A
terra seca clama por vida e esperança
Dom Jailton
Oliveira Lino - Bispo de
Teixeira de Freitas-Caravelas (BA)
“Quando a terra
seca clama pelo céu…” Quantos de nós já nos sentimos assim? Perdidos, áridos,
como um solo que há muito tempo não sente o frescor da chuva. A canção Terra
Seca não fala apenas da natureza. Ela fala de nós. De nossas almas sedentas, de
nossos corações que tantas vezes têm vivido longe da fonte de vida que é
Deus.
E agora, em
2025, a Igreja nos chama. O Jubileu chega como a resposta desse clamor. É como
se o próprio céu dissesse: “Eu ouvi o teu grito. Eu trarei a chuva.” Mas eu te
pergunto: você está pronto para recebê-la?
Vivemos tempos
difíceis. O mundo está seco de compaixão, de justiça, de amor. Quantos corações
estão endurecidos pela indiferença? Quantas vezes escolhemos o egoísmo,
ignorando o outro? Estamos como a terra rachada que rejeita a semente porque
não se preparou para o momento da chuva. Mas o Jubileu nos desafia: prepare o
solo do seu coração.
Esse ano santo
não é apenas uma celebração. É um chamado. Um chamado para sairmos de nossa
zona de conforto, para enfrentarmos a aridez de nossas vidas e nos deixarmos
transformar pela misericórdia de Deus. O Jubileu nos convida a sermos
peregrinos da esperança, mas para isso, precisamos nos perguntar: estamos
dispostos a caminhar?
A graça de Deus
é como a chuva, mas a terra precisa querer florescer. Você está disposto a
abrir mão do orgulho, da raiva, da culpa que pesa no peito? Está disposto a
perdoar quem te feriu e buscar reconciliação com Deus, com os outros e com você
mesmo?
Olhe para o
mundo ao seu redor. As guerras, as desigualdades, o sofrimento dos pobres e o
descaso com a criação são reflexos de uma humanidade que se afastou da sua
essência. O Jubileu é um convite para mudar essa realidade, mas a mudança
começa em você.
Talvez você se
pergunte: E se eu não conseguir? Eu te digo: Deus é fiel. Ele nunca te
abandonará. Assim como a chuva vem no tempo certo, a graça d’Ele chega para
renovar aquilo que parecia perdido. Mas você precisa estar disposto. É preciso
abrir o coração, tirar as pedras do caminho e deixar que Ele faça o impossível:
transformar seu deserto em um jardim.
Não viva este
ano santo como um espectador. Seja protagonista. Vá à confissão, participe das
celebrações, ajude quem precisa, cuide da criação. Viva como quem acredita que
o amor de Deus pode mudar o mundo, porque pode.
A terra seca
está clamando. Você também está. E Deus responde: “Eis que faço novas todas as
coisas.” O que você fará com essa promessa?
“Que venha a
chuva. Que venha a vida.”
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