posicionamento sobre crise política e drogas
Os bispos do
Conselho Episcopal Pastoral (Consep) da Conferência Nacional dos Bispos do
Brasil (CNBB), reunidos em Brasília entre os dias 25 e 26 de agosto se
posicionaram, através de um comunicado oficial, sobre a crise que vem atingindo
o Brasil e também sobre a descriminalização do uso de drogas.
Em relação ao
primeiro tema, intitulada “Nota da CNBB a favor do Brasil”, os bispos
afirmam que a a população brasileira acompanha, apreensiva, a grave crise que
atinge o país, procurando conhecer suas origens, resistir às suas consequências
e, sobretudo, vislumbrar as soluções.
Dom Leonardo Steiner, Dom Sérgio da Rocha e Dom Murilo Krieger |
A CNBB entende
que a corrupção que atinge a política, as relações empresariais e todos os
setores da sociedade, surgem como um problema a ser enfrentado e que não pode
ser tolerado.
“É urgente
resgatar a credibilidade da atividade política em que seja fortalecida a
cultura inclusiva e
democrática, pois um ‘método que não dá liberdade às pessoas para assumir
responsavelmente sua tarefa de construção da sociedade é uma chantagem’, e
‘nenhum político pode cumprir o seu papel, seu trabalho, se se encontra
chantageado por atitudes de corrupção’ (Papa Francisco aos representantes da
sociedade civil, no Paraguai, 11 de julho de 2015). A chantagem “é sempre
corrupção”. Lamentavelmente, o cenário político brasileiro não está isento
desta condenável prática”, afirmaram.
Em relação à descriminalização
do uso de drogas, a Igreja no Brasil declara-se contrária a tal procedimento,
ressaltando que “a dependência química representa um dos grandes problemas de
saúde pública e de segurança no Brasil”.
“O uso indevido
de drogas interfere gravemente na estrutura familiar e social. Está entre as
causas de inúmeras doenças, de invalidez física e mental, de afastamento da
vida social. A dependência que atinge, especialmente, os adolescentes e os
jovens, é fator gerador da violência social, provoca no usuário alteração de
consciência e de comportamento. O consumo e o tráfico de drogas são apontados
como causa da maioria dos atentados contra a vida”, trouxe a carta.
Os Bispos são
claros ao afirmarem que o caminho mais exigente e eficaz, a longo prazo, é a
intensificação de campanhas de prevenção e combate ao uso das drogas,
acompanhado de políticas públicas nos campos da educação, do emprego, da
cultura, do esporte e do lazer para a juventude e a família. O Estado seja mais
eficaz nas ações de combate ao tráfico de drogas.
“A liberação do
consumo de drogas facilitará a circulação dos entorpecentes. Haverá mais
produtos à disposição, legalizando uma cadeia de tráfico e de comércio, sem
estrutura jurídica para controlá-la. O artigo 28 da Lei 11.343, ao tratar do
tema, não prevê reclusão, mas a penalização com adoção de medidas de reinserção
social. Constata-se que o encarceramento em massa não tem sido eficaz. É
preciso desenvolver a prática da justiça restaurativa. Isso não significa menor
rigor para aqueles que lucram com as drogas”, afirmaram.
Clique e confira a íntegra das notas:
A favor do Brasil Descriminalização do uso de drogas
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Fonte: arquidiocese-pa.org.br
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