Respeito, responsabilidade e relação com o meio ambiente
Mensagem do Papa a Congresso no Rio sobre meio ambiente |
A mensagem foi endereçada
ao Arcebispo emérito de Barcelona e Presidente da Fundação Antoni Gaudi para as
Grandes Cidades, Cardeal Lluís Martínez Sistach.
Para Francisco,
respeito, responsabilidade e relação são três “R” que ajudam a atuar de forma
conjunta diante dos imperativos mais essenciais de nossa convivência.
Respeito
“O respeito é
a atitude fundamental que o homem tem de ter com a criação”, escreve o Papa,
para que as gerações futuras possam seguir admirando-a e desfrutando-a. De modo
especial, Francisco falou “do direito fundamental” à água e advertiu que, se
não receber a atenção que merece, se transforma em fonte de enfermidades e sua
escassez põe em perigo a vida de milhões de pessoas.
Responsabilidade
Já
a responsabilidade diante da criação constitui uma de nossas tarefas
primordiais. “Não podemos ficar com os braços cruzados quando advertimos uma
grave diminuição da qualidade do ar ou o aumento da produção de resíduos que
não são adequadamente tratados.” Para Francisco, essas realidades são
consequência de uma forma irresponsável de manipular a criação e nos chamam a
exercer uma responsabilidade ativa para o bem de todos.
O Papa lamenta a
indiferença e a passividade diante de tantas tragédias e necessidades de nossos
irmãos e irmãs. “Cada território e governo deveria incentivar modos de
responsabilizar seus cidadãos para que, com criatividade, possam atuar e
favorecer a criação de uma casa mais habitável e mais saudável.”
Relação
O terceiro “R”,
a relação, ou melhor, a falta de relação, não é uma característica visível
somente nas grandes cidades multiculturais, mas acomete também a zona rural. O
fluxo constante de pessoas faz com que as sociedades contemporâneas sejam cada
vez mais fechadas e desconfiadas. “A falta de raízes e o isolamento de algumas
pessoas são formas de pobreza, que podem degenerar em guetos e originar
violência e injustiça. Contudo, o homem está chamado a amar e ser amado,
estabelecendo vínculos de pertença e laços de unidade entre todos os seus
semelhantes”, recorda o Pontífice.
Por isso, é importante
que a sociedade trabalhe conjuntamente em âmbito político, educativo e
religioso para criar relações humanas mais quentes, “que derrubem os muros que
isolam e marginalizam”. Francisco pede o engajamento de grupos, escolas,
paróquias, “que sejam capazes de construir com sua presença uma rede de
comunhão e de pertença, para favorecer uma melhor convivência e conseguir
superar tantas dificuldades”.
O Congresso
O II Congresso
Internacional Laudato Si e Grandes Cidades foi aberto oficialmente na manhã de
quinta-feira (13/07), no auditório do Edifício João Paulo II, na Glória. O
Arcebispo do Rio de Janeiro, Cardeal Orani João Tempesta, o Arcebispo emérito
de Barcelona, Cardeal Lluís Martínez Sistach, e o representante do Ministério
do Meio Ambiente e diretor-presidente da Agência Nacional de Águas, Vicente
Andreu Grillo, participaram da mesa de abertura.
Refletindo sobre
a água, as conferências da manhã foram presididas pelo Arcebispo emérito de São
Paulo e Presidente da Comissão Episcopal para a Amazônia da Conferência
Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Cardeal Cláudio Hummes, e focaram a
Laudato Si e Grandes Cidades; a qualidade e tratamento da água; e como obter
água de alta qualidade em cidades em desenvolvimento.
Na parte da
tarde, houve a participação do Cardeal Tempesta e do Rabino Abraham Skorka, sob
a condução do professor da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro
(PUC-Rio), Miguel Serpa Pereira.
Nesta
sexta-feira (14/07), será a vez do Pe. Josafá Siqueira SJ apresentar a palestra "Reflexões éticas sobre os problemas relativos à
água".
O Congresso
encerra-se no sábado (15/07)
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Fonte: radiovaticana.va Banner: news.va
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