sexta-feira, 6 de outubro de 2017

Leituras do

27º Domingo do Tempo Comum


1ª Leitura: Is 5,1-7
Livro do Profeta Isaías:
Vou cantar para o meu amado o cântico da vinha de um amigo meu: Um amigo meu possuía uma vinha em fértil encosta. Cercou-a, limpou-a de pedras, plantou videiras escolhidas, edificou uma torre no meio e construiu um lagar; esperava que ela produzisse uvas boas, mas produziu uvas selvagens.
Agora, habitantes de Jerusalém e cidadãos de Judá, julgai a minha situação e a de minha vinha. O que poderia eu ter feito a mais por minha vinha e não fiz? Eu contava com uvas de verdade, mas por que produziu ela uvas selvagens?
Pois agora vou mostrar-vos o que farei com minha vinha: vou desmanchar a cerca, e ela será devastada; vou derrubar o muro, e ela será pisoteada. Vou deixá-la inculta e selvagem: ela não será podada nem lavrada, espinhos e sarças tomarão conta dela; não deixarei as nuvens derramar a chuva sobre ela.
Pois bem, a vinha do Senhor dos exércitos é a casa de Israel, e o povo de Judá, sua dileta plantação; eu esperava deles frutos de justiça — e eis a injustiça; esperava obras de bondade — e eis a iniquidade.
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Salmo: 79
A vinha do Senhor é a casa de Israel. 
A vinha do Senhor é a casa de Israel. 
Arrancastes do Egito esta videira, e expulsastes as nações para plantá-la; até o mar se estenderam seus sarmentos, até o rio os seus rebentos se espalharam.
- Por que razão vós destruístes sua cerca, para que todos os passantes a vindimem, o javali da mata virgem a devaste, e os animais do descampado nela pastem?
- Voltai-vos para nós, Deus do universo! Olhai dos altos céus e observai. Visitai a vossa vinha e protegei-a!
- Foi a vossa mão direita que a plantou; protegei-a, e ao rebento que firmastes!
- E nunca mais vos deixaremos, Senhor Deus! Dai-nos vida, e louvaremos vosso nome! Convertei-nos, ó Senhor Deus do universo, e sobre nós iluminai a vossa face! Se voltardes para nós, seremos salvos!
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2ª Leitura: Fl 4,6-9
Carta de São Paulo aos Filipenses:
Irmãos: Não vos inquieteis com coisa alguma, mas apresentai as vossas necessidades a Deus, em orações e súplicas, acompanhadas de ação de graças. E a paz de Deus, que ultrapassa todo o entendimento, guardará os vossos corações e pensamentos em Cristo Jesus.
Quanto ao mais, irmãos, ocupai-vos com tudo o que é verdadeiro, respeitável, justo, puro, amável, honroso, tudo o que é virtude ou de qualquer modo mereça louvor.
Praticai o que aprendestes e recebestes de mim, ou que de mim vistes e ouvistes. Assim, o Deus da paz estará convosco.
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Evangelho:  Mt 21,33-43
Evangelho de São Mateus:
Naquele tempo, Jesus disse aos sumos sacerdotes e aos anciãos do povo: “Escutai esta outra parábola: Certo proprietário plantou uma vinha, pôs uma cerca em volta, fez nela um lagar para esmagar as uvas, e construiu uma torre de guarda. Depois, arrendou-a a vinhateiros, e viajou para o estrangeiro.
Quando chegou o tempo da colheita, o proprietário mandou seus empregados aos vinhateiros para receber seus frutos. Os vinhateiros, porém, agarraram os empregados, espancaram a um, mataram a outro, e ao terceiro apedrejaram.
O proprietário mandou de novo outros empregados, em maior número do que os primeiros. Mas eles os trataram da mesma forma.
Finalmente, o proprietário enviou-lhes o seu filho, pensando: ‘Ao meu filho eles vão respeitar’.
Os vinhateiros, porém, ao verem o filho, disseram entre si: ‘Este é o herdeiro. Vinde, vamos matá-lo e tomar posse da sua herança!’ Então agarraram o filho, jogaram-no para fora da vinha e o mataram.
Pois bem, quando o dono da vinha voltar, o que fará com esses vinhateiros?”
Os sumos sacerdotes e os anciãos do povo responderam: “Com certeza mandará matar de modo violento esses perversos e arrendará a vinha a outros vinhateiros, que lhe entregarão os frutos no tempo certo”.
Então Jesus lhes disse: “Vós nunca lestes nas Escrituras: ‘A pedra que os construtores rejeitaram tornou-se a pedra angular; isto foi feito pelo Senhor e é maravilhoso aos nossos olhos?’
Por isso, eu vos digo: o Reino de Deus vos será tirado e será entregue a um povo que produzirá frutos”.
Reflexão:
Deus rejeitou o povo que elegera?

As leituras de hoje suscitam uma pergunta: se Deus escolheu Israel como povo eleito, por que mudou de idéia? Será que rejeitou os judeus? No evangelho, Jesus narra uma parábola a respeito disso. No Antigo Testamento, o povo de Israel
é a “vinha de Deus”. O profeta Isaías denuncia que ela não produz frutos (1ª leitura). Jesus, no evangelho, diz que são os arrendatários – os chefes de Israel – que não querem pagar sua parte ao “Senhor da vinha”. Mais: quando este manda seu filho, matam-no, querendo apoderar-se de sua herança… Mas a vinha lhes é tirada e dada a “outro povo”, que entregará seus frutos no devido tempo.
Jesus se refere à sua própria missão e também ao nascimento do novo povo de Deus, a Igreja, a partir da ressurreição de Cristo, “pedra rejeitada pelos construtores, mas que se tornou pedra angular”. Os líderes do antigo povo de Deus não queriam produzir frutos para Deus. Queriam a vinha para si. É como os opressores de hoje, que querem o poder pelo poder e pelo proveito, e não como liderança responsável para, junto com o povo, produzir “frutos de justiça”. Jesus e seus fiéis constituem uma denúncia viva contra tais usurpadores. E, como na parábola, também hoje acontece que os enviados do “senhor da vinha” são rechaçados e mortos. Porém, como Deus fundou seu novo povo sobre seu enviado e “mártir” (testemunha) por excelência, que é Jesus Cristo, assim também o sangue dos mártires da América Latina hoje será embasamento do povo de Deus.
Os opressores matam os enviados, os profetas. Mas os que sentem arder em si a voz profética de Deus devem reclamar da sociedade humana “frutos de justiça”. Por outro lado, os que são constituídos no poder (os arrendatários) devem considerar o poder como um serviço, a fim de produzir com o povo a justiça que Deus espera. O povo não é sua propriedade. O único senhor do povo é Deus.
Deus não “rejeitou os judeus”, mas rechaça os líderes que dominam o povo para proveito próprio e não estão a serviço da justiça e do amor. Israel recebeu a missão de ser o povo-testemunha de Deus; mas quando seus líderes rejeitaram Jesus, que veio inaugurar o reinado de Deus, este reuniu em torno do seu Cristo o novo povo-testemunha, constituído de todas as nações: a Igreja, comunidade dos seguidores de Jesus.
Por outro lado, também nesta Igreja existe o perigo de querer guardar os frutos para si. O evangelista João diz expressamente que a glória do Pai se manifesta nos frutos do amor fraterno produzido por aqueles que estão unidos à videira que é Cristo (Jô 15, 1-8). E os que se separarem da videira e não produzirem esse fruto serão cortados fora. Fique, pois, claro; que ser a vinha de Deus não é um privilégio irrevogável, mas uma missão para produzir fruto, e isso vale tanto para o povo no tempo de Jesus como para sua Igreja hoje.
                    Do livro “Liturgia Dominical”, de Johan Konings, SJ, Editora Vozes
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                                        Reflexão e Ilustração: franciscanos.org.br  Banner: cnbb.org.br

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