É preciso coragem para fazer crescer o Reino de Deus
Inspirando-se no
Evangelho do dia (Lucas 13,18-21), em que Jesus compara o Reino de Deus ao grão
de mostarda e ao fermento, o Papa nota que esses dois elementos são pequenos,
mas mesmo assim “têm dentro uma potência” que cresce . Assim é o Reino de Deus:
a sua potência vem de dentro. Também São Paulo na Carta aos Romanos, proposta
na Primeira Leitura, ressalta quantas tensões existem na vida: sofrimentos que,
porém, “não são comparáveis à glória que nos aguarda”.
Capela Santa Marta |
“É justamente a
esperança que nos leva à plenitude, a esperança de sair desta prisão, desta
limitação, desta escravidão, desta corrupção e chegar à glória: um caminho de
esperança. E a esperança é um dom do Espírito. É propriamente o Espírito Santo
que está dentro de nós e leva a isso: a algo grandioso, a uma libertação, a uma
grande glória. E para isso Jesus diz: ‘Dentro da semente de mostarda,
daquele grão pequenininho, há uma força que desencadeia um crescimento
inimaginável’”.
“Dentro de nós e
na criação” – reitera o Papa – “há uma força que desencadeia: há o Espírito
Santo”, que “nos dá a esperança”. E Francisco explica concretamente o que quer
dizer viver em esperança: deixar que “essas forças do Espírito” “nos ajudem a
crescer” rumo à plenitude que nos aguarda na glória. Mas assim como o fermento
dever ser misturado e a mostarda lançada, porque do contrário aquela força
interior permanece ali, o mesmo vale para o Reino de Deus que “cresce a partir
de dentro, não por proselitismo”, adverte o Papa:
“Cresce a partir
de dentro, com a força do Espírito Santo. E sempre a Igreja teve seja a coragem
de pegar e lançar, de pegar e misturar, seja também o medo de fazê-lo. E
muitas vezes nós vemos que se prefere uma pastoral de manutenção e não deixar
que o Reino cresça. 'Mas, vamos permanecer aquilo que somos, pequeninos, ali,
estamos seguros…' E o Reino não cresce. Para que o Reino cresça é preciso
coragem: de lançar o grão, de misturar o fermento”.
Porém, é verdade
que, se lançada, a semente se perde e que, se misturado, com o fermento “eu
sujo as mãos” – destaca o Papa –, porque “há sempre alguma perda ao semear o
Reino de Deus”:
“Ai daqueles que
pregam o Reino de Deus com a ilusão de não sujar as mãos. Estes são guardiões
de museus: preferem as coisas belas, e não este gesto de lançar para que a
força se desencadeie, de misturar para que a força faça crescer. Esta é a
mensagem de Jesus e de Paulo: esta tensão que vai da escravidão do pecado, para
ser simples, à plenitude da glória. E a esperança é aquela que vai avante, a
esperança não desilude: porque a esperança é muito pequena, a esperança é tão
pequena quanto o grão e o fermento”.
A esperança “é a
virtude mais humilde”, “a serva”, mas onde existe a esperança, existe o
Espírito Santo, que leva em frente o Reino de Deus.
E o Papa, como
de costume, conclui convidando os fiéis a fazerem-se algumas perguntas: hoje,
perguntemo-nos, se acreditamos que na esperança há o Espírito Santo com quem
falar.
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Assista:
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Prosseguir no caminho rumo à unidade
Cidade do
Vaticano (RV) – O caminho ecumênico trilhado juntos nos últimos cinquenta anos
– apoiado pela oração comum, pelo culto divino e pelo diálogo ecumênico – levou
“à superação de preconceitos, à intensificação da compreensão recíproca” e à
assinatura “de acordos teológicos decisivos”.
É o que diz o
comunicado conjunto da Federação Luterana Mundial (FLM) e do Pontifício
Conselho para a Promoção da Nova Evangelização divulgado este 31 de outubro,
data que conclui o ano de celebrações ecumênicas dos 500 anos da Reforma
Protestante.
De fato, os
eventos tiveram início em 31 de outubro de 2016 com a oração luterano-católica
na Catedral de Lund, na Suécia, ocasião em que o Papa Francisco e o então
Presidente da FLM Bispo Munib A. Younan, assinaram uma Declaração Conjunta, onde se comprometiam a prosseguir
juntos o caminho ecumênico rumo à unidade pela qual Cristo rezou (João
17,21).
O bispo Mounib Younan e o Papa Francisco após a assinatura da Declaração Comum na Catedral de Lund |
No texto, é
reconhecida a “comum responsabilidade pastoral de responder à sede e à fome
espiritual de nosso povo de sermos “um” em Cristo. Desejamos ardentemente que
esta ferida no corpo de Cristo seja curada. Este é o objetivo dos nossos
esforços ecumênicos, que queremos fazer progredir, também renovando o nosso
compromisso pelo diálogo teológico”.
A declaração
ressalta, outrossim, que “pela primeira vez, luteranos e católicos viram a
Reforma de uma perspectiva ecumênica”, “o que tornou possível uma nova
compreensão daqueles eventos do século XVI que levaram à nossa separação”.
“Se é verdade
que o passado não pode ser mudado, é também verdade que o seu impacto atual
sobre nós pode ser transformado em modo que se torne um impulso para o crescimento
da comunhão e um sinal de esperança para o mundo: a esperança de superar
divisões e fragmentações”.
O que emergiu
mais uma vez com clareza, é “que aquilo que nos une é bem superior ao que nos
divide”.
Um passo
decisivo no caminho rumo à unidade, foi a assinatura da Declaração Conjunta sobre a Doutrina da Justificação em
1999, gesto repetido pelo Conselho Metodista Mundial em 2006 e pela Comunhão
Mundial das Igrejas Reformadas durante este ano das celebrações dos 500 anos da
Reforma.
E neste 31
de outubro de 2017, a mesma Declaração será acolhida pela Comunhão Anglicana no
decorrer de uma Solene cerimônia na Abadia de Westminster.
“Sobre esta
base, as nossas comunidades cristãs podem construir sempre mais estreita
ligação de consenso espiritual e de testemunho comum a serviço do Evangelho”.
São destacadas
no documento, ademais, as inúmeras iniciativas de oração comum e de culto
divino entre luteranos e católicos e demais parceiros ecumênicos em várias
partes do mundo, assim como os encontros teológicos e as importantes
publicações que ofereceram subsídios para este ano de celebrações.
A Declaração
conclui reafirmando o compromisso de avançar neste “caminho comum, guiados pelo
Espírito Santo, rumo a uma crescente unidade”, buscando discernir a
“interpretação de Igreja, Eucaristia e Ministério,esforçando-nos para chegar a
um consenso substancial com o objetivo de superar as diferenças que são até
hoje fonte de divisão entre nós”. (JE)
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Fonte: radiovaticana.va news.va
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