Vocação laical,
presença, compromisso e esperança a serviço do Reino
O quarto domingo
de agosto focaliza a vocação laical, isto é dos cristãos leigos e leigas na
Igreja e na sociedade que tentam ser luz do mundo e sal da terra. Ao
celebrarmos os cinqüenta anos do Concilio Vaticano II e o jubileu de prata da
Encíclica“Chritifideleslaici”, de São João Paulo II, descobrimos com alegria os
avanços do laicato em consciência, organização e a ação, bem como a valorização
da raiz batismal de seu ser e missão.
Eucaristia e Palavra, alimentos dos cristãos na família e na sociedade |
No contexto da
Reforma Política e na Pastoral da Cidadania onde se tece a articulação dinâmica
da fée a política, ainda é escassa e pouco renovada a liderança de cristãos que
possam construir a alternativa do poder-serviço e uma política inclusiva,
transparente e equitativa para com os pobres. No campo da comunicação se
visibilizam práticas por vezes fragmentadas e pietistas que desconexas com a
realidade são manipuladas e não estimulam o compromisso transformador do leigo.
Mas este entorno de dificuldades não é empecilho para alegrar-nos com um
processo crescente de consciência verificado na construção, elaboração e
discussão do Documento 107 (sobre a missão dos leigos e leigas), a
preparação do Ano do Laicato, e a participação nos Encontros e Assembleias do
Conselho Nacional de Leigos do Brasil como em junho deste ano no Centro
Gianeta, São Paulo.
Temos que estar
a altura dos desafios do presente momento, que passam por consolidar a
democracia e as instituições republicanas aprofundando e garantindo os direitos
sociais que estão sendo desconstruídos e roubados, e afugentar a ameaça de um
Estado de Exceção contra os trabalhadores e cidadãos do Brasil. Não é hora de
indiferença, passividade ou ações destemperadas ou provocativas que
desestabilizem a nação, mas de diálogo e construção de um projeto amplo e
democrático para o desenvolvimento sustentável do pais sem ajustes escorchantes
nem manobras golpistas.
É hora sim, para
um laicato maduro, consciente, protagonista de sua história, cidadão e sujeito
da Igreja e da sociedade. Deus seja louvado!
Dom Roberto
Francisco Ferreria Paz - Bispo Diocesano de Campos (RJ)
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A corresponsabilidade dos ministérios leigos na ação evangelizadora
Após os ares
renovadores do Concílio Vaticano II, houve um crescimento da presença e ação
dos leigos na Igreja. O único povo de Deus tem “um só Senhor, uma só fé, um só
batismo” (Ef 4,5). Pelo nosso batismo, “reina entre todos verdadeira igualdade
quanto à dignidade e ação comum a todos os fiéis na edificação do Corpo de
Cristo” (LG 32). A Igreja reconhece que “é específico dos leigos por sua
própria vocação, procurar o Reino de Deus exercendo funções temporais e
ordenando-as segundo Deus.” (LG 31). Também, pelo mesmo batismo, participam,
através de ministérios e serviços, na ação evangelizadora e na vida das nossas
comunidades.
Corresponsáveis
pela vida da Igreja
Cristãos leigos e leigas, chamados a evangelizar |
Espírito de
doação e serviço
Os ministérios
leigos podem ser classificados como “reconhecidos”, “conferidos” ou“confiados”
(cf. CNBB, Doc. 62, n.87). Todos eles trazem uma marca comum: o desejo de
servir e a doação de si aos irmãos, por causa da fé. É uma doação voluntária,
sem remuneração, marcada pela gratuidade e pela gratidão à bondade de Deus que
se manifesta de muitas formas. Agem pelo desejo interior de comunicar a boa
nova do Reino e serem promotores da vida, como nos diz o Documento de
Aparecida: “Conhecer Jesus é o melhor presente que qualquer pessoa pode
receber: tê-lo encontrado foi o melhor que ocorreu em nossas vidas, e fazê-lo
conhecido com nossa palavra e obras é nossa alegria” (n. 29).
O ministério da
Palavra e o serviço à vida
Vários
ministérios e serviços são necessários para a Igreja exercer sua missão. É
certo, porém, que cada época tem prioridades. Uma grande necessidade do nosso
tempo, de “uma Igreja em saída”, com espírito missionário, é o ministério da
Palavra, que se concretiza na missão dos catequistas, na formação cristã, nos
animadores das pequenas comunidades que se constituem a partir da Leitura
Orante da Bíblia e dos ministros que presidem a celebração da Palavra nas
comunidades. Outro serviço exigente e necessário de nosso tempo é o serviço da
caridade. São todos os que, movidos pela compaixão, vão ao encontro dos
sofredores, nas diversas pastorais e organizações da caridade da Igreja. Desde
o início da Igreja, a caridade é a marca distintiva da comunidade cristã, como
nos diz Paulo: “recomendou que nos lembrássemos dos pobres” (Gl 2,10).
Queremos ser uma
Igreja ministerial. Nosso reconhecimento e gratidão a todos os leigos e leigas
que se colocam a serviço da evangelização na comunidade eclesial, em algum
serviço, conselho, equipe, pastoral, movimento ou ministério. “Servi ao Senhor
com alegria” (Sl 100,1).
Dom Adelar
Baruffi - Bispo de Cruz Alta (RS)
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Fonte: cnbb.org.br
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