domingo, 21 de junho de 2015







Papa preocupa-se com a corrupção e o desemprego juvenil

Turim (RV) – O Papa Francisco chegou a Turim neste sábado pouco depois das 8 da manhã, sendo  acolhido no Aeroporto de Caselle, entre outros, pelo Arcebispo de Turim, Dom Cesare Nosiglia e pelo Prefeito Piero Fassino. O primeiro dos seus 13 compromissos oficiais nos dois dias em Turim foi o encontro com o mundo do trabalho na Piazzetta Reale.
Francisco: Sejam artesãos do futuro
Após ser saudado por uma operária, um agricultor e um empreendedor, o Papa expressou sua proximidade aos jovens desempregados, às pessoas que vivem em situação precária, mas também a todos os trabalhadores de todos os setores, reiterando uma vez mais que o trabalho não é necessário somente para a economia, mas para a pessoa humana, a sua dignidade, cidadania e inclusão social. A crise atual, marcada pela falta de trabalho, pelo aumento das desigualdades econômicas e sociais e pela pobreza tem reflexos em diversos setores na vida das pessoas e famílias, e os migrantes não podem ser culpados pelo aumento da competição por postos de trabalho, pois “ são vítimas da iniquidade, desta economia que descarta e das guerras”.
“Faz chorar ver o espetáculo destes dias, em que seres humanos são tratados como mercadoria!”, deplorou o Pontífice. Neste sentido, somos chamados a dizer “não” à economia do descarte que exclui aqueles que vivem em pobreza absoluta, as crianças, os anciãos “e agora excluem os jovens”. Somos chamados a dizer “não” à idolatria do dinheiro, à corrupção - que de tão difundida parece ser uma “comportamento normal” -, “não” aos conluios mafiosos, às fraudes, às propinas e coisas do gênero, “não” à iniquidade que gera violência. Dom Bosco – observou o Papa – nos ensina que o melhor método é o preventivo.
Esta situação – alertou o Papa – é global e devemos esperar a retomada. “O trabalho é fundamental”, afirmou, para então falar das mulheres, cujos direitos devem ser tutelados com força, pois elas, “mesmo carregando o maior peso no cuidado da casa, dos filhos e dos anciãos, são ainda discriminadas, também no trabalho”.
O Papa afirmou que Turim é chamada a ser ainda protagonista de uma nova estação de desenvolvimento econômico e social, com a sua tradição manufatureira e artesanal, mas para isto é necessário coragem na formação, exortando a se fazer um “pacto social e generacional”.
Uma vez mais o Pontífice ressaltou, a falar da família, a riqueza dos filhos e dos avós, que representam “a força para o futuro” e a “memória do passado”, nos indicando assim por onde devemos andar. O Papa concluiu com um encorajamento: “Coragem! Sejam criativos, artesãos do futuro, com a força e a esperança que o Senhor, que nunca desilude, nos dá!”. (JE)
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A oração de Francisco diante do Santo Sudário

Após esse primeiro compromisso, Francisco dirigiu-se à Catedral de Turim, onde chegou por volta das 9h15, para um dos momentos mais esperados da viagem, a oração diante do Sudário.
Após a oração silenciosa, Francisco toca na teca protetora do Sudário
O Santo Padre deteve-se em profunda oração silenciosa diante do Sudário por mais de 5 minutos. Após, aproximou-se da teca exposta atrás do altar, tocando o vidro que protege o manto sagrado.
Em seguida, o Papa parou por alguns instantes diante do túmulo do Beato Piergiorgio Frassati, proclamado por João Paulo II como protetor da Jornada Mundial da Juventude. Na Catedral estavam presentes autoridades religiosas, monjas de clausura e sacerdotes, além de alguns parentes do Beato Frassati.
Ao final da visita, que durou cerca de 20 minutos, o Pontífice dirigiu-se de Papamóvel até a Praça Vitório, para a celebração da missa  e a oração do Angelus com os milhares de fieis que transformaram a cidade piemontesa em uma “grande basílica a céu aberto”. Durante o trajeto, Bergoglio fez várias paradas, saudando doentes e crianças.
Anteriormente, o Papa Bento XVI havia visitado o Santo Sudário em 2012, enquanto São João Paulo II o fez em 1998, quando o chamou de “Espelho do Evangelho”, por ajudar a compreender e meditar a Paixão de Jesus. (JE)
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Homilia do Papa em Turim: 
"A fidelidade em Jesus nos renova"

Após encontrar o mundo do trabalho e rezar diante do Santo Sudário, o Papa Francisco dirigiu-se no papamóvel até a Praça Vitório Vêneto, para junto com cinquenta mil fieis e numerosos Bispos, Arcebispos, sacerdotes, religiosos e religiosas, sobretudo Salesianos, celebrar a missa dominical num bonito domingo que marca o início do verão.
Jesus vence as forças do mal e nos dá a paz
Em sua homilia, o Papa partiu da liturgia do dia, cujas leituras mostram como é grande o amor de Deus por nós: é um amor fiel, um amor que recria tudo, um amor estável e seguro.
O Salmo nos convida a agradecer ao Senhor, porque “é eterno o seu amor”. Eis um verdadeiro exemplo de amor fiel, de fidelidade. Trata-se, disse o Pontífice, de um amor que não delude, que nunca falta:
”Jesus encarna este amor e dele é Testemunha. Ele jamais se cansa de querer-nos bem, de suportar-nos, de perdoar-nos e, assim, nos acompanha no caminho da vida, segundo a promessa que fez aos discípulos: “Eu estarei convosco todos os dias, até fim do mundo”. Por amor, ele se fez homem; por amor, ele morreu e ressuscitou e, por amor, ele sempre está ao nosso lado, nos momentos mais bonitos e naqueles mais difíceis”.
Jesus, frisou o Papa, nos ama sempre, até o fim, sem limites e sem medida. Ele ama a todos. A fidelidade de Jesus não se rende, nem mesmo diante da nossa infidelidade. Jesus permanece fiel, mesmo quando erramos e nos espera para nos perdoar: Ele é o rosto do Pai misericordioso. Eis o amor fiel!
A seguir, o Santo Padre ressaltou um segundo aspecto da Liturgia de hoje: o amor de Deus recria tudo, ou seja, renova todas as coisas. Reconhecer as próprias limitações, as próprias fraquezas, é a porta que abre ao perdão de Jesus, ao seu amor, que nos renova em profundidade e nos recria. E ponderou:
“A salvação pode entrar no coração se nos abrirmos à verdade e reconhecermos os nossos erros, os nossos pecados; desta forma, fazemos uma bela experiência daquele que veio, não para os sãos, mas para os enfermos; não para os justos, mas para os pecadores; experimentamos a sua paciência, a sua ternura, o seu desejo de salvar a todos”.
E o Pontífice perguntou: Mas, qual é o seu sinal? E respondeu: “O sinal é que somos “renovados” e transformados pelo amor de Deus; fomos despojados das vestes deterioradas e velhas dos rancores e das inimizades, para sermos revestidos da túnica limpa da mansidão, da benevolência, do serviço aos outros, da paz no coração, daquela própria dos filhos de Deus.
O espírito do mundo, recordou o Papa, está sempre à busca de novidade, mas somente a fidelidade de Jesus é capaz da verdadeira novidade: tornar-nos homens novos.
Portanto, o amor de Deus é estável e seguro. O Senhor vai ao encontro do homem e lhe oferece a rocha do seu amor, à qual cada um pode ancorar, na certeza de não sucumbir. Quantas vezes pensamos que não iríamos conseguir! Ele está ao nosso lado, com a mão estendida e o coração aberto. Neste sentido, o Bispo de Roma levantou uma série de questões em relação do nosso amor para com Deus e considerou:
“Também nós, cristãos, corremos o risco de deixar-nos paralisar pelo medo do futuro, buscando a certeza em coisas que passam ou em modelos de uma sociedade obtusa, que tende mais a excluir, que incluir. Nesta terra, cresceram tantos Santos e Beatos, que acolheram o amor de Deus e o difundiram pelo mundo: santos livres e obstinados”!
Nas pegadas dessas testemunhas, aconselhou o Pontífice, também nós podemos compartilhar as dificuldades de tanta gente, das famílias, especialmente daquelas mais frágeis e sofridas pela crise econômica. As famílias precisam sentir o carinho materno da Igreja para prosseguir na vida conjugal, na educação dos filhos, no cuidados dos idosos, como também na transmissão da fé às jovens gerações.
Por fim, após fazer um exame de consciência de como vivemos a novidade, o Santo Padre pediu ao Espírito Santo nos ajude a sermos sempre conscientes deste amor “rochoso”, que nos torna capazes de não nos fechar, diante das dificuldades, mas de enfrentar a vida com coragem e encarar o futuro com esperança.
Como outrora, no Lago da Galileia, também hoje, no mar da nossa existência, Jesus é aquele que vence as forças do mal e as ameaças do desespero. Ele dá a sua paz a todos, sobretudo aos tantos irmãos e irmãs que fogem das guerras e das perseguições em busca de paz e liberdade. (MT)
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Francisco consagrou Turim a Nossa Senhora

Após a solene concelebração Eucarística, na Praça Vitório Vêneto, no centro de Turim, o Papa Francisco passou à oração do Angelus, antes da qual pronunciou sua alocução dominical.
O seu pensamento se dirigiu, antes de tudo, à Virgem Maria, Mãe amorosa e zelosa para com todos os seus filhos, que Jesus os confiou a Ela, da Cruz, ao se oferecer com um grande gesto de amor. O ícone deste amor é o Sudário, disse o Papa, que continua a atrair tanta gente aqui para Turim:
"O amor de Cristo nos interpela"
“O Sudário atrai pelo rosto e o corpo martirizado de Jesus, mas, ao mesmo tempo, conduz ao rosto de cada pessoa sofredora e perseguida injustamente. Ele nos conduz para a mesma direção do dom de amor de Jesus: “Caritas Christi urget nos” – o Amor de Cristo nos interpela! Esta palavra de São Paulo se tornou o lema de São José Benedito Cotolengo”.
Evocando o ardor apostólico de tantos sacerdotes santos desta terra, partindo de Dom Bosco, do qual recordamos o bicentenário de nascimento, o Pontífice cumprimentou, com gratidão, os sacerdotes e os religiosos presentes, e os admoestou:
“Vocês se dedicam, com esforço, ao trabalho pastoral e estão ao lado das pessoas e dos seus problemas. Encorajo-os, pois, a continuar, com alegria, seu ministério, visando sempre o essencial no anúncio do Evangelho. Agradeço também a presença dos irmãos Bispos do Piemonte e os exorto a permanecer sempre ao lado dos seus sacerdotes, com carinho paternal e calorosa proximidade”.
O Bispo de Roma concluiu sua alocução mariana, consagrando, à Virgem Santa, a cidade de Turim, o seu território e os que nele habitam, para que possam viver na justiça, na paz e na fraternidade. A Ela consagrou, de modo particular, as famílias, os jovens, os idosos, os prisioneiros e todos os sofredores, com especial atenção aos doentes de leucemia!
Ao término da celebração Eucarística, o Pontífice se deslocou para o Arcebispado. No caminho, foi cumprimentado por uma grupo de cadetes da Escola de Formação Militar.
No arcebispado, Francisco almoça com um grupo de jovens presidiários, do Cárcere de Menores de Turim, como também com alguns imigrantes, sem teto e uma família de Ciganos. (MT)
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A influência salesiana na formação do Papa Francisco

Depois do almoço, Papa Francisco visitou o Santuário da Consolata e, a seguir, se dirigiu à Basílica de Maria Auxiliadora, onde manteve um encontro com os Salesianos e as Filhas de Maria Auxiliadora.
Em seu discurso, entregue em mãos à Família Salesiana, o Papa diz que, em sua “peregrinação a Turim, dedicada à veneração de Jesus crucificado, estampado no lençol da santo Sudário”, quis visitar, pessoalmente, aquele lugar, que representa o coração da vida e da obra de São João Bosco, para celebrar, com os Salesianos, o segundo centenário do seu nascimento.
Santos piemonteses
Com os presentes, Francisco agradece o Senhor por ter dado à sua Igreja este Santo, que, com outros tantos Santos e Santas daquela região do Piemonte, constitui uma honra e uma bênção para a Igreja, a Sociedade de Turim, a Itália e o mundo inteiro, sobretudo pelo seu zelo, que dispensou aos jovens pobres e marginalizados, que o chamavam “pai e mestre”.
Aspecto da vida de Dom Bosco
Sobre este grande Santo, o Papa quis destacar, entre outros, três aspectos: sua inabalável confiança na divina Providência; sua vocação sacerdotal, totalmente dedicada ao serviço dos jovens, sobretudo dos mais pobres; e o seu serviço dócil, leal, fiel e atuante à Igreja e à pessoa do Sucessor de Pedro.
Palavras espontâneas
Aos numerosos presentes, que lotavam a Basílica, o Santo Padre pronunciou uma palavras espontâneas, falando da sua experiência pessoal, na sua adolescência, no âmbito da Família Salesiana. De fato, disse Francisco, a sua formação pessoal recebeu forte impulso e influência Salesiana, cujo carisma, proposto pelo seu fundador, Dom Bosco, é canalizado à educação e à afetividade da juventude.
Três amores de Dom Bosco
Neste sentido, o Papa recordou os três “amores brancos” de São João Bosco, que ficaram impressos na sua mente e na sua vocação: Nossa Senhora, a Eucaristia e a Igreja. Estes três amores têm íntima ligação com o amor materno: nossa Mãe, Maria; a Santa Mãe Igreja e a mãe Margarida, mãe de Dom Bosco e primeira cooperadora da Obra Salesiana.
Agradecimento aos Salesianos
Neste contexto, o Papa agradeceu à grande Família Salesiana pelo seu serviço prestado à Igreja no mundo, de modo particular na Patagônia, à qual é ligado com particular afeto. Agradeceu pelo bem que proporcionam à Igreja com o seu trabalho, de modo especial, entre a juventude.
Instrumentos carismáticos
Dom Bosco, concluiu o Papa, dedicou a sua vida ao trabalho com a juventude, sobretudo a mais sofrida e excluída da sociedade, utilizando os meios e instrumentos mais peculiares para atrai-la a Jesus: o esporte, a educação e a alegre animação.
Serviço dos Salesianos
Os jovens do tempo de Dom Bosco, disse por fim o Bispo de Roma, não eram muito diferentes dos jovens dos nossos dias. Hoje, somente na Itália, 40 por cento da juventude não trabalha e nem estuda. Eis porque, mais uma vez, o Papa gradeceu a Família Salesiana pelo precioso serviço que prestam à juventude do mundo inteiro. (MT)
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Papa:
Devemos desenvolver anticorpos
contra a cultura que descarta idosos e doentes

Após o encontro com os salesianos, o Papa Francisco dirigiu-se à Igreja do Cottolengo para o encontro com os doentes e deficientes da Pequena Casa da Providência. “A exclusão dos pobres e a dificuldade para os indigentes em receber assistência e os cuidados necessários, afirmou, é uma situação que infelizmente está presente ainda hoje”.
O Santo Padre reconheceu os grandes progressos feitos na medicina e na assistência social, mas chamou a atenção para uma difundida cultura do descarte, “consequência  de uma crise antropológica que não coloca o homem no centro, mas o consumo e os interesses econômicos”, e entre as vítimas desta cultura estão os idosos, “acolhidos em grande número nesta casa”. O Papa ressaltou, que a longevidade nem sempre é vista como um dom de Deus, mas muitas vezes como “um peso difícil de sustentar, sobretudo quando a saúde é fortemente comprometida”. E este comportamento faz mal à sociedade, afirmou,
“O nosso dever –  disse o Pontífice” – é desenvolver “anticorpos” contra este modo de considerar os idosos, ou as pessoas com deficiências, como se fossem vidas não dignas de serem vividas”. Que o exemplo de Cottolengo, que amou estas pessoas, exortou,  nos ensine a olhar com outros olhos para a vida e a pessoa humana. “Dele podemos aprender a concretude do amor evangélico, para que muitos pobres e doentes possam encontrar uma “casa”, viver como em uma família, sentir-se pertencentes à comunidade e não excluídos e suportados”. “Vocês, queridos irmãos doentes – disse o Papa - são membros preciosos da Igreja, são a carne de Cristo Crucificado que temos a honra de tocar e servir com amor”.
A razão de ser desta  Pequena Casa não é o assistencialismo, ou a filantropia – frisou o Papa -, mas o Evangelho, “o Evangelho do amor de cristo é a força que a fez nascer e que a faz seguir em frente. O amor de predileção de Jesus pelos mais frágeis e os mais fracos”.
O carisma de Cottolengo, concluiu o Papa – é fecundo, como demonstram os Beatos Padre Francesco Paleari e Frei Luigi Bordino, como também a Serva de Deus Irmã Maria Carola Cecchin, missionária.
São José Benedito Cotolengo nasceu em Brá, na província de Cuneo, no norte da Itália, no dia 3 de maio de 1786. Foi ordenado sacerdote na Diocese de Turim. Fundou a Congregação religiosa da Pequena Casa da Divina Providência e as Damas da Caridade ou Cotolenguinas, com a finalidade de servir os pequeninos, os deficientes e os doentes. Os fundos deveriam vir apenas das doações e da ajuda das pessoas simples. Padre José Benedito Cotolengo tinha como lema "caridade e confiança": fazer todo o bem possível e confiar sempre em Deus. Comprou uma hospedaria abandonada na periferia da cidade e reabriu-a com o nome de "Pequena Casa da Divina Providência". (JE)
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                                                                            Fonte: radiovaticana.va       news.va

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