Igreja segue em frente na fé de Pedro - Fé é vida
"É
indispensável e louvável que a pastoral de nossas comunidades esteja aberta às
muitas pobrezas e emergências. A caridade é sempre o principal caminho da
perfeição. Mas é preciso que as obras de solidariedade, as obras de caridade,
não desviem o contato com o Senhor Jesus."
Jackson Erpen –
Vatican News - "E vós, quem
dizes que eu sou?". A passagem do Evangelho de Mateus em que Pedro
professa a sua fé em Jesus como Messias e Filho de Deus, inspirou a reflexão do
Papa no Angelus deste XXI Domingo do Tempo Comum. A nossa profissão
de fé em Jesus – observou Francisco – longe de ser uma resposta teórica,
envolve toda a nossa existência e dá sentido pleno à nossa caridade.
A cada domingo, um
maior número de fiéis e turistas participa da tradicional oração na Praça São
Pedro, mesmo com o forte calor, atenuado pela sombra sob as Colunas de Bernini,
um boné e muita água. E foi a eles que o Papa começou saudando, para então
apresentar a leitura proposta pela liturgia do dia, em que Pedro professa sua
fé em Jesus, que por sua vez - reconhecendo a pronta correspondência de Simão à
inspiração da graça – diz que sobre ele – a pedra – edificará a sua Igreja.
Caminho de
educação na fé
A intenção de
Jesus ao interpelar os apóstolos sobre quem Ele era – explica o Papa – é “conduzir
os seus discípulos a dar o passo decisivo na sua relação com Ele”, pois “todo o
caminho de Jesus com aqueles que o seguem, especialmente com os Doze, é um
caminho de educação de sua fé.”
Talvez boa parte
dos apóstolos compartilhasse da opinião da maior parte dos homens, isto é, que
Jesus era um profeta. Mas quando Jesus lhes faz a mesma pergunta - "Mas
vós, quem dizeis que sou - eles hesitam, paira um silêncio no ar. "O mesmo
sucederia se eu perguntasse para vocês agora: "Para ti, quem é
Jesus?". Haverá um pouco de hesitação", ilustra o Papa.
Confessar Jesus é
uma graça do Pai
No entanto, em um
impulso, é o Apóstolo mais mencionado nos escritos no Novo Testamento – bem 171
vezes – que os tira do embaraço afirmando: “Tu és o Messias, o Filho do Deus
vivo".
“Uma resposta “tão
plena e luminosa, não lhe vem de um impulso, por mais generoso que fosse -
Pedro era generoso - mas é fruto de uma graça particular do Pai celeste”,
observou Francisco.
De fato, o próprio
Jesus lhe diz: "Nem a carne nem o sangue te revelaram isso, isto é, na
cultura, no que estudaste (...). Te-lo revelou meu Pai que está nos Céus.
Confessar Jesus é uma graça do Pai. Dizer que Jesus é o Filho de Deus vivo, que
é o Redentor, é uma graça que nós devemos pedir: "Pai, dá-me esta graça de
confessar Jesus".
Resposta de fé
E em tom solene
acrescenta: "Tu és Pedro, e sobre esta pedra construirei a minha Igreja, e
o poder do inferno nunca poderá vencê-la":
Com esta
afirmação, Jesus faz compreender a Simão o significado do novo nome que lhe
deu, "Pedro": a fé que acaba de manifestar é a "pedra"
inquebrantável sobre a qual o Filho de Deus quer construir a sua Igreja, ou
seja, sua Comunidade. E a Igreja vai em frente sempre na fé de Pedro, naquela
fé que Deus reconhece, que Jesus reconhece e o faz chefe da Igreja:
“Hoje, ouvimos dirigida
a cada um de nós a pergunta de Jesus: "E vós, quem dizes que eu
sou?". A cada um de nós! E cada um de nós deve dar uma resposta não
teórica, mas que envolve a fé, ou seja, a vida, porque fé é vida! "Para
mim tu és..." e confessar Jesus.”
Jesus no centro, o
verdadeiro caminho da caridade cristã
Uma resposta que
requer também de nós, como dos primeiros discípulos, a escuta interior da voz
do Pai e a consonância com o que a Igreja reunida em torno de Pedro, o que a
Igreja continua a proclamar. Trata-se de compreender quem é Cristo para nós: se
Ele é o centro da nossa vida, se Ele é a meta de todo o nosso compromisso na
Igreja, de nosso compromisso na sociedade. "Quem é Cristo para mim? Quem é
Jesus Cristo para ti, para ti, para ti? Uma resposta que nós deveríamos dar a
cada dia. Mas estejam atentos":
“[É indispensável
e louvável que a pastoral de nossas comunidades esteja aberta às muitas
pobrezas e emergências que estão por tudo. A caridade é a via mestra do caminho
da fé, da perfeição da fé. Mas é necessário que as obras de solidariedade, as
obras de caridade que nós fazemos, não desviem o contato com o Senhor Jesus. A
caridade cristã não é simples filantropia, mas, por um lado, é olhar o outro
com os próprios olhos de Jesus e, por outro, é ver Jesus no rosto do pobre. E
este é o caminho verdadeiro da caridade cristã, com Jesus no centro, sempre.]”
Que Maria
Santíssima – disse o Santo Padre ao concluir - bem-aventurada porque acreditou,
seja para nós guia e modelo no caminho da fé em Cristo e nos torne conscientes
que a confiança nele dá sentido pleno à nossa caridade e a toda a nossa
existência.
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Íntegra da mensagem do Papa:
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Fonte: vaticannews.va
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