Terra Fértil
O Criador nos
deu a vida para a desenvolvermos segundo seus ditames para nosso próprio bem.
Na parábola da
semente encontramos uma comparação bem propícia para analisarmos nossa vida com
seu objetivo e realização (Cf. Mateus13, 1-23). Deus nos outorgou
bondosamente a existência, com todo o seu cabedal de talentos para a
fazermos frutificar em nosso bem. Este é condicionado com o que
realizamos pelo proveito do semelhante e de tudo o que nos circunda. É evidente
que nada conseguimos de bem para nós e os outros se não cooperarmos com a ação
da graça divina. Jesus mesmo afirma que, sem Ele, nada podemos fazer. No
entanto, precisamos fazer nossa parte. Ele não a faz porque respeita nossa
decisão e valoriza nossas iniciativas.
Que a nossa vida seja terra fértil que produza saborosos frutos! |
O terreno de
nossas pessoas precisa ser cultivado. O Criador nos deu a vida para a
desenvolvermos segundo seus ditames para nosso próprio bem. Como imagens dele,
que criou e cuida de todo o universo, somos instados a cuidar do planeta, com
tudo o que ele contém, colocando nossas capacidades a serviço desse cuidado.
Todo tipo de vida e, principalmente a do ser humano, são dons valiosos de Deus.
Não podem ser desprezados e assumidos com desdenho ou omissão. Temos que
potenciá-los a ponto de produzirem vida e não morte. Quanto mais cooperarmos
com a promoção da vida, em retribuição ao amor de Deus, mais seremos
recompensados e nos realizamos por atingir o ideal e a razão de ser de nossa
própria vida.
Quem observa a
palavra divina faz a própria “terra” ser frutífera para o próprio bem. O
profeta diz que a palavra de Deus não volta para Ele sem dar fruto. Quem
não a acolhe, fica estéril para a própria desvantagem (Cf. Isaías 55,11).
Mesmo tendo que enfrentar sofrimentos para a execução do que Deus nos indica,
seremos infinitamente recompensados por Ele (Cf. Romanos 8,18-23). Vale a pena
olharmos para o bem duradouro, não trocado por bem estar efêmero, que contrarie
a Palavra divina. Nesse caminho de desvio da Palavra, o ser humano faz guerras,
é desonesto, corrupto, injusto, deletério, concentrador de riquezas em mãos de
minorias egoístas, desrespeitador da família com consequências de sua
destruição, voluptuoso, com dano do próprio tecido existencial, que se torna
imoral e irracional. Não constrói a convivência fraterna e incluidora dos
deixados sem vida digna. Faz a política inverter o papel, traindo sua
finalidade de serviço ao bem comum.
Na parábola do
agricultor, que lança a semente para o plantio, Jesus fala dos vários tipos de
terreno, desde o pedregoso até o mais propício para cooperar com o nascimento e
o desenvolvimento das sementes que caírem sobre si (Cf. Mateus 13,1-23). Nós
mesmos somos o terreno. Depende de nós saber cultivá-lo, facilitando sua
fertilidade ou não. De nossa parte é preciso cultivar as virtudes humanas para
darmos os frutos esperados por Deus e os seres humanos. Somente seguindo as
indicativas de Deus, o grande agricultor, é que conseguimos construir as
famílias e toda a sociedade com critérios de verdadeiro amor e justiça para
sermos pessoas do bem. Assim atingiremos a finalidade de nossa existência, que
tem seu desfecho naquele que nos criou para a felicidade plena.
Dom José Alberto
Moura - Arcebispo Metropolitano de Montes Claros (MG)
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Fonte: cnbbleste2.org.br Ilustração: liturgia.catequisar.com.br
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