19º Domingo do Tempo Comum
Elias entrou
deserto adentro e caminhou o dia todo. Sentou-se finalmente debaixo de um
junípero e pediu para si a morte, dizendo: “Agora basta, Senhor! Tira a minha
vida, pois não sou melhor que meus pais”.
E, deitando-se
no chão, adormeceu à sombra do junípero. De repente, um anjo tocou-o e disse:
“Levanta-te e come!”
Ele abriu os
olhos e viu junto à sua cabeça um pão assado debaixo da cinza e um jarro de
água. Comeu, bebeu e tornou a dormir.
Mas o anjo do
Senhor veio pela segunda vez, tocou-o e disse: “Levanta-te e come! Ainda tens
um caminho longo a percorrer”.
Elias
levantou-se, comeu e bebeu, e, com a força desse alimento, andou quarenta dias
e quarenta noites, até chegar ao Horeb, o monte de Deus.
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Salmo: 33
– Provai e vede quão suave é o Senhor!
– Provai e vede quão suave é o Senhor!
– Bendirei o
Senhor Deus em todo o tempo,/ seu louvor estará sempre em minha boca./ Minha
alma se gloria no Senhor,/ que ouçam os humildes e se alegrem!
– Comigo
engrandecei ao Senhor Deus,/ exaltemos todos juntos o seu nome!/ Todas
as vezes que o busquei, ele me ouviu,/ e de todos os temores me livrou.
– Contemplai
a sua face e alegrai-vos,/ e vosso rosto não se cubra de vergonha!/ Este
infeliz gritou a Deus, e foi ouvido,/ e o Senhor o libertou de toda
angústia.
– O anjo do
Senhor vem acampar/ ao redor dos que o temem, e os salva./ Provai e
vede quão suave é o Senhor!/ Feliz o homem que tem nele o seu refúgio!
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2ª Leitura: Ef 4,30-5,2
Não contristeis
o Espírito Santo com o qual Deus vos marcou como com um selo para o dia da
libertação.
Toda a amargura,
irritação, cólera, gritaria, injúrias, tudo isso deve desaparecer do meio de
vós, como toda espécie de maldade.
Sede bons uns
para com os outros, sede compassivos; perdoai-vos mutuamente, como Deus vos
perdoou por meio de Cristo.
Sede imitadores
de Deus, como filhos que ele ama. Vivei no amor, como Cristo nos amou e se
entregou a si mesmo a Deus por nós, em oblação e sacrifício de suave odor.
Evangelho: Jo 6,41-51
Os judeus começaram a murmurar a respeito de
Jesus, porque havia dito: “Eu sou o pão que desceu do céu”.
Eles comentavam:
“Não é este Jesus o filho de José? Não conhecemos seu pai e sua mãe? Como pode
então dizer que desceu do céu?”
Jesus respondeu:
“Não murmureis entre vós. Ninguém pode vir a mim, se o Pai que me enviou
não o atrai. E eu o ressuscitarei no último dia. Está escrito nos
profetas: ‘Todos serão discípulos de Deus’. Ora, todo aquele que escutou o Pai,
e por ele foi instruído, vem a mim.Não que alguém já tenha visto o Pai. Só
aquele que vem de junto de Deus viu o Pai. Em verdade, em verdade vos
digo, quem crê, possui a vida eterna.
Eu sou o pão da
vida. Os vossos pais comeram o maná no deserto e, no entanto, morreram. Eis
aqui o pão que desce do céu: quem dele comer, nunca morrerá. Eu sou o pão
vivo descido do céu. Quem comer deste pão viverá eternamente. E o pão que eu
darei é a minha carne dada para a vida do mundo”
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Reflexão
O Senhor nos oferece o seu Corpo e o seu Sangue
A leitura do
trecho do primeiro livro dos Reis narra um momento dramático da vida do profeta
Elias. Depois de degolar os profetas de Baal, Elias foge da perseguição
implacável da rainha Jezabel, que havia prometido matá-lo. Desanimado, pois se
sente só, sem ninguém para ajudá-lo, ele deseja morrer. Deita-se debaixo de um
junípero e dorme. Despertado por um mensageiro celeste para que comesse, ele
vê, perto de si, pão cozido e água. Ele come e volta a deitar-se. Mas o
mensageiro insiste: “Levanta-te e come! Do contrário, o caminho será longo
demais”. O profeta obedeceu e aquele alimento lhe sustentou para caminhar uma
enorme distância até o Monte Horeb. Esse alimento e essa bebida que Elias
recebeu do céu deram a ele força para caminhar por muito, muito tempo.
Considerado à
luz do Novo Testamento, o episódio é uma antecipação da eucaristia. Quando nos
sentimos angustiados e desanimados, o Senhor nos oferece uma comida e uma
bebida extraordinários: o seu Corpo e o seu Sangue.
No evangelho,
temos uma discussão entre os judeus e Jesus, que disse: “Eu sou o pão que
desceu do céu”. Esse pão é um alimento espiritual, um alimento para a vida
eterna. Deus criou o ser humano à sua imagem e semelhança. Enquanto criaturas
de Deus, cada um possui em si mesmo algo que o faz tender para Ele. Esse
dinamismo não suplanta a liberdade do ser humano, pois o homem pode resistir à
atração de Deus, como pode, livremente, ceder a essa mesma atração. Por essa
inclinação, Deus nos faz viver. É o que Deus declara no livro do profeta Jeremias:
“Com amor eterno eu te amei, por isso te atraí” (31,3). O Pai que nos amou
primeiro é quem nos coloca no seguimento do seu Filho. Realiza a vontade de
Deus quem aceita Jesus como enviado de Deus e permanece com ele.
Na releitura
cristã do Antigo Testamento, o maná era, como já dissemos, somente figura do
pão que Deus, agora, dá ao seu povo. Nenhum alimento pode livrar quem quer que
seja da morte. Somente o pão descido do céu é que livra da morte. O pão descido
do céu é a carne de Jesus, isto é, a sua existência histórica e terrena, sua
vida entregue para que o mundo tenha vida em plenitude. Ressuscitado dos
mortos, o Senhor nos livra da morte eterna.
Reflexão: paulinas.org.br Banner: cnbb.org.br Ilustrações: franciscanos.org.br
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