 milhões de
habitantes com um percentual de 74,5% de católicos.
O arcebispo
citou uma pesquisa do Centro de Geoprocessamento de Informações e Pesquisas
Pastorais e Religiosas – Cegipar da Pontifícia Universidade Católica de Minas
Gerais (PUC), que cerca de 500 mil habitantes da região moram em
vilas ou favelas e apontou que a Igreja particular de Belo Horizonte não está
presente em 170 favelas da região metropolitana.
“Este é um
desafio urbano para nossa Igreja: estar presente no meio dos pobres”, afirmou
Dom Walmor, que destacou também a necessidade de ter instrumentos de trabalho
que tragam um panorama real das cidades e não apenas uma visão generalizada.
“O trabalho na realidade urbana supõe ter
equipamentos adequados de abordagem, de intercâmbio e de análise da própria
realidade”, acrescentou. Dom Walmor ainda citou o trabalho crescente de
comunicação e nas redes sociais realizado na Arquidiocese para contribuir com a
evangelização.
Dom Walmor falou
da necessidade de fazer crescer a rede de comunidades. “Não tem como
evangelizar nos grandes centros urbanos, nas cidades conturbadas das regiões
metropolitanas sem a força das comunidades, sem o fortalecimento com uma Igreja
ministerial”, afirmou.
O arcebispo
ainda completou falando da valorização da religiosidade popular e da
devoção mariana, citando os mais de dez santuários da Arquidiocese, como
centros de espiritualidade e lugar de cuidar dos pobres.
“Evangelizar nas
grandes cidades é usar, criar e expandir equipamentos numa concepção muito
aberta e bastante audaciosa para fazer essa experiência importante e bonita de
permear os valores do evangelho na cultura, nos corações, na vida e na dinâmica
de nossas grandes cidades”, concluiu.
............................................................................................................................................................
Assista:
...........................................................................................................................................................
..................................................................................................................................................
Cardeal Hummes
destaca questões urgentes da Igreja na Amazônia
A coletiva de
imprensa desta quarta-feira, 18 de abril, durante a 56ª Assembleia Geral
da CNBB abordou um conjunto de temas sociais da Igreja. Participaram
desta coletiva o presidente da Comissão Especial para a Amazônia, Cardeal
Dom Claudio Hummes, o presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Ação
Social Transformadora, Dom Guilherme Werlang e o Presidente do
Conselho Indigenista Missionário, Dom Roque Paloschi.
Dom Guilherme Werlang - Dom Roque Paloschi - Dom Claudio Hummes |
O início da
coletiva traçou expectativas para o Sínodo da Amazônia que acontecerá
em outubro de 2019. Dom Claudio detalhou novidades, após reunião ocorrida em
Roma nos últimos dias.
Para o Cardeal,
o Papa espera um Igreja com um clero indígena, inclusive. “É um sínodo para
encontrar novos caminhos e não incentivar os caminhos velhos de sempre. Novas
possibilidades de trabalho, aponta Dom Claudio.
Em Roma, a
reunião pré-sinodal conta com a participação de cinco bispos católicos, mas ao
todo são 20 pessoas participando, até mesmo o Papa Francisco, que segundo Dom
Claudio esteve presente nos encontros de forma quase que total, se ausentando
somente uma vez por questão de agenda. “Ele estava sentado conosco e ouvindo o
que estavam propondo”, afirma Dom Cláudio.
O Cardeal
brasileiro também disse que é um momento para preparar um documento que
desperte no publico, na sociedade em geral, o interesse pelo sínodo.
Outro aspecto
importante é que será elaborado um questionário para que dioceses da região
amazônica possam indicar suas urgências, são previstos também encontros
internacionais e regionais e com pessoas mais simples da base, ou seja, os
ribeirinhos, os indígenas, o povo mais pobre e mais esquecido.
Até a realização
do Sínodo vai ser pensado o que se quer da Igreja na Amazônia que passa por
momento de questão de ameaça pelo desmatamento, mineração, agropecuária etc.
“Como preservar, defender rios, matas e a biodiversidade, além do povo em geral
e ajudar para que não seja atropelados, destruídos, degradados. Como podemos
anunciar Jesus dentro dessa problemática, como aquele que guia e reúne?”,
relata Hummes.
Questões
urgentes da Igreja na Amazônia
Dom Claudio
Hummes ainda explicou que o ideal é um clero indígena e amazônico, além disso,
a intenção do Sínodo é refletir até que ponto a Igreja será capaz de se
encontrar presente nas comunidades e não só de vez em quando. “A eucaristia e
todos os sacramentos fazem parte da vida do católico. Como não estamos dando
conta do recado, outros vão ocupando o lugar, porque não temos condições de
cumprir”, revela.
Dom Claudio
Hummes também comentou que fala-se em uma Igreja indigenista, que significa ser
aquela que defende os indígenas e que também se quer pensar em ser uma Igreja
que nasça de dentro e que sejam sujeitos da própria realidade religiosa.
Já Dom Guilherme
Werlang tocou em dois pontos importantes dentro da comissão que preside: a
necessidade de realização de uma Semana Social Brasileira e a atualização do
Grito dos Excluídos.
Ele disse que em
2013, quando ocorreu a última semana social se refletia a caminhada por uma
sociedade nova. Tinha-se naquela época como meta: o Estado para quê? ou o
Estado para quem?. De lá para cá o cenário é outro. “Temos de dar ouvidos a
novas necessidades que brotam”, afirma Dom Guilherme.
A ideia é que se
realize um novo encontro em 2019 ou 2020. Pensando nessas grandes dores e
sofrimentos que o povo brasileiro está vivendo.
Sobre o Grito
dos excluídos, Dom Guilherme afirmou que é preciso atualizar a metodologia,
repensar e aprofundar. “Estamos atentos e queremos que a Igreja assuma o
compromisso com uma sociedade mais justa, mais solidária e com maior dignidade
para todos”.
Dom Roque tocou
na questão dos povos indígenas: “Não se consegue passar do preconceito e da
descriminação, pois em 2018, podemos citar casos que mostram a triste
realidade, como por exemplo, a morte do professor Marcondes, assassinado a
pauladas em Santa Catarina, também o professor Daniel no Mato Grosso, a queima
de uma base da Funai em Rondônia, a tortura de povos indígenas no Rio Grande do
Sul”
Dom Roque também
criticou a omissão do Estado brasileiro, por parte do executivo, legislativo e judiciário.
..............................................................................................................................................................
Assista:
Fonte: www.a12.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário