"A caridade
se faz com doçura, não com acidez"
Poucas horas
depois de concluir sua 29a viagem apostólica, o Papa Francisco compartilhou com
os fiéis e peregrinos na Praça São Pedro os momentos mais emocionantes de sua
visita aos dois países europeus.
Cidade do
Vaticano - De volta de mais uma viagem apostólica, o Papa Francisco realizou a
Audiência Geral na Praça São Pedro comentando justamente as etapas na Bulgária
e Macedônia do Norte.
Nas pegadas de
São João XXIII
Depois de
agradecer às autoridades civis e eclesiásticas que o acolheram, o Pontífice
destacou que na Bulgária foi guiado pela “memória viva de São João XXIII”, que
ali exerceu o cargo de Delegado Apostólico por quase dez anos.
Com o lema
"Pacem in terris", convidei todos a trilhar o caminho da
fraternidade; e, neste caminho, em particular, tive a alegria de dar um passo
em frente no encontro com o Patriarca da Igreja Ortodoxa Búlgara Neófito e os
membros do Santo Sínodo.
Como cristãos,
recordou o Papa, a vocação e missão é ser sinal e instrumento de unidade.
Em Sófia,
Francisco recordou ainda a oração silenciosa diante da imagem sagrada dos dois
santos irmãos Cirilo e Metódio.
“Também hoje há
a necessidade de evangelizadores apaixonados e criativos, para que o Evangelho
alcance aqueles que ainda não o conhecem e possa irrigar novamente as terras
onde as antigas raízes cristãs secaram.”
O último ato da
viagem à Bulgária foi realizado juntamente com os representantes de diferentes
religiões para invocar o dom da paz.
Na terra natal
de Madre Teresa
Na Macedônia do
Norte, a visita foi acompanhada pela presença espiritual de Santa Madre Teresa
de Calcutá, que nasceu em Skopje em 1910.
“Nesta mulher,
pequena mas cheia de força graças à ação do Espírito Santo, vemos a imagem da
Igreja naquele país e em outras periferias do mundo: uma comunidade pequena
que, com a graça de Cristo, torna-se um lar acolhedor onde muitos encontram
refrigério para sua vida.”
Sobre o contexto
social e político do país, Francisco recordou que a Macedônia do Norte é um
país independente desde 1991, por isso “quis encorajar, acima de tudo, sua
tradicional capacidade de acolher diferentes pertenças étnicas e religiosas;
bem como o seu compromisso em acolher e socorrer um grande número de migrantes
e refugiados durante o período crítico de 2015 e 2016”. E o Papa pediu um
aplauso ao povo local, pelo "amor" com o qual acolhem as pessoas
migrantes não obstante os problemas que possam causar.
Caridade com
ternura
Francisco
compartilhou com os fiéis que ficou impressionado com a "ternura
evangélica" das irmãs de Madre Teresa de Calcutá, ternura que nasce da
oração e da adoração.
“Elas acolhem a
todos, se sentem irmãs, mães de todos e o fazem com ternura. Nós cristãos às
vezes perdemos a dimensão da ternura e quando não há ternura, nos tornamos
demasiados sérios, ácidos. Essas irmãs são doces na ternura, fazem caridade
como deve ser feita, sem fantasiá-la. Fazer caridade sem ternura, amor, é como
jogar um copo de vinagre na obra de caridade, é ácido. A caridade é doce, não ácida.
E essas irmãs são um belo exemplo. Que Deus as abençoe.”
O Papa citou
ainda o encontro com os jovens de diferentes denominações cristãs e também de
outras religiões, “todos unidos pelo desejo de construir algo de belo na vida.
Lá exortei para que sonhassem grande e se arriscarem”. Outro momento foi com o
sacerdotes e as pessoas consagradas. “Homens e mulheres que deram suas vidas a
Cristo.”
A Santa Missa
foi celebrada na praça de Skopje, ocasião para renovar, mais uma vez em uma
periferia da Europa de hoje, “o milagre de Deus que, com os nossos poucos pães
e peixes, partidos e compartilhados, sacia a fome das multidões”.
"Nós
confiamos à sua inesgotável Providência o presente e o futuro dos povos que
visitei nesta viagem", concluiu o Papa, rezando com os fiéis uma Ave-maria
para que Deus abençoe a Bulgária e a Macedônia do Norte.
Jean Vanier e
festas marianas
Na saudação em
francês, Francisco fez sua homenagem a Jean Vanier, que morreu na terça-feira,
e ressaltou sua obra pelos mais pobres e indefesos, inclusive pelos nascituros
condenados à morte no ventre de suas mães. "Que Jean Vanier permaneça um
exemplo a todos nós. Que ele nos ajude do céu."
Por fim, o Papa
recrdou duas recorrências marianas neste 8 de maio: a Súplica a Nossa Senhora
de Pompéia e Nossa Senhora de Luján, pedindo orações pela Argentina.
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Fonte: vaticannews.va
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