Ministrantes unidos em vocação e por lenços coloridos
Cidade do
Vaticano (RV) – A tarde de terça-feira (4) na Praça São Pedro é marcada por um
forte calor romano, com mais de 35°C, e por uma multidão de ministrantes,
provenientes de 23 países, entre eles, da Itália, França, Portugal, Hungria e
até do Brasil. Cerca de 10 mil coroinhas e acólitos estão participando da
Peregrinação Internacional, que acontece a cada 5 anos em Roma.
Antes do
encontro com o Papa, a Praça São Pedro se uniu num grande coral colorido, com
vozes entoadas por diferentes timbres e nacionalidades dos ministrantes, entre
crianças, jovens e adultos. Duas horas de música, inclusive interpretadas por
bandas de diversos países, numa concentração que antecipou a audiência com o
Santo Padre, para as Vésperas em alemão, húngaro, francês e italiano – línguas
dos grupos mais numerosos.
A fé dá cor e sentido à vida |
Além das
Vésperas, um momento direcionado à oração e introspecção em meio a tanta festa
dos ministrantes em Roma, o presidente da Organização Internacional, Dom
Ladislav Nemet, se manifestou aos participantes e também ao Papa no “coração da
Igreja Universal para celebrar o serviço dos ministrantes, a união com Cristo,
a vocação de fazer sempre o bem”.
Na saudação de
Dom Nemet ao Pontífice, um ministrante da Ucrânia foi conduzido a entregar um
lenço – igual àquele que cada um usa no encontro, colorido, e que tem escrito o
lema da peregrinação, extraído do profeta Isaías: “Eis-me aqui, envia-me!”.
“Os nossos
‘lenços de peregrinos’ têm cores diferentes; são coloridos como os nossos
países de proveniência. Coloridos como a nossa vida nas nossas casas. Alguns de
nós têm uma vida particularmente difícil. Os nossos amigos ministrantes da
Ucrânia se encontram hoje a dever conviver com o terror da guerra no país
deles”, explicou Dom Nemet.
Já o lenço que
foi colocado no Santo Padre era branco, da cor da paz, como símbolo da união de
todos os ministrantes presentes na Praça São Pedro. (AC)
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Papa aos ministrantes:
Uma academia de edução na fé e na caridade
Cidade do
Vaticano (RV) - Acompanhe a íntegra do discurso do Papa Francisco desta
terça-feira (4), em ocasião da Peregrinação Internacional dos Ministrantes que
está sendo realizada em Roma. O encontro dos 10 mil coroinhas e acólitos com o
Santo Padre aconteceu na Praça São Pedro, sob um forte calor na capital
italiana e durante as Vésperas, num momento direcionado à oração e
introspecção dos ministrantes.
"Queridos
Ministrantes, Boa Tarde.
Agradeço a vossa
presença numerosa que desafiou o sol romano de agosto. Agradeço o Bispo Dom
Nemet, vosso Presidente, pelas palavras com que introduziu este encontro.
Saístes de vários Países para fazer a vossa peregrinação a Roma, lugar do
martírio dos Apóstolos Pedro e Paulo. É significativo ver que a proximidade e
familiaridade com Jesus Eucaristia no serviço do altar, torna-se também uma
oportunidade para abrir-se aos outros, para caminhar juntos, de escolher metas
de compromisso e encontrar as forças para alcançá-las. É fonte de verdadeira
alegria reconhecer-se pequeno e fraco, mas sabendo que, com a ajuda de Jesus,
podemos ser revestidos de força e realizar uma grande viagem na vida com Ele.
Experimentai a proximidade íntima com Jesus |
A passagem
bíblica que ouvimos fala-nos justamente sobre isso. Isaías tem uma visão, que
lhe faz perceber a majestade do Senhor, mas, ao mesmo tempo, mostra-lhe como
Deus, embora se revele, permanece distante.
Isaías descobre,
com assombro, que é Deus quem dá o primeiro passo, não esqueçamos disso, que é
Deus que dá o primeiro passo e se aproxima em primeiro lugar; Isaías percebe
que a ação divina não é impedida pelas suas imperfeições pessoais, mas que
somente a benevolência divina é capaz de torná-lo idôneo para a missão,
transformando-o numa pessoa totalmente nova e, portanto, capaz de responder ao
chamado de Deus e dizer: «Eis-me aqui, envia-me» (Is 6,8).
Hoje, sois mais
afortunados do que o profeta Isaías. Na Eucaristia e nos outros sacramentos
experimentais a proximidade íntima de Jesus, a doçura e a eficácia da sua
presença. Não encontrais Jesus colocado num trono, alto, sublime e
inalcançável, mas no pão e no vinho eucarísticos, e a sua palavra não faz
vibrar os umbrais das portas, mas as cordas do coração. Assim como Isaías, cada
um vós também descobre que Deus, mesmo tornando-se próximo em Jesus e
inclinando-se por amor a vós, sempre permanece imensamente maior e para além da
nossa capacidade de compreender a sua íntima essência. Como Isaías, vós também
fazeis a experiência de que a iniciativa é sempre de Deus, pois é Ele que vos
criou e desejou. É Ele quem, no batismo, tornou-vos novas criaturas e é sempre
Ele que espera pacientemente pela resposta à sua iniciativa e que oferece o
perdão a todos os que pedem-No humildemente.
Se não
resistimos à sua ação Ele vai tocar os nossos lábios com a chama do seu amor
misericordioso, como fez com o profeta Isaías, e isso nos tornará idôneos para
recebê-Lo e levá-Lo aos nossos irmãos. Como Isaías, nós também somos convidados
a não ficar fechados em nós mesmos, guardando a nossa fé num depósito
subterrâneo ao qual acudimos nos momentos difíceis. Somos chamados, ao
contrário, a compartilhar a alegria de reconhecermos-mos eleitos e salvos pela
misericórdia de Deus, para sermos testemunhas de que a fé é capaz de dar nova
direção aos nossos passos; que ela nos torna livres e fortes para estarmos
disponíveis e idôneos para a missão (Is 6,8).
Como é bom
descobrir que a fé faz-nos sair de nós mesmos, do nosso isolamento e,
justamente porque somos colmados com a alegria de ser amigos de Cristo Senhor,
ela nos dirige aos outros, tornando-nos naturalmente missionários!
Queridos
ministrantes missionários, quanto mais estareis próximos do altar, mais vos
lembrareis de conversar com Jesus na oração diária, mais vos alimentareis da
Palavra e do Corpo do Senhor, e sereis muito mais capazes de ir até ao próximo,
levando como dom aquilo que recebestes, dando com entusiasmo a alegria que vos
foi dada.
Obrigado pela
vossa disponibilidade de servir o altar do Senhor, tornando este serviço uma
academia de educação na fé e na caridade ao próximo. Obrigado também por terdes
começado a responder ao Senhor, como o profeta Isaías: «Eis-me aqui,
envia-me»."
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Fonte: radiovaticana.va news.va
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