Papa Francisco:
A fé, maior motivo da grandeza de Maria
Cidade do
Vaticano (RV) - No dia em que a Igreja festeja a Assunção de Maria, o Papa
Francisco rezou o Angelus com os milhares de fieis reunidos na Praça São Pedro.
É a primeira vez, desde 1954, que um Papa recita o Angelus no Vaticano na
Solenidade da Assunção.
Eis a íntegra da
alocução:
Queridos irmãos
e irmãs, bom dia
Hoje a igreja
celebra uma das festas mais importantes dedicadas à Bem-aventurada Virgem
Maria: a festa da sua Assunção. Ao final de sua vida terrena, a Mãe de Cristo
subiu em alma e corpo ao Céu, isto é, na glória da vida eterna, na plena, na
plena comunhão com Deus.
A página do
Evangelho do dia nos apresenta Maria que, logo após ter concebido Jesus por
obra do Espírito Santo, vai até sua parenta Isabel, também ela milagrosamente
na espera de um filho. Neste encontro pleno do Espírito Santo, Maria expressa a
sua alegria com o Cântico do Magnificat, pois tomou plena consciência do
significado das grandes coisas que estão se realizando na sua vida: por meio
dela chega ao cumprimento toda a espera de seu povo.
"A vida de Maria mostra que Deus cumpre grandes obras através dos mais humildes" |
Mas o Evangelho
nos mostra também qual é o motivo mais verdadeiro da grandeza de Maria e da sua
bem-aventurança: o motivo é a fé. De fato, Isabel a saúda com estas palavras:
“Bem-aventurada aquela que acreditou, porque vai acontecer o que o Senhor lhe
prometeu”. A fé é o coração de toda a história de Maria; ela é fiel, a grande
fiel; ela sabe – e o disse – que na história pesa a violência dos prepotentes,
o orgulho dos ricos, a arrogância dos soberbos. Todavia, Maria acredita e
proclama que Deus não deixa sozinhos os seus filhos, humildes e pobres, mas os
socorre com misericordia con solicitude, derrubando os poderosos de seus
tronos, dispersa os orgulhosos nas tramas de seus corações. Esta é a fé de
nossa Mãe, esta é a fé de Maria!
O Cântico de
Nossa Senhora nos deixa também intuir o sentido realizado na vida de Maria: se
a misericórdia do Senhor é o motor da história, então não "poderia
conhecer a corrupção do sepulcro aquela que gerou o Senhor da vida". Tudo
isso não diz respeito somente a Maria. As "grandes" coisas feitas
nela pelo Onipotente nos tocam profundamente, nos falam de nossa viagem na
vida, nos recordam a meta que nos espera: a casa do Pai. A nossa vida, vista à
luz de Maria assunta ao Céu, não e uma ociosidade sem sentido, mas e uma
peregrinação que, mesmo com todas as suas incertezas e sofrimentos, tem uma
meta segura: a casa de nosso Pai, que nos espera com amor. É bonito pensar
nisto: que nós temos um Pai que nos espera com amor e que também a nossa Mãe
Maria está lá, e nos espera com amor.
No entanto,
enquanto transcorre a vida, Deus faz resplender para o seu povo, peregrino na
terra, um sinal de consolação e de segura esperança. E este sinal tem um rosto,
este sinal tem um nome: o rosto luminoso da mãe do Senhor, o nome bendito de
Maria, a cheia de graça, bem aventurada porque acreditou na palavra do Senhor:
a grande fiel! Como membros da Igreja, somos destinados a partilhar da glória
da nossa mãe, porque, graças a Deus, também nos acreditamos no sacrifício de
Cristo na cruz e através do Batismo, somos inseridos em tal mistério de
salvação.
Hoje todos
juntos rezemos a ela, para que, enquanto se desvela o nosso caminho sobre a
terra, ela nos dirija os seus olhos misericordiosos, ilumine o nosso caminho,
nos indique a meta, e nos mostre depois deste desterro Jesus, o fruto bendito
do seu ventre. Ó clemente, ó piedosa, ó doce Virgem Maria!
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Fonte: radiovaticana.va news.va
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