Um sonho, quando é partilhado, torna-se utopia de um povo
Cidade do
Vaticano (RV) – Quanta necessidade da “cultura do encontro” tem o mundo de
hoje, que às vezes constrói muros, transformando a realidade em um pesadelo
ainda pior: “viver como inimigos”.
Francisco: “Um sonho, quando é partilhado, torna-se
utopia de um povo, a possibilidade de criar um novo modo de viver”
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Assim se
expressa o Papa Francisco na vídeo-mensagem em espanhol, apresentada na tarde
de quarta-feira na conclusão do encontro “Entre a Universidade e a escola,
construindo a paz com a cultura do encontro”, realizado na Universidade
Hebraica de Jerusalém, numa promoção da Fundação pontifícia ‘Scholas
Ocurrentes’.
“Quero celebrar
estes dias vividos aí em Jerusalém, porque vocês mesmos, a partir das vossas
diferenças, viveram a unidade”, disse o Papa na mensagem. Ninguém ensinou isto
a vocês. Vocês viveram isto. Vocês se esforçaram para se olharem nos olhos,
vocês se esforçaram para ter um olhar transparente e isto é imprescindível para
que ocorra um encontro.
Experiência
concreta
Assim, em suas
palavras, Francisco sublinha a importância da experiência concreta: “Na
transparência do olhar não existem respostas, há abertura” a “tudo aquilo que
eu não sou”, assim, uma vez abertos aos outros, realiza-se o encontro e a este
encontro se dá um sentido.
“Todos temos um
sentido na vida”, afirma. “Nenhum de nós é um “não”. Todos somos “sim”. Por
isto, quando encontramos o sentido, é como se a alma se engrandecesse.
Temos portanto
necessidade da festa como expressão humana de uma celebração do sentido,
prossegue o Papa na mensagem. “Assim encontramos o sentido mais profundo que se
pode ter”: um sentimento que existe entre nós, “para tudo e apesar de tudo”. E
“este sentimento é a gratidão”, enfatiza.
Não tirar das
crianças e jovens a capacidade de sonhar
As “Scholas,
portanto, intuem que se trata de educar e ser livres de preconceitos que
levantam barreiras, para poder sonhar e “encontrar novos caminhos”. “Nós
adultos” – prossegue – não podemos tirar das crianças e dos jovens “a
capacidade de sonhar”, nem de brincar.
Neste contexto,
o encontro da Scholas ensinou que é preciso “gerar um contexto de esperança
para que aqueles sonhos cresçam e sejam compartilhados”.
“Um sonho,
quando é partilhado, torna-se utopia de um povo, a possibilidade de criar um
novo modo de viver”, sublinha Francisco.
Educar para a
cultura do encontro
“A nossa utopia,
aquela de todos nós que, de uma maneira ou outra formamos as Scholas, é criar
com esta educação uma cultura do encontro”. Assim, se pode valorizar a
diversidade de culturas para alcançar não a uniformidade, mas a harmonia.
“É disto que tem
necessidade este mundo tão ‘atomizado’!”, exclama o Papa. “Este mundo que tem
medo do diferente, que a partir deste temor às vezes constrói muros que acabam
por transformar em realidade o pesadelo pior, ou seja, viver como inimigos”. E
como este mundo tem necessidade de sair e encontrar-se!
E o Papa conclui
com um agradecimento a todos aqueles que tomaram parte neste encontro em
Jerusalém por terem se comprometido em sonhar, em buscar o sentido, em colocar
a mente, as mãos e o coração para transformar em realidade a cultura do
encontro.
Plantio de
oliveira
Este evento,
marcado pelo diálogo entre cristianismo, judaísmo e islamismo, foi
caracterizado por muitos gestos simbólicos: o último, que concluiu o evento,
foi o plantio de uma oliveira como símbolo do encontro entre as religiões.
Este
terceiro congresso “Cattedre Scholas” reuniu nos dias 2 a 3
de julho 70 jovens israelenses, palestinos e de outros países, ao lado de
acadêmicos de 41 universidades.
Presentes, entre
outros, o Secretário da Congregação para a Educação católica, Dom Antonio
Vincenzo Zai, o Reitor da Universidade Judaica de Jerusalém, Prof. Menahem Bem
Sasson e o Presidente Mundial da Scholas Occurrentes, José Maria del Corral. (JE/DD)
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Assista:
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Fonte: radiovaticana.va Banner: news.va
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