Sarajevo (RV) – O segundo compromisso da visita apostólica do Papa Francisco a
Sarajevo foi no estádio Kosevo, aonde celebrou a missa, com a liturgia
focalizada na paz e na justiça, em croata. João Paulo II também celebrou uma
missa neste local em 13 de abril de 1997.
"Felizes os construtores da paz" |
Ao longo de todo
o percurso, milhares de pessoas aguardavam a passagem do Pontífice para
saudá-lo de perto. Ao chegar ao estádio, Francisco deu uma volta
cumprimentando e sorrindo para os 65 mil fiéis, muitos provenientes de países
vizinhos. Um setor especial do público foi destinado a pessoas mutiladas e
feridas na guerra.
O Papa iniciou
sua homilia partindo da liturgia do dia, em cujas leituras ressoa, várias
vezes, a palavra «paz», uma palavra profética por excelência! Paz é o sonho de
Deus, é o projeto de Deus para a história da humanidade. Este projeto, porém,
se depara sempre com a oposição do homem e do maligno.
Também em nosso
tempo, afirmou o Papa, a aspiração à paz e o compromisso de construí-la se
defrontam com numerosos conflitos armados no mundo. É uma espécie de terceira
guerra mundial travada «aos poucos»:
“Há quem quer,
deliberadamente, criar e fomentar este clima de guerra, de modo particular os
que causam conflitos entre culturas e civilizações diferentes, como também
aqueles que o fazem para vender armas e especular sobre as guerras. Guerra
significa crianças, mulheres e idosos nos campos de refugiados; significa
deslocamentos forçados; casas, estradas, fábricas destruídas e, sobretudo,
tantas vidas ceifadas. Vocês são testemunhas disso aqui: quanto sofrimento,
quanta destruição, quanta tribulação! Hoje, o povo de Deus eleva, novamente,
seu grito contra a guerra!”
Se nos reconciliarmos com Deus, seremos artesãos da paz |
Felizes os que
semeiam paz com as suas ações diárias, com atitudes e gestos de serviço, de
fraternidade, de diálogo, de misericórdia. Estes sim, «serão chamados filhos de
Deus»! A paz é um trabalho que se realiza todos os dias, passo a passo, sem
cessar.
“A paz é obra da
justiça! Não de uma justiça clamada, teorizada, planificada, mas praticada e
vivida. O apóstolo Paulo nos indica as atitudes necessárias para se construir a
paz: «Revesti-vos de sentimentos de misericórdia, de bondade, de humildade, de
mansidão, de paciência, suportando-vos uns aos outros e perdoando-vos
mutuamente, como o Senhor fez conosco”. E o Papa ponderou:
“A paz é dom de
Deus, não em sentido mágico, mas porque Ele, com o seu Espírito, pode imprimir
estas atitudes nos nossos corações e na nossa carne, e fazer de nós verdadeiros
instrumentos da sua paz. O Apóstolo diz que a paz é dom de Deus, porque é fruto
da sua reconciliação conosco. Somente se o homem se deixar reconciliar com Deus
poderá ser artesão da paz”.
O Pontífice
concluiu sua homilia, pedindo ao Senhor a graça de um coração simples, a
paciência, lutar e trabalhar pela justiça, ser misericordiosos e trabalhar pela
paz, semear a paz e não guerra e discórdia. Eis o caminho que nos torna felizes
e bem-aventurados. (MT/Sedoc/CM)
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Fonte: cnbb.org.br news.va
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