Olhar de cima para baixo
somente para ajudar o próximo a se levantar
somente para ajudar o próximo a se levantar
Cidade
do Vaticano (RV) - O Papa Francisco celebrou a missa matutina, nesta
segunda-feira (09/10), na capela da Casa Santa Marta, na qual exortou a cuidar
das pessoas feridas, conforme o Bom Samaritano, ajudar quem precisa a se
levantar, como fez o próprio Jesus.
A
reflexão nasce do Evangelho do dia em que Jesus conta a Parábola do Bom
Samaritano que agiu de modo diferente do sacerdote e do levita. Ele para e
socorre o homem ferido, espancado pelos assaltantes que o deixaram quase morto.
A
Parábola do Bom Samaritano é a resposta que Jesus dá ao doutor da Lei que
queria colocá-lo à prova, perguntando-lhe o que devia fazer para receber em
herança a vida eterna. Jesus faz ele dizer o mandamento do amor a Deus e ao
próximo, mas o doutor da Lei, que não sabia como sair da “pequena armadilha que
Jesus lhe tinha feito”, perguntou-lhe: ‘Quem é o meu próximo?’ Então, Jesus
respondeu com esta parábola.
Doxologia Final |
Os
personagens dessa narrativa são: os assaltantes, o homem ferido deixado quase
morto, o sacerdote, o levita, o dono da pensão e o samaritano, um pagão que não
fazia parte do povo judeu. Cristo sempre responde de “uma forma mais elevada”,
evidenciou o Papa. Nesse caso, com uma parábola que pretende explicar o
seu próprio mistério, “o mistério de Jesus”.
Os
assaltantes foram-se embora felizes, pois tinham roubado dele “muitas coisas
boas” e não se importaram com sua vida. O sacerdote, “que deveria ser o homem
de Deus”, e o levita, que estava próximo à Lei, quando viram o homem ferido,
quase morto, seguiram adiante pelo outro lado. O Papa descreveu essa atitude:
“Um
comportamento habitual entre nós: olhar uma calamidade, olhar uma coisa feia e
seguir adiante. Depois, ler sobre ela nos jornais, um pouco pintada de
escândalo ou de sensacionalismo. Ao invés, esse pagão, pecador, que estava
viajando, ‘viu e não seguiu adiante: sentiu compaixão’. O evangelista Lucas
descreve bem: ‘Viu, sentiu compaixão, aproximou-se dele, não se distanciou, e
fez curativos, derramando óleo e vinho nas feridas’. Não o deixou ali: fiz a
minha parte e vou-me embora. Não!”
Depois
colocou o homem em seu próprio animal, levou-o a uma pensão, onde cuidou dele.
No dia seguinte, tendo os seus afazeres, pagou o dono da pensão para que
cuidasse dele, dizendo-lhe que quando voltasse, pagaria o que tivesse gasto a
mais.
Este
é o “mistério de Cristo” que “se fez servo, abaixou-se, aniquilou-se e morreu
por nós”. Com este mistério, Jesus responde ao doutor da Lei que queria
colocá-lo à prova. Jesus é o Bom Samaritano e convida aquele homem a fazer o
mesmo. “Não é uma fábula para crianças”, disse Francisco aos fiéis presentes na
Casa Santa Marta, mas “o mistério de Jesus Cristo”:
“Olhando
esta parábola, entenderemos profundamente, a amplitude do mistério de Jesus
Cristo. O doutor da lei foi embora calado, cheio de vergonha, não entendeu. Não
entendeu o mistério de Cristo. Talvez tenha compreendido aquele princípio
humano que nos aproxima a entender o mistério de Cristo: que todo ser humano
olhe outro ser humano de cima para baixo, somente quando deve ajudá-lo a se
levantar. Se alguém faz isso está no bom caminho, está na estrada certa, rumo a
Jesus.”
O
Papa se referiu também ao dono da pensão que “não entendeu nada e ficou
surpreso”, ficou admirado “pelo encontro com alguém que fazia coisas que nunca
tinha ouvido falar”, disse o Pontífice, ou seja, a admiração do dono da pensão
“é o encontro com Jesus”.
Francisco
exortou a ler essa passagem do capítulo décimo do Evangelho de Lucas e a se
perguntar:
“O
que eu faço? Sou um assaltante, enganador, corrupto? Sou um assaltante, ali?
Sou um sacerdote que olha, vê e olha para o outro lado e segue adiante? Ou um
líder católico que faz a mesma coisa? Ou sou um pecador? Uma pessoa que deve
ser condenada pelos próprios pecados? Aproximo-me, cuido daquele que precisa?
Como me comporto diante de tantas feridas, de tantas pessoas feridas com as
quais me encontro todos os dias? Faço como Jesus? Assumo a forma de um servo?
Nos fará bem esta reflexão, lendo e relendo essa passagem. Aqui se manifesta o
mistério de Jesus Cristo, que sendo nós pecadores veio por nós, para nos curar
e dar a vida por nós.” (MJ)
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Fonte: radiovaticana.va news.va
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