Ser artesãos de diálogo e de paz
É a primeira vez
que o Papa Francisco visita uma instituição deste tipo na Itália. Esta
universidade, que conta cerca de 40 mil estudantes, é conhecida pela sua
atenção aos problemas sociais da cidade. São João Paulo II a visitou no ano
2002.
Francisco
recebeu as boas vindas do Reitor, Professor Mário Panizza, e de outros
representantes da universidade. Após a saudação do Reitor, o Pontífice passou a
responder a algumas perguntas que foram dirigidas pelos alunos.
A instrução e a
formação acadêmica das novas gerações, disse o Papa, é uma exigência primordial
para a vida e o desenvolvimento da sociedade. A seguir, passou a responder às
perguntas de alguns alunos, a começar por aquela de Giulia:
“Há uma onda de
violência nas nossas cidades. A violência é um processo que nos torna anônimos.
A nossa sociedade é rica de bens, de atos de solidariedade e de amor com o
próximo. Tantas pessoas e tantos jovens, certamente também muitos entre vocês,
estão engajados no voluntariado e no serviço aos mais necessitados. Vocês devem
ser gratos e orgulhosos por estes valores”.
Porém, recordou
Francisco, no mundo há tantos sinais de inimizade e de violência, de ações
violentas. Aqui, o Papa citou a sua Mensagem para o Dia Mundial da Paz deste
ano, que propõe, precisamente, a não violência como estilo de vida e de ação
política. De fato, disse, estamos vivendo uma “verdadeira guerra mundial em
pedaços”, que a Comunidade internacional não consegue deter. E acrescentou:
“A universidade
é um universo, um lugar onde se pode dialogar. Uma universidade deve fazer um
trabalho artesanal de diálogo, onde se formam as consciências, com um profundo
confronto entre as exigências do bem, do verdadeiro e do belo, e a realidade
com as suas contradições. Por exemplo, a indústria das armas, que, ao invés de
diminuírem, aumentam. Diante desta dramática realidade, os jovens jamais devem
perder a esperança. As bombas destroem os corpos e as dependências destroem os
corpos, mas também as mentes e as almas”.
Neste sentido,
respondendo à pergunta de Nicolau, o Pontífice sugeriu à universidade a
comprometer-se com projetos de partilha e de serviço aos últimos, sobretudo na
Cidade de Roma, onde reinam urgências sociais, pobreza, migrantes, gente que
dorme pelas ruas e passa fome. Vocês devem ser protagonistas de ações
construtivas, de combate à cultura do hedonismo e do descarte, baseados em
ídolos do dinheiro e do prazer. Em relação à pergunta de Ricardo, o Papa
respondeu, partindo da sua experiência pessoal, dizendo:
“Não tenham medo
de abrir-se aos horizontes do espírito, mediante o dom da fé. Não tenham medo
de abrir-se ao encontro com Cristo e aprofundar sua relação com Ele. Vocês
podem tornar-se, como disse Ricardo, ‘agentes da caridade intelectual’. Assim,
a universidade pode dar sua contribuição para a renovação da sociedade; pode e
deve ser lugar onde se elabora a cultura do encontro e da acolhida de pessoas,
culturas e religiões diferentes”.
Por fim,
Francisco encorajou os docentes e estudantes a viverem a universidade como
ambiente de verdadeiro diálogo e de confronto construtivo. A solidariedade,
vivida concretamente e não com palavras, gera paz e esperança! (MT)
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Assista:
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Assista:
Papa na Univ. Roma Tre:
Roma (RV) – A
principal atividade do Papa Francisco nesta sexta-feira (17) foi a visita à
Universidade Roma Tre, onde mais de 2500 pessoas, entre estudantes, professores
e funcionários o esperavam.
Uma aula de cultura política e de ética
A Roma Tre é
considerada uma das melhores universidades emergentes. Ela está na lista da
“Times Higher Education 100 under 50”, o ranking com as 100 melhores
universidades do mundo com até 50 anos de fundação. A Roma Tre tem 25 anos de
atividades e cerca de 40 mil estudantes inscritos.
O reitor Mario
Panizza foi quem fez as honras da visita ao saudar o Papa e descrever as
principais iniciativas da instituição. Entre elas, a participação da Roma Tre
nas conferências organizadas pelas universidades da região do Lazio que
acompanharam os temas do Jubileu da Misericórdia, em especial, “do seminário
multidisciplinar dirigido a jovens recém-formados, diferentes por cultura e
religião, provenientes da bacia do Mediterrâneo. O encontro teve como
objetivos o enriquecimento cultural recíproco e a difusão do progresso
científico”.
O diálogo nas
diferenças foi abordado pelo Papa Francisco no seu discurso que não foi lido,
pois o Pontífice resolveu falar espontaneamente à plateia que estava
concentrada em frente à reitoria. O convite ao diálogo, ao abrir-se, estimulou
os estudantes e professores presentes:
“Me impressionou
como compreendeu as dificuldades dos jovens recém-formados e desocupados. E,
assim, procurar se colocar no lugar deles para dar uma mão também com um
palavra.”
“Certamente nos
deu uma mensagem de esperança e uma visão otimista do mundo. Precisamos estar
mais atentos aos jovens, à universidade, àquilo que será o mundo amanhã.”
“O vigor com que
enfatizou o papel da universidade e a distinção entre universidades ideológicas
e universidades que seguem a terça missão com uma outra postura.”
“Palavras
simples, mas de grande classe ao mesmo tempo. Faz-nos entender que está tudo
nas coisas simples... Com o diálogo se combate a violência.”
“Ter inclusive
uma paz interior dentro da família leva também a paz no contexto exterior.
Tentaremos seguir diretamente o ensinamento de hoje.”
A ministra
italiana da Educação, Universidade e Pesquisa, Valeria Fedeli, ao final da
visita do Papa Francisco à Roma Tre comentou que as palavras pronunciadas pelo
Pontífice foram de grande profundidade e força moral. Segundo ela, “uma
mensagem centralizada no respeito recíproco, sobre a importância da linguagem
que nunca deve se transformar em instrumento de discriminação, sobre o valor da
escuta e do diálogo, sobre a pesquisa da unidade nas diversidades. Foi uma
importante aula de cultura política e de ética no exercício da responsabilidade
pública para os estudantes, professores e personalidades presentes e para a
política toda”. (AC/Adnkr)
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Fonte: radiovaticana.va news.va
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