Lâmpada da Fé
A sabedoria de quem entra na dinâmica divina é como a fé que transforma a vida para ela ser uma verdadeira luz.
A pessoa sábia
organiza a vida de modo tal a encaminhar tudo dentro de um projeto de ações
progressivas para conquistar a felicidade maior possível. Mas só pensando em
ter cada vez mais coisas materiais, cultura, saber intelectual, prestígio e
fama não dá base para a plena realização. O que é passageiro sozinho não
sustenta a felicidade do ser humano, que tem sede do infinito. Essa somente é
saciada no encontro com o Criador. Santo Agostinho lembra que a pessoa humana
se satisfaz só quando se encontra com Deus. Ele mesmo teve experiência disso.
Sejamos prudentes! |
A sabedoria de
quem entra na dinâmica divina é como a fé que transforma a vida para ela ser
uma verdadeira luz. A pessoa passa, então, a enxergar o caminho que leva à vida
plenamente realizada. Mas a luz é apenas instrumento para a pessoa ver por onde
seguir no caminho de sentido para a existência (Cf. Sabedoria 6,12-16). Todos
queremos a felicidade ilimitada. Mas ela não acontece aqui na terra. Por isso,
almejamos o infinito, que só é alcançado no caminho de quem pode dá-lo. Por
isso, o próprio Filho de Deus vem nos apresentar a possibilidade de alcançá-lo.
Isso só é possível caminhando com ele. É desafiador, mas possível. Ele
mesmo diz que o obtém quem for capaz de dar a própria vida no colocar-se a
serviço do semelhante, fazendo do convívio humano uma verdadeira relação de fraternidade,
justiça e misericórdia. Depois da vida terrena, cheia de solidariedade e
promoção do bem comum, seremos ressuscitados para a vida imorredoura (Cf.1
Tessalonicenses 4,13-18).
No entanto, o
seguimento a Cristo não é simples teoria ou empolgação momentânea. Exige
prudência para não nos deixarmos conduzir sofregamente, sem atenção,
compromisso, vigilância e perseverança. Não podemos ser preguiçosos e lentos
para realizar o projeto de Deus a nosso respeito. Sem sacrifício, esforço e
vontade contínua para praticar a justiça, o dever e colocar em prática as
orientações divinas não chegamos ao objetivo da caminhada. No Evangelho Jesus
narra a parábola do casamento e das moças. Algumas dessas são atentas e
vigilantes. Preparam-se para participar da festa. Outras não. Essas não ficaram
vigilantes e chegaram atrasadas, não tendo podido participar da festa (Cf.
Mateus 25,1-13). Nós também, se não nos comprometermos e não estivermos
continuamente ligados com o projeto de Deus, realizando o que Ele nos pede, não
seremos recompensados por não sermos fiéis na prática do amor e da justiça. Não
podemos exigir de Deus o que não merecemos por falta de esforço em colocarmos
em prática o amor ao semelhante.
Nossa fé não é
apenas feita de ritos e enunciado de amor. É prática do que Deus nos indica
para alcançarmos a vida plena feliz. Podemos até errar na tentativa de acertar.
Mas não podemos errar na falta de compromisso de tentar praticar o amor
que Deus nos pede.
Dom José Alberto Moura - Arcebispo Metropolitano de Montes Claros
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Fonte: cnbbleste2.org.br Banner: paroquiadapiedade.com.br
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