é usada para recriar rosto de santos
Cidade do
Vaticano (RV) – Ao realizar um trabalho sobre a evolução humana para o Museu de
Antropologia da Universidade de Pádua, o designer Cícero Moraes não foi
informado que, entre os crânios, estava aquele de um dos santos mais populares
do mundo.
“Me enviaram um
crânio com as seguintes informações: era um homem, de 30-40 anos, caucasiano.
E, após terminar a reconstrução básica, eles me perguntaram se eu queria saber
de quem era aquele rosto. Após minha afirmativa, eles confirmaram ser de Santo
Antônio”.
Desde então, a
técnica que passou a ser desenvolvida por Moraes junto com o especialista em
odontologia Paulo Miamoto, tornou-se referência para a reconstrução facial de
santos – e não somente.
“Nós estudamos
muita anatomia, muita computação gráfica e também tivemos acesso a crânios de
pessoas que contavam com fotografias e tomografias computadorizadas. Ao
confrontar os resultados do trabalho que realizamos de modo “cego”, sem saber a
origem dos crânios, obtivemos muito sucesso na aparência: o que nós
reconstruímos era muito compatível com o indivíduo em vida. E, por meio destes
estudos – fizemos cerca de 15 reconstruções com estas características – temos a
segurança de dizer que as reconstruções têm uma precisão de 75 a 92%”.
A técnica
utilizada na recriação dos rostos dos santos é a mesma empregada na
reconstrução daqueles de vítimas de crimes cuja identidade é desconhecida.
Portanto, tratam-se de técnicas forenses estritamente científicas. “Nós não podemos
fazer nenhuma intervenção artística ou psicológica no momento da intervenção”.
Santa Rosa de
Lima
Entre os
trabalhos mais recentes está a revelação do rosto de Santa Rosa de Lima e de
outros dois santos peruanos. Morta há mais de 400 anos, a parte o material
forense, não havia nada além de uma pintura que retratasse o rosto da santa.
Rosto reconstruído de Santa Rosa de Lima |
“No caso de
Santa Rosa, pelo que observamos, existia um estilo na época em que foi pintado.
A reconstrução que fizemos lembra a pintura, mas quando você visualiza ela de
frente, o rosto é um pouco mais quadrado do que as pinturas demonstram. Quando
é visualizado da lateral, é um pouco mais compatível com a pintura até porque a
pintura foi feita deste ponto de vista. O resultado agradou bastante os fiéis,
as pessoas gostaram muito do resultado”.
Moraes trabalha
agora para finalizar o terceiro e último santo peruano.
“O São Martín de
Porres já está pronto. Tivemos uma surpresa muito grande. Não imaginávamos que
o resultado final ficaria tão impressionante. E o São João Macías vou começar a
fazer esta semana e espero terminar até a semana que vem”.
A equipe
brasileira tem novos trabalhos pela frente: em breve começará a reconstruir o
rosto de um santo muito popular da região central da Itália. Em paralelo,
trabalha ainda para publicar um compêndio sobre as técnicas utilizadas que
poderá ser baixado gratuitamente. (RB)
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Fonte: radiovaticana.va
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