O abraço do Papa
às crianças migrantes acolhidas em Vrazhdebna
"Nós
católicos queremos fazer com que eles experimentem concretamente o amor de
Deus. Entre nossos colaboradores há numerosos migrantes de religião muçulmana.
Somos pessoas de diversas Confissões e estamos orgulhosos de fazer parte da
grande família da Caritas. Nos esforçamos para difundir o amor misericordioso
de Deus aos irmãos”, disse uma voluntária que trabalha no Centro que acolhe
migrantes.
Cidade do
Vaticano - A primeira
atividade do Papa na manhã desta segunda-feira, 6, na Bulgária foi a visita ao
Centro de Refugiados “Vrazhdebna”, distante 8,2 km de Sófia, que acolhe
refugiados provenientes da Síria e do Iraque.
Francisco foi
acolhido pelo diretor do Centro e pelo diretor da Caritas, que o
acompanharam até o refeitório onde estavam cerca de 50 pessoas, entre crianças
e os pais que as acompanhavam.
Difundir o amor
misericordioso de Deus aos irmãos
Uma voluntária
da Caritas saudou o Santo Padre dando um testemunho do trabalho
realizado no Centro.
“Seguindo seus
apelos para estarmos próximos aos mais vulneráveis - disse a voluntária - damos
uma mão às pessoas que escolheram a nossa Bulgária, para uma estada que poderia
ser temporária ou permanente, em busca de uma vida melhor”. E recordou que no
local ganhou corpo a campanha “Compartilhar a Viagem”, promovida pela Caritas Internacional
com o apoio do Santo Padre.
Ademais –
explicou - no Centro foram implantadas iniciativas em parceria com diversos
organismos internacionais, em apoio à integração dos refugiados à sociedade
búlgara.
Para nós, Santo
Padre – afirmou a jovem ao concluir – “todos os homens e mulheres são
filhos de Deus, independente de sua raça ou Confissão religiosa. Nós católicos
queremos fazer com que eles experimentem concretamente o amor de Deus. Entre
nossos colaboradores há numerosos migrantes de religião muçulmana. Somos
pessoas de diversas Confissões e estamos orgulhosos de fazer parte da grande
família daCaritas. Nos esforçamos para difundir o amor misericordioso de Deus
aos irmãos”.
Migrantes e
refugiados, uma cruz da humanidade
Foi então a vez
do Papa dirigir breves palavras aos presentes:
"Obrigado!
As crianças ... elas levam alegria para o caminho de vocês, o caminho de vocês
nem sempre belo. E depois tem a dor de deixar a pátria e tentar inserir-se em
outra pátria. Há sempre a esperança ... Hoje o mundo dos migrantes e refugiados
é um pouco uma cruz , uma cruz da humanidade, e a cruz é tanta gente que sofre
... Eu agradeço a vocês, sua boa vontade, e desejo o melhor para vocês e aos
seus concidadãos, que vocês deixaram em sua pátria. Que Deus abençoe vocês e
rezem por mim".
Depois, foi a vez
da homenagem dos pequenos, que cantaram e presentearam o Papa com desenhos. Em
um clima bastante familiar, Francisco procurou atender a todos, distribuiu e
recebeu sorrisos e afeto. Em recordação pela sua visita, Francisco presenteou o
Centro de Refugiados com um ícone da Virgem Maria com o Menino, realizado
segundo antiga tradição bizantina.
Ao final do
encontro concedeu a todos a sua bênção, transferindo-se então ao Aeroporto de
Sófia, distante 4,5 km, de onde partiu para a Base Aérea Graf Ingatievo de Plovdiv,
a segunda cidade mais importante da Bulgária. De lá transferiu-se para
Rakovsky, cidade de 28 mil habitantes, de maioria católica, onde às 10h15,
horário local, celebrou a Santa Missa com Primeiras Comunhões na Igreja do
Sagrado Coração.
O centro de
refugiados de Vrazhdebna
Inaugurado em
2013, no antigo prédio de uma ex-escola nos arredores de Sófia, o Centro é um
dos três locais para refugiados da capital búlgara, juntamente com os Campos de
Ovcha Kupel e de Voenna Rampa. A ocupar-se dos refugiados, organizações
internacionais e ONGs locais. A Cruz Vermelha da Bulgária, financiada pela
Federação Internacional e pela Cruz Vermelha Suíça, distribui alimentos, kits
de higiene e dá assistência às crianças.
Até 2012, a
Bulgária não era um destino preferido para o fluxo de migrantes. Naquele ano,
os pedidos foram de apenas 1.387. Entre 2013 e 2015, com o fechamento da rota
dos Bálcãs pela Macedônia, houve um aumento de 1.300%. A Agência Estatal para
Refugiados da Bulgária, em 2016, registrou cerca de 19 mil pedidos de proteção
internacional, em linha com aqueles de 2015, quando foram mais de 20 mil. Esses
números levaram ao colapso a gestão das estruturas de acolhida do país,
adaptadas somente para receber cerca de 5 mil refugiados, em 6 estruturas. Ao voltar
a emergência em 2018, a diminuição de migrantes clandestinos foi de 85% em
relação aos anos precedentes.
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Crianças fazem a
Primeira Comunhão com o Papa em Rakovsky
Durante a
celebração da missa na Igreja do Sagrado Coração de Rakovsky, 245 crianças
receberam a Primeira Comunhão e justamente a elas foi dedicada a homilia do
Pontífice.
Cidade do
Vaticano - “Deus é nosso Pai, Jesus é nosso Irmão, a Igreja é a nossa família,
nós somos irmãos, a nossa lei é o amor”: foi o que disse o Papa Francisco na
homilia da missa que presidiu na Igreja do Sagrado Coração de Rakovsky.
Durante a
celebração, 245 crianças receberam a Primeira Comunhão e justamente a elas foi
dedicada a homilia do
Pontífice.
“Jesus está vivo
e está aqui conosco”, recordou o Papa. “Não O vemos com estes olhos, mas O
vemos com os olhos da fé.”
Primeira
Comunhão é a festa com Jesus
A Primeira
Comunhão, explicou ainda Francisco, “é antes de mais nada uma festa, na qual
celebramos Jesus que quis ficar sempre ao nosso lado e nunca Se separará de
nós”.
Festa que foi
possível graças aos pais, aos avós, às famílias e às comunidades que os ajudaram
a crescer na fé.
E hoje as
crianças ajudam a realizar o milagre de lembrar a todos os adultos presentes, o
primeiro encontro que tiveram com Jesus na Eucaristia e de poder agradecer por
aquele dia.
Com efeito,
prosseguiu Francisco, há milagres que só podem acontecer se tivermos um coração
capaz de partilhar, sonhar, agradecer, ter confiança e honrar os outros.
“Fazer a
Primeira Comunhão significa querer estar cada dia mais unido a Jesus, crescer
na amizade com Ele e desejar que também os outros possam gozar da alegria que Jesus
nos quer dar.”
Que seja a
primeira de muitas comunhões
Por fim, o
Pontífice recordou a carteira de identidade do cristão: Deus é nosso Pai, Jesus
é nosso Irmão, a Igreja é a nossa família, nós somos irmãos, a nossa lei é o
amor.
“Desejo
encorajá-los a rezar sempre com o mesmo entusiasmo e alegria de hoje. E
lembrem-se que este é o sacramento da Primeira Comunhão e não da última; (…)
que a de hoje seja o início de muitas Comunhões.”
Depois da
homilia, o Papa dialogou com as crianças, reforçando a carteira de identidade
do cristão.
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Papa:
"Com
o fogo do amor, derreter o gelo das guerras"
O último
compromisso público do Pontífice na Bulgária foi um encontro com expoentes de
várias confissões religiosas em prol da paz. Nesta terça-feira (07/05), ele
deixa Sófia e se dirige a Skopje, na Macedônia do Norte.
Cidade do
Vaticano - O Papa
Francisco se despediu na tarde desta segunda-feira (06/05) do povo búlgaro
na Praça Independência, no centro da capital, Sofia. O último compromisso
público do Pontífice foi um encontro com expoentes de várias confissões
religiosas em prol da paz.
Juntos, num
palco, acenderam um círio e seis velas representando as religiões presentes, e
ao som do Cântico das Criaturas, e diante de uma oliveira e de muitas rosas,
símbolo da Bulgária, rezaram a oração de São Francisco. Ortodoxos, judeus,
protestantes, armênios, muçulmanos e católicos fizeram suas preces e em
seguida, ouviram a mensagem do Santo Padre.
Inspirado em São Francisco, cujo amor o levou a ser um autêntico construtor da
paz, o Papa recordou que construí-la é um trabalho: dom e tarefa, presente e
esforço constante e diário para que haja uma cultura onde também a paz seja um
direito fundamental.
Para ouvir e
compartilhar:
“A paz exige e
pede-nos para fazermos do diálogo um caminho, da colaboração comum a nossa
conduta, do conhecimento mútuo o método e o critério, para nos encontrarmos
naquilo que nos une, respeitarmo-nos naquilo que nos separa, e encorajarmo-nos
a olhar o futuro como um espaço de oportunidades e dignidade, especialmente
para as gerações vindouras”.
Com o fogo do
amor, queremos derreter o gelo das guerras
Situando suas
palavras no lugar escolhido para este evento, as ruínas da antiga Serdika,
Francisco lembrou que durante séculos, os búlgaros de Sófia pertencentes a
vários grupos culturais e religiosos ali se reuniam para se encontrar e
dialogar.
Que este lugar
simbólico represente um testemunho de paz!
O desejo de paz
manifestado pelo Papa se espalhou naquele momento por toda a terra:
“Nas nossas famílias, em cada um de nós e, de modo especial, naqueles lugares onde tantas vozes foram silenciadas pela guerra, sufocadas pela indiferença e ignoradas pela cumplicidade esmagadora de grupos de interesses. Que todos cooperem para a realização desta aspiração: os expoentes das religiões, da política, da cultura”.
“Nas nossas famílias, em cada um de nós e, de modo especial, naqueles lugares onde tantas vozes foram silenciadas pela guerra, sufocadas pela indiferença e ignoradas pela cumplicidade esmagadora de grupos de interesses. Que todos cooperem para a realização desta aspiração: os expoentes das religiões, da política, da cultura”.
O Papa terminou
a mensagem com os votos expressos no sonho do Papa São João XXIII: uma terra
onde a paz seja de casa.
“Adotemos o seu
desejo e, com a nossa vida, digamos: Pacem in terris! Paz, na terra, a todos os
homens amados pelo Senhor!”
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Fonte: vaticannews.va
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