A idolatria do dinheiro mata;
Deus é o fundamento da existência.
Deus é o fundamento da existência.
Cidade do
Vaticano (RV) – O Papa começou a segunda-feira (23/10) celebrando a missa na
capela da Casa Santa Marta.
Em sua homilia,
Francisco comentou o Evangelho de Lucas, que propõe a parábola do homem rico
cujo dinheiro “é o seu deus”. Para o Papa, esta parábola nos leva a refletir
sobre quanto é vão apoiar-se sobre os bens terrenos, destacando que o
verdadeiro tesouro, ao invés, é a relação com o Senhor.
Diante da
abundância da sua colheita, aquele homem não para: pensa em ampliar o próprio
armazém e, “na sua fantasia”, explica o Pontífice, a “prolongar a vida”: isto
é, aposta em “ter mais bens, até a náusea”, não conhece “saciedade”: entra
naquele movimento do consumismo exasperado”, denuncia o Papa.
Francisco denuncia a idolatria do dinheiro |
O Papa cita um
episódio que aconteceu anos atrás na Argentina – “na outra diocese”, como gosta
de definir Buenos Aires –, quando um rico empresário, mesmo consciente de sua
doença, decide comprar teimosamente uma mansão, bem sabendo que em pouco tempo
deveria se apresentar “diante de Deus”. E também hoje existem essas pessoas
famintas de dinheiro e de bens terrenos, pessoas que tem “muitíssimo” diante de
“crianças que não têm remédios, que não têm educação, que estão abandonadas”:
se trata “de uma idolatria que mata”, que faz “sacrifícios humanos”, denuncia
Francisco sem meias palavras.
“Esta idolatria
mata de fome muitas pessoas. Pensemos somente num caso: em 200 mil crianças
rohingya nos campos para refugiados. Ali existem 800 mil pessoas. 200 mil são
crianças. Mal têm o suficiente para comer, estão desnutridas, sem medicamentos.
Também hoje isso acontece. Não é algo que o Senhor fala daqueles tempos: não.
Hoje! E a nossa oração deve ser forte: Senhor, por favor, toca o coração dessas
pessoas que adoram o deus, o deus dinheiro. Toca também o meu coração para que
eu não caia nisso, que eu saiba ver”.
Outra
consequência, prossegue o Papa, é a guerra. Inclusive a guerra familiar:
“Todos nós
sabemos o que acontece quando está em jogo uma herança: as famílias se dividem
e acabam no ódio uma pela outra. O Senhor destaca com suavidade, no final:
‘Quem não se enriquece junto a Deus’. Este é o único caminho. A riqueza, mas em
Deus. E não é um desprezo pelo dinheiro, não. É justamente a cobiça, como Ele
diz: a cobiça. Viver apegados ao deus dinheiro”.
O Papa conclui
explicando o motivo pelo qual nossa oração deve ser forte: rezemos para buscar
em Deus o sólido fundamento da nossa existência.
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Assista:
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Textos litúrgicos:
Carta do Papa ao Card. Sarah sobre o “Magnum Principium”
Cidade do
Vaticano (RV) - O Papa Francisco enviou uma carta ao Cardeal Robert Sarah para
"expressar simplesmente" e "claramente" algumas observações
sobre o Motu proprio Magnum Principium, sobre traduções dos textos
litúrgicos e dos textos bíblicos.
No documento
endereçado ao Prefeito da Congregação para o Culto Divino - divulgado
pela Sala de Imprensa da Santa Sé - o Papa sublinha antes de tudo a
"clara diferença" que o novo Motu proprio estabelece entre recognitio(verificação)
e confirmatio (confirmação).
Não são
"sinônimos", nem "intercambiáveis", enfatiza o Pontífice. E
isto - observa - para "abolir a prática adotada pelo Dicastério após a Liturgiam
authenticam e que o novo Motu proprio quis modificar”.
Respeito às orientações dos bispos |
Sobre a
responsabilidade das Conferências Episcopais de traduzirfidelitur (fielmente
ndr) - recorda Francisco - é necessário precisar que o juízo sobre a
fidelidade ao latim e as eventuais correções necessárias, era tarefa do
Dicastério, enquanto agora a norma concede às Conferências Episcopais a
faculdade de julgar a bondade e a coerência de uma ou outra expressão nas
traduções do original, mesmo que em diálogo com a Santa Sé".
A confirmatio -
acrescenta o Papa - "não supõe mais, portanto, um exame detalhado palavra
por palavra, exceto nos casos evidentes que podem ser feitos presentes aos
Bispos para uma ulterior reflexão deles".
Isto - lê-se
ainda na carta - "vale em particular para as fórmulas relevantes, como
para as Orações Eucarísticas e em particular as fórmulas sacramentais aprovadas
pelo Santo Padre".
Neste sentido -
reitera o Papa Francisco - "a recognitio indica somente a
verificação e a salvaguarda da conformidade ao direito e à comunhão da
Igreja".
Eis porque -
acrescenta - "o processo de traduzir os textos litúrgicos relevantes (por
exemplo, fórmulas sacramentais, o Credo, o Pater noster) em uma língua -
da qual são consideradas traduções autênticas - não deveria levar a um espírito
de "imposição" às Conferências Episcopais de uma dada tradução feita
pelo Dicastério, porque isto comprometeria o direito dos Bispos".
Para o Papa,
resulta portanto "inexato atribuir à confirmatio a finalidade darecognitio (ou
seja, 'verificar e salvaguardar a conformidade ao direito')".
A confirmatio -
observa ainda - "não é um ato meramente formal, mas necessário à edição do
livro litúrgico "traduzido": é concedida depois que a versão tenha
sido submetida à Sé Apostólica para a ratificação da aprovação dos Bispos, em
um espírito de diálogo e de ajuda a refletir se e quando fosse necessário,
respeitando seus direitos e deveres, considerando a legalidade do processo
seguido e as modalidades".
O Papa se refere
por fim à nota “Commentaire” - transmitida pelo Cardeal Sarah ao Papa em 30 de
setembro passado e "publicada em alguns sites, e erroneamente atribuída à
sua pessoa".
"Peço ao
senhor cortesmente - conclui Francisco dirigindo-se ao purpurado - para
providenciar à divulgação desta minha resposta nestes mesmos sites, assim como
o envio da mesma a todas as Conferências Episcopais, aos membros e aos
consultores do mesmo dicastério".
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Papa prefacia livro sobre suas entrevistas:
Elas têm um valor pastoral
Cidade do
Vaticano (RV) - "As entrevistas, para mim, têm sempre um valor
pastoral", "se não tivesse esta confiança, não concederia
entrevistas".
É o que enfatiza
o Papa Francisco no prefácio do livro "Adesso Fate le vostre
domande" ("Agora façam as vossas perguntas"), do Padre Antônio
Spadaro, apresentado no final da tarde do último sábado na sede da
"Civiltà Cattolica".
Jorge Mario
Bergoglio, recorda que quando era Arcebispo em Buenos Aires, "tinha um
pouco de medo dos jornalistas" e por esta razão não concedia entrevistas.
Como Pontífice, porém, convenceu-se de que as entrevistas são "uma maneira
de comunicação" de seu ministério.
Papa escreve que lhe agrada "olhar as pessoas nos olhos e responder às perguntas com sinceridade" |
E, significativamente,
une "estas conversações nas entrevistas com a forma cotidiana das homilias
na Santa Marta, que é - digamos assim - a minha paróquia".
Francisco
sublinha que nas entrevistas, assim como nas coletivas com os jornalistas no
avião, lhe agrada "olhar as pessoas nos olhos e responder às perguntas com
sinceridade".
"Sei que
isto pode me tornar vulnerável, mas - acrescenta - é um risco que quero
correr".
Para mim -
prossegue - "as entrevistas são um diálogo, não uma lição", eis
porque "não me preparo".
O livro traz
também duas conversas com os Superiores Gerais. "Conversar - escreve o
Papa - sempre me pareceu o melhor modo para encontrar-nos realmente".
Existem também
conversas com os jesuítas, onde - destaca - "me sinto em família e falo a
nossa linguagem de família, e não temo incompreensões".
O Papa conclui o
prefácio do livro, reiterando o desejo de uma "Igreja que saiba inserir-se
nas conversas dos homens, que saiba dialogar". "É a Igreja de Emaús -
observa Francisco - em que o Senhor entrevista os discípulos que caminham
desencorajados. Para mim, a entrevista é parte desta conversação da Igreja com
os homens de hoje".
Sobre o
significado das entrevistas para o Papa Francisco, a Rádio Vaticano entrevistou
o jesuíta Padre Antonio Spadaro, responsável pela obra.
Padre Antonio Spadaro: "Papa
Francisco ama as entrevistas porque assim escuta as perguntas das pessoas. Às
vezes, os jornalistas fazem o papel de mediadores das perguntas que são
importantes para as pessoas, mesmo as pessoas comuns. Por isto o Papa aceitou
conceder entrevistas e responder aos jornalistas, porque assim pode falar
diretamente às pessoas".
RV: O Papa diz
no prefácio, que não se prepara com antecedência para as entrevistas. A coisa
mais importante é olhar-se nos olhos. É a cultura do encontro de que tanto
fala?
Padre Antonio Spadaro: "Sim.
Sobretudo ele escuta as perguntas. No fundo, ama recebê-las, não tanto para dar
uma resposta precisa, definida, fechada, mas mais para escutar aquilo que as
pessoas têm a dizer. E depois, a sua resposta, é muito atenta à própria
pergunta, isto é, o Papa não responde àquelas dúvidas falsas ou àquelas
perguntas que na realidade não comunicam uma inquietação; responde à
inquietação, aquela verdadeira".
RV: O senhor
entrevistou o Papa Francisco e testemunhou entrevistas e conversações suas. O
que mais lhe tocou nestas ocasiões?
Padre Antonio Spadaro: "Eu diria,
a tempestividade e a capacidade de escuta: isto sim. Ou seja, a capacidade de
receber as perguntas e o fato que ele não está interessado em fazer grandes
discursos e tanto menos de escutá-los, mas sim abrir um diálogo que seja
expressão de um encontro verdadeiro". (JE/AG)
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Fonte: radiovaticana.va news.va
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