Papa Francisco:
A misericórdia é o vinho novo da vinha do Senhor
Cidade do
Vaticano (RV) - “Ser em todos os lugares, especialmente nas periferias da
sociedade, a vinha que o Senhor plantou para o bem de todos e levar o vinho
novo da misericórdia do Senhor.” Foi a exortação do Papa Francisco na oração
do Angelus, ao meio-dia deste domingo (08/10), diante de cerca de 30 mil
fiéis e peregrinos reunidos na Praça São Pedro para rezar com o Santo Padre a
oração mariana.
Explicando a
parábola dos vinhateiros homicidas, proposta no Evangelho (Mt 21,33-43) deste
XXVII Domingo do Tempo Comum, na qual estes refutam entregar a colheita aos
servos do dono da vinha matando inclusive o filho deste pensando assim
apoderar-se da herança, o Pontífice ressaltou que esta narração ilustra de modo
alegórico aquelas recriminações que os Profetas haviam feito sobre a história
de Israel.
Também nós
chamados a participar da aliança de Deus
Francisco acena aos fiéis |
É uma história
que nos pertence – destacou o Papa: “fala-se da aliança que Deus quis
estabelecer com a humanidade e à qual também nos chamou para participar”.
Porém, observou Francisco, “esta história de aliança, como toda história de
amor, conhece seus momentos positivos , mas é marcada também por traições e por
rejeições.
Para entender
como Deus Pai responde às rejeições feitas a seu amor e à sua proposta de
aliança, o trecho evangélico coloca nos lábios do dono da vinha uma pergunta:
“quando vier o dono da vinha, que irá fazer com esses vinhateiros?” Essa
pergunta, frisou o Santo Padre, ressalta que a desilusão de Deus pelo comportamento
malvado dos homens não é a última palavra!
Deus não se
vinga, nos espera para perdoar-nos, para abraçar-nos
“Aí está a
grande novidade do Cristianismo: um Deus que, mesmo desiludido com nossos erros
e nossos pecados, jamais falta com a sua palavra, não se detém e sobretudo não
se vinga! Irmãos e irmãs, Deus não se vinga! Deus ama, não se vinga, nos espera
para perdoar-nos, para abraçar-nos.”
Através das
“pedras de descarte” – e Cristo é a primeira pedra que os construtores
rejeitaram –, através de situações de fraqueza e de pecado, Deus continua
colocando em circulação o “vinho novo” da sua vinha, ou seja, a misericórdia”,
acrescentou o Pontífice.
Misericórdia é o
vinho novo da vinha do Senhor
“Este é o vinho
novo da vinha do Senhor: a misericórdia. Há um só impedimento diante da vontade
tenaz e tenra de Deus: a nossa arrogância e a nossa presunção, que por vezes se
torna também violência!”
Francisco
observou ainda que a urgência de responder com frutos, “frutos de bem ao
chamado do Senhor, que nos chama a tornar-nos vinha, nos ajuda a entender o que
há de novo e de original na fé cristã. Ela não é tanto a soma de preceitos e de
normas morais, mas é, sobretudo, uma proposta de amor que Deus, através de
Jesus, fez e continua fazendo à humanidade.”
Ser vinha do
Senhor em todo ambiente
“É um convite a
entrar nesta história de amor, tornando-se uma vinha vivaz e aberta, rica de
frutos e de esperança para todos. Uma vinha fechada pode tornar-se selvagem e
produzir uva selvagem. Somos chamados a sair da vinha para colocar-nos a
serviço dos irmãos que não estão conosco, para mexer conosco reciprocamente e
encorajar-nos, para recordar-nos de ser vinha do Senhor em todo ambiente,
inclusive naqueles mais distantes e em condições difíceis.”
Na saudação após
a oração mariana, o Papa Francisco destacou ter sido celebrada este sábado em
Milão a Beatificação de Pe. Arsênio de Trigolo, sacerdote da Ordem
dos Frades Menores Capuchinhos e fundador das Irmãs de Maria Santíssima
Consoladora.
“Louvemos ao
Senhor por este humilde seu discípulo, que mesmo nas adversidades e nas
provações, e teve muitas – observou Francisco –, jamais perdeu a esperança.”
(RL)
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Fonte: radiovaticana.va news.va
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