Frutos do Reino
Falar do Reino de Deus é olhar para a presença divina no ambiente humano.
Chegamos a mais
um final de Ano Litúrgico. Ele começa com a vinda de Jesus, com o título de
Rei, conforme vemos no anúncio do Tempo do Advento, e termina na cruz, sendo
proclamado Rei dos judeus. A presença de Deus na terra, em Jesus Cristo
encarnado, teve como objetivo construir o Reino da vida. Sua finalidade é
produzir frutos para ajudar no bem viver das pessoas.
A presença
física de Jesus, na terra e no tempo, foi para distribuir a semente do bem e
manifestar a bondade amorosa de Deus-Pai para todos os seus filhos. Não há
distinção entre as pessoas. É por isso que Ele “faz nascer o sol sobre os bons
e os maus” (Mt 5,45). Esse gesto seja percebido pela humanidade, colhendo os
frutos da árvore, plantada com todo carinho, por Jesus.
Falar do Reino
de Deus é olhar para a presença divina no ambiente humano. Seu início foi
construído na história do Antigo Testamento e concretizado com o Natal do
Senhor. Seu fim, certamente, será com o julgamento no final dos tempos.
Significa que o Reino coincide com a realização da justiça, com a identificação
dos que foram justos, não agiram de forma desonesta e injusta.
Na prática, no
Reino de Deus estão os bons os ruins, os solidários e os egoístas, da forma
como diz a parábola do trigo e do joio. Os dois serão separados na hora da
colheita. Os maus serão lançados no fogo destruidor, como foi o destino
previsto para o joio. A convivência de ambos revela a paciência do Dono do
Reino, na espera que os maus mudem de atitudes e se tornem bons.
A convivência
vai até o fim dos tempos. Mas terão que comparecer diante do tribunal e do
julgamento de Deus. Serão julgados os frutos produzidos, bons ou maus. No Reino
definitivo não devem entrar egoístas, intolerantes, indiferentes e injustos.
Esse julgamento final passa pelos atos que se praticam hoje, pela fidelidade
aos princípios da justiça e à prática do bem.
O fim do ano
aponta para o fim dos tempos. Reforça o compromisso que temos de viver bem
hoje, quando estamos na espera da segunda vinda do Senhor, mas para julgar os
nossos atos. Ainda é tempo de superar o egoísmo e todo tipo de pecado. O mais
saudável é partilhar a vida, porque isso expressa a profundidade do Reino de
Deus, de produzir frutos de amor ao irmão.
Dom Paulo Mendes
Peixoto - Arcebispo Metropolitano de Uberaba – MG
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Cristãos Leigos
Este ano dedicado aos leigos, que se inicia neste domingo da festa de Cristo Rei, a Igreja quer fortalecer a vocação e missão desses cristãos na comunidade eclesial, na família e na sociedade, como sujeitos da caminhada humana.
Hoje se pensa
muito no poder a partir de quem tem muito dinheiro, liderança e autoridade ou
domínio sobre os outros, meios de comando e vida cômoda. Jesus veio nos
provar o contrário. O poder que transforma, tem autoridade, mais influência e
dá condição de vida realizada e realizadora é o de quem ama e dá de si para que
os outros tenham melhores condições de vida humanizada, mesmo à custa do
sacrifício de si. A vida simples e comprometida com o bem do semelhante, a
partir dos mais fragilizados, é a que faz reinar a justiça, a misericórdia e a
solidariedade para o cuidado com a dignidade humana e do planeta.
Aí reina Deus. Esta é a vocação de quem segue os passos de Cristo Rei.
Os leigos e as
leigas são chamados a mostrar na prática o reinado do Filho de Deus em qualquer
situação de vida na família, no trabalho, na comunicação, na economia, na
política e em toda a convivência entre as pessoas. Sua vocação no seguimento a
Cristo é a de mostrar e implantar o reino na prática de servir e não o de se
servir dos outros para se engrandecer. Mostram que a justiça do reino de Deus é
a que salva o ser humano e constrói realmente a vida de qualidade humana em que
todos se sentem e vivem como irmãos. Não é grande quem usa o poder em benefício
próprio, mas sim quem mostra o poder de promover o bem comum através da doação
de si, da humildade, da singeleza de vida, da valorização da pessoa acima de
coisas e instrumentos materiais, físicos e de qualquer outra natureza.
Na comunidade
religiosa assumem sua posição de responsabilidade com a causa da evangelização,
saindo da pura manutenção da fé para fazê-la atuante, com sua participação
ativa em suas atividades. Não são membros puramente passivos e sim ajudantes da
ação missionária de levar a boa-nova de Cristo aos outros, principalmente aos
afastados e pouco evangelizados. Na família atuam na interrelação das
pessoas com a união do amor humano entrelaçado com o divino. Ajudam a iluminar
o caminho da promoção da cidadania para a convivência social mais humanizada.
Seus membros se formam na escola do amor para ajudar a sociedade a ser um
convívio mais justo e solidário, a ponto de abraçarem a causa da promoção do
bem comum.
Este ano
dedicado aos leigos, que se inicia neste domingo da festa de Cristo Rei,
a Igreja quer fortalecer a vocação e missão desses cristãos na comunidade
eclesial, na família e na sociedade, como sujeitos da caminhada humana. Assim,
assumam com toda a pujança seu papel transformador do convívio social, sendo a
luz de Cristo para todos. São cristãos de primeira classe. A partir do batismo
são convocados a exercer sua missão de discípulos missionários de Cristo. No
interno da comunidade eclesial promovem a comunhão, a partilha e o equilíbrio
na convivência com seus pares, com os religiosos e o clero, fazendo verdadeira
comunhão de vida e missão, tendo o respeito às funções e vocações
diferenciadas.
Não fossem os
leigos e as leigas a missão da família cristã e da Igreja não daria os frutos
queridos por Cristo. Por causa dele, que reina através de quem O segue, os
leigos atuam para a promoção da vida plena para todos.
Dom José Alberto
Moura - Arcebispo Metropolitano de Montes Claros
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Fonte: cnbbleste2.org.br Ilustrações: liturgia.catequisar.com.br diocese-sjc.org.br
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