com sofrimento de Charlie e seus pais
Cidade do Vaticano (RV) – “O Papa Francisco está rezando por Charlie e por seus pais e se sente particularmente próximo a eles neste momento de grande sofrimento. O Santo Padre pede para nos unirmos em oração para que possam encontrar a consolação e o amor de Deus”.
No final da tarde de segunda-feira a Sala de Imprensa da Santa Sé divulgou uma nota assinada pelo seu Diretor, Greg Burk, a respeito da decisão dos pais de Charlie Gard, de retirar do Tribunal o pedido de levar o bebê aos Estados Unidos, dando assim por encerrado o processo.
“Havia uma possibilidade de dois meses. Infelizmente para Charlie agora é muito tarde. O tratamento não oferece mais chance de sucesso”, disseram os pais na segunda-feira (24/07).
Episcopado da Inglaterra
Também a Conferência Episcopal da Inglaterra e do País de Gales expressou “sua mais profunda simpatia e compaixão” pelos pais de Charlie e por seu filho.
“Havia uma possibilidade de dois meses. Infelizmente para Charlie agora é muito tarde. O tratamento não oferece mais chance de sucesso” |
"De fato, é por Charlie, seus pais e família que todos oramos, esperando que eles possam, como família, receber o apoio e o espaço para encontrar a paz nos próximos dias. A despedida de seu filho, pequeno e precioso, toca os corações de todos os que, como o Papa Francisco, seguiram essa história triste e complexa. A vida de Charlie será apreciada com amor até seu fim natural”
No comunicado, os bispos destacam a importância de recordar “que todos os envolvidos nessas decisões agonizantes têm procurado agir com integridade e para o bem de Charlie como eles o veem. O profissionalismo, o amor e o cuidado por muitas crianças gravemente enfermas no Hospital Great Ormond Street também devem ser reconhecidos e aplaudidos”.
A história
Charlie Gard nasceu saudável em 4 de agosto de 2016. Cerca de dois meses mais tarde, os pais – Chris Gard e Connie Yates – perceberam que o bebê tinha dificuldades em se movimentar.
Os médicos descobriram então que Charlie era portador de uma doença genética rara, que provocava um progressivo enfraquecimento dos músculos e danos cerebrais. No momento, não existe nenhum tratamento.
Em outubro de 2016, começaram a se manifestar claras dificuldades respiratórias: Charlie foi então internado no Great Ormond Street Hospital, onde foi mantido vivo graças a aparelhos que o ajudavam a respirar e a absorver substâncias nutritivas.
Em janeiro de 2017 os pais de Charlie lançaram uma campanha de coleta de fundos para levá-lo aos Estados Unidos e submetê-lo a uma terapia experimental.
Batalha legal
Os médicos do Grand Ormond Street Hospital se opuseram, defendendo que a terapia não melhoraria a qualidade de vida de Charlie.
O caso foi parar nos tribunais britânicos - que sempre se pronunciaram favoráveis aos médicos: em 11 de abril em primeira instância, em 25 de maio no apelo, em 8 de junho na Corte Suprema – e na Corte Europeia dos Direitos do Homem, que em 27 de junho indeferiu definitivamente o apelo dos pais.
Chris Gard e Connie Yates haviam pedido para levar Charlie para casa e ali desligar os aparelhos que o mantém vivo. Médicos e juristas explicaram a eles que no hospital existem instrumentos necessários para reduzir ao mínimo o sofrimento das crianças.
Uma última esperança foi oferecida por instituições italianas e estadunidenses, que se ofereceram em acolher Charlie e submetê-los a tratamentos experimentais.
Os pais do pequeno haviam sustentado esta batalha nos tribunais até a decisão de ontem, segunda-feira. (JE)
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Fonte: radiovaticana.va news.va
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