com a força da Exortação do Papa: Cristo vive
Na Exortação
Apostólica dirigida aos jovens, o Papa Francisco propõe três verdades: Deus
ama-te, Cristo salva-te e Cristo vive. Porque o Senhor quer-nos vivos para nos
dar força e esperança.
Rui Saraiva –
Porto - No Dia Mundial da Juventude deste ano de 2020, Domingo de Ramos, o Papa
Francisco dirigiu-se aos jovens recordando que, devido à pandemia, o momento da
passagem dos símbolos da JMJ do Panamá para Portugal seria adiado para novembro
próximo. Na ocasião, pediu aos jovens para testemunharem “a esperança, a
generosidade e a solidariedade neste tempo difícil”.
Neste tempo de
pandemia, a Exortação Apostólica do Papa Francisco “Cristo Vive” é forte
inspiração para a vivência e a atuação dos jovens. Tal como disse o Santo Padre
no Domingo de Páscoa de 2019, na Mensagem e Benção Urbi et Orbi, afirmando que
a manhã de Páscoa é “juventude perene da Igreja e da inteira humanidade” e
recordou as “palavras iniciais da sua Exortação Apostólica dedicada aos jovens:
“Cristo Vive: é
Ele a nossa esperança e a mais bela juventude deste mundo! Tudo o que toca
torna-se jovem, fica novo, enche-se de vida. Por isso, as primeiras palavras,
que quero dirigir a cada jovem e a cada cristão, são estas: Ele vive e quer-te
vivo! Ele está em ti, está contigo e jamais te deixa. Por mais que te possas
afastar, junto de ti está o Ressuscitado, que te chama e espera por ti para
recomeçar. Quando te sentires envelhecido pela tristeza, os rancores, os medos,
as dúvidas ou os fracassos, Jesus estará a teu lado para te devolver a força e
a esperança.” (Christus vivit, 1-2).
No tempo de
pandemia que estamos a viver, os jovens estão a enfrentar novos desafios e
dificuldades e novas formas de relação e de solidariedade.
Na Exortação
Apostólica “Cristo Vive”, o Papa apresenta Cristo, o grande anúncio para todos
os jovens. No seu texto afirma três verdades “que todos nós precisamos de
escutar sempre de novo”. Diz Francisco: Deus ama-te, Cristo salva-te e Cristo
vive.
Um Deus que é amor
A primeira verdade
apresentada pelo Santo Padre é que Deus nos ama, pois Deus é amor. “Em toda e
qualquer circunstância, és infinitamente amado” – escreve Francisco.
Mesmo que a
experiência de paternidade de um jovem não tenha sido a melhor, uma coisa é
certa para o Papa: “… podes lançar-te, com segurança, nos braços do teu Pai
divino, do Deus que te deu a vida e continua a dá-la a cada momento”. Francisco
recorda várias passagens bíblicas com expressões do amor de Deus:
«Segurava-os com
laços humanos, com laços de amor, fui para eles como os que levantam uma
criancinha contra o seu rosto» (Os 11, 4).
«Acaso pode uma
mulher esquecer-se do seu bebé, não ter carinho pelo fruto das suas entranhas?
Ainda que ela se esquecesse dele, Eu nunca te esqueceria» (Is 49, 15).
«Ainda que os
montes sejam abalados e tremam as colinas, o meu amor por ti nunca mais será
abalado, e a minha aliança de paz nunca mais vacilará» (Is 54, 10).
«Amei-te com um
amor eterno. Por isso, dilatei a misericórdia para contigo» (Jr 31, 3).
Para Deus “és
realmente valioso” – escreve o Papa dirigindo-se a cada jovem e pede: “Procura
ficar um momento em silêncio, deixando-te amar por Ele”.
Deus tem um amor
que não “esmaga”, não “marginaliza”, “nem silencia”. “Não humilha”, “nem
subjuga” – escreve o Papa sublinhando que o amor de Deus é “feito de liberdade
e para a liberdade”, um amor que é “mais de levantamentos que de quedas, mais
de reconciliação que de proibições, mais de dar nova oportunidade que de
condenar, mais de futuro que de passado”.
Cristo salva-te
A segunda verdade
apresentada pelo Papa é que “Cristo entregou-Se até ao fim para te salvar” –
diz Francisco dirigindo-se pessoalmente a cada jovem.
Com os seus
“braços abertos na cruz” Jesus leva “até ao extremo o seu amor” por cada um de
nós. “São Paulo dizia viver confiado naquele amor que, por ele, se deu
totalmente: «A vida que agora tenho na carne, vivo-a na fé do Filho de Deus que
me amou e a Si mesmo Se entregou por mim» (Gal 2, 20).”
Jesus abraça-nos
para nos salvar “do pecado, da tristeza, do vazio interior, do isolamento”.
“Nunca esqueças que «Ele perdoa setenta vezes sete” – recorda o Papa
sublinhando que Jesus nos permite “levantar a cabeça e recomeçar”.
“Abraçou o filho
pródigo, abraçou Pedro depois de O ter negado e abraça-nos sempre” – escreve
Francisco propondo caminho a cada jovem: “Fixa os braços abertos de Cristo
crucificado, deixa-te salvar sempre de novo. E quando te aproximares para
confessar os teus pecados, crê firmemente na sua misericórdia que te liberta de
toda a culpa. Contempla o seu sangue derramado pelo grande amor que te tem e
deixa-te purificar por ele. Assim, poderás renascer sempre de novo” – declara o
Santo Padre.
Ele vive!
Existe ainda uma
terceira verdade, segundo o Papa: “Ele vive!” Cristo vive. “É preciso
recordá-lo com frequência, porque corremos o risco de tomar Jesus Cristo apenas
como um bom exemplo do passado, como uma recordação, como Alguém que nos salvou
há dois mil anos” – escreve o Santo Padre.
“Se Ele vive, isso
é uma garantia de que o bem pode triunfar na nossa vida e de que as nossas
fadigas servirão para qualquer coisa. Então podemos deixar de nos lamentar e
podemos olhar em frente, porque com Ele é possível sempre olhar em frente. Esta
é a certeza que temos: Jesus é o vivente eterno; agarrados a Ele, viveremos e
atravessaremos, ilesos, todas as formas de morte e violência que se escondem no
caminho” – afirma Francisco.
O Papa exorta os
jovens a viverem em intimidade com Jesus e declara que se cada um começar “a
conversar com Cristo vivo sobre as coisas concretas” da vida, “esta será a
grande experiência, será a experiência fundamental que sustentará” a vida
cristã de cada pessoa.
Em tempo de
pandemia ganha especial importância a força inspiradora das palavras do Papa
que convida os jovens a deixarem-se seduzir por Cristo: “Por mais que te possas
afastar, junto de ti está o Ressuscitado, que te chama e espera por ti para
recomeçar” – diz Francisco.
Um recomeço e uma
retoma que nas dificuldades atuais devem ser um especial testemunho de
esperança, de generosidade e de solidariedade.
Laudetur Iesus
Christus
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Fonte: vaticannews.va
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