de
cada dia da Semana Santa
Domingo de Ramos
O Domingo de
Ramos abre, por excelência, a Semana Santa, pois celebra a entrada triunfal de
Jesus Cristo, em Jerusalém, poucos dias antes de sofrer a Paixão, a Morte e a
Ressurreição. Este domingo é chamado assim, porque o povo cortou ramos de
árvores, ramagens e folhas de palmeiras para cobrir o chão por onde o Senhor
passaria montado num jumento. Com isso, Ele despertou, nos sacerdotes da época
e mestres da Lei, inveja, desconfiança e medo de perder o poder. Começa, então,
uma trama para condená-Lo à morte. A liturgia dos ramos não é uma
repetição apenas da cena evangélica, mas um sacramento da nossa fé, na vitória
do Cristo na história, marcada por tantos conflitos e desigualdades.
Segunda-feira
Santa
Neste dia,
proclama-se, durante a Missa, o Evangelho segundo São João. Seis dias antes da
Páscoa, Jesus chega a Betânia para fazer a última visita aos amigos de toda a
vida. Está cada vez mais próximo o desenlace da crise. “Ela guardava este
perfume para a minha sepultura” (cf. João 12,7); Jesus já havia anunciado que
Sua hora havia chegado. A primeira leitura é a do servo sofredor: “Olha o
meu servo, sobre quem pus o meu Espírito”, disse Deus por meio de Isaías. A
Igreja vê um paralelismo total entre o servo de Javé cantado pelo profeta
Isaías e Cristo. O Salmo é o 26: “Um canto de confiança”.
Terça-feira
Santa
A mensagem
central deste dia passa pela Última Ceia. Estamos na hora crucial de Jesus.
Cristo sente, na entrega, que faz a “glorificação de Deus”, ainda que encontre,
no caminho, a covardia e o desamor. No Evangelho, há uma antecipação da
Quinta-feira Santa. Jesus anuncia a traição de Judas e as fraquezas de Pedro.
“Jesus insiste: ‘Agora é glorificado o Filho do homem e Deus é glorificado
nele’”. A primeira leitura é o segundo canto do servo de Javé; nesse
canto, descreve-se a missão de Jesus. Deus o destinou a ser “luz das nações,
para que, a salvação alcance até os confins da terra”. O Salmo é o 70: “Minha
boca cantará Teu auxílio.” É a oração de um abandonado, que mostra grande
confiança no Senhor.
Quarta-feira
Santa
Em muitas
paróquias, especialmente no interior do país, realiza-se a famosa “Procissão do
Encontro” na Quarta-feira Santa. Os homens saem, de uma igreja ou local
determinado, com a imagem de Nosso Senhor dos Passos; as mulheres saem de outro
ponto com Nossa Senhora das Dores. Acontece, então, o doloroso encontro entre a
Mãe e o Filho. O padre proclama o célebre “Sermão das Sete Palavras”, fazendo
uma reflexão, que chama os fiéis à conversão e à penitência.
Quinta-feira
Santa
Santos óleos – Uma
das cerimônias litúrgicas da Quinta-feira Santa é a bênção dos santos óleos
usados durante todo o ano pelas paróquias. São três os óleos abençoados nesta
celebração: o do Crisma, dos Catecúmenos e dos Enfermos. Ela conta com a
presença de bispos e sacerdotes de toda a diocese. É um momento de reafirmar o
compromisso de servir a Jesus Cristo.
Lava-pés – O
Lava-pés é um ritual litúrgico realizado, durante a celebração da Quinta-feira
Santa, quando recorda a última ceia do Senhor. Jesus, ao lavar os pés dos
discípulos, quer demonstrar Seu amor por cada um e mostrar a todos que a
humildade e o serviço são o centro de Sua mensagem; portanto, esta
celebração é a maior explicação para o grande gesto de Jesus, que é a
Eucaristia. O rito do lava-pés não é uma encenação dentro da Missa, mas um
gesto litúrgico que repete o mesmo gesto de Jesus. O bispo ou o padre, que lava
os pés de algumas pessoas da comunidade, está imitando Jesus no gesto; não como
uma peça de teatro, mas como compromisso de estar a serviço da comunidade, para
que todos tenham a salvação, como fez Jesus.
Instituição da
Eucaristia – Com a Santa Missa da Ceia do Senhor, celebrada na tarde ou na
noite da Quinta-feira Santa, a Igreja dá início ao chamado Tríduo Pascal e faz
memória da Última Ceia, quando Jesus, na noite em que foi traído, ofereceu ao
Pai o Seu Corpo e Sangue sob as espécies do Pão e do Vinho, e os entregou aos
apóstolos para que os tomassem, mandando-os também oferecer aos seus
sucessores. A palavra “Eucaristia” provém de duas palavras gregas
“eu-cháris”, que significa “ação de graças”, e designa a presença real e
substancial de Jesus Cristo sob as aparências de Pão e Vinho.
Instituição do
sacerdócio – A Santa Missa é, então, a celebração da Ceia do Senhor,
quando Jesus, num dia como hoje, véspera de Sua Paixão, “durante a refeição,
tomou o pão, benzeu-o, partiu-o e o deu aos discípulos, dizendo: ‘Tomai e
comei, isto é meu corpo’.” (cf. Mt 26,26). Ele quis, assim como fez na
última ceia, que Seus discípulos se reunissem e se recordassem d’Ele abençoando
o pão e o vinho: “Fazei isto em memória de mim”. Com essas palavras, o Senhor
instituiu o sacerdócio católico e deu-lhes poder para celebrar a Eucaristia.
Sexta-feira
Santa – A tarde da Sexta-feira Santa apresenta o drama incomensurável da
morte de Cristo no Calvário. A cruz, erguida sobre o mundo, segue de pé como
sinal de salvação e esperança. Com a Paixão de Jesus, segundo o Evangelho de
João, contemplamos o mistério do Crucificado, com o coração do discípulo Amado,
da Mãe, do soldado que o transpassou o lado. Há um ato simbólico muito
expressivo e próprio deste dia: a veneração da santa cruz, momento em que esta
é apresentada solenemente à comunidade.
Via-sacra
– Ao longo da Quaresma, muitos fiéis realizam a Via-Sacra como uma
forma de meditar o caminho doloroso que Jesus percorreu até a crucifixão e
morte na cruz. A Igreja nos propõe esta meditação para nos ajudar a rezar
e a mergulhar na doação e na misericórdia de Jesus que se doou por nós. Em
muitas paróquias e comunidades, são realizadas a encenação da Paixão, da Morte
e da Ressurreição de Jesus Cristo por meio da meditação das 14 estações da
Via-Crucis.
Sábado Santo
O Sábado Santo
não é um dia vazio, em que “nada acontece”. Nem uma duplicação da Sexta-feira
Santa. A grande lição é esta: Cristo está no sepulcro, desceu à mansão dos
mortos, ao mais profundo que pode ir uma pessoa. O próprio Jesus está calado.
Ele, que é Verbo, a Palavra, está calado. Depois de Seu último grito na cruz –
“Por que me abandonaste?” –, Ele cala no sepulcro agora. Descanse: “tudo está
consumado!”.
Vigília Pascal –
Durante o Sábado Santo, a Igreja permanece junto ao sepulcro do Senhor,
meditando Sua Paixão e Morte, Sua descida à mansão dos mortos, esperando, na
oração e no jejum, Sua Ressurreição. Todos os elementos especiais da vigília
querem ressaltar o conteúdo fundamental da noite: a Páscoa do Senhor, Sua
passagem da morte para a vida. A celebração acontece no sábado à noite. É
uma vigília em honra ao Senhor, de maneira que os fiéis, seguindo a exortação
do Evangelho (cf. Lc 12,35-36), tenham acesas as lâmpadas, como os que aguardam
seu senhor chegar, para que, os encontre em vigília e os convide a sentar à sua
mesa.
Bênção do fogo
– Fora da Igreja, prepara-se a fogueira. Estando o povo reunido em volta dela,
o sacerdote abençoa o fogo novo. Em seguida, o Círio Pascal é apresentado ao
sacerdote. Com um estilete, o padre faz nele uma cruz, dizendo palavras sobre a
eternidade de Cristo. Assim, ele expressa, com gestos e palavras, toda a
doutrina do império de Cristo sobre o cosmos, exposta em São Paulo. Nada escapa
da Redenção do Senhor, e tudo – homens, coisas e tempo – estão sob Sua
potestade.
Procissão do
Círio Pascal – As luzes da igreja devem permanecer apagadas. O diácono
toma o Círio e o ergue, por algum tempo, proclamando: “Eis a luz de Cristo!”.
Todos respondem: “Demos graças a Deus!”. Os fiéis acendem suas velas no
fogo do Círio Pascal e entram na igreja. O Círio, que representa o Cristo
Ressuscitado, a coluna de fogo e de luz que nos guia pelas trevas e nos indica
o caminho à terra prometida, avança em procissão.
Proclamação da
Páscoa – O povo permanece em pé com as velas acesas. O presidente da
celebração incensa o Círio Pascal. Em seguida, a Páscoa é proclamada. Esse
hino de louvor, em primeiro lugar, anuncia a todos a alegria da Páscoa, a
alegria do Céu, da Terra, da Igreja, da assembleia dos cristãos. Essa alegria
procede da vitória de Cristo sobre as trevas. Terminada a proclamação,
apagam-se as velas.
Liturgia da
Palavra – Nesta noite, a comunidade cristã se detém mais que o usual na
proclamação da Palavra. As leituras da vigília têm uma coerência e um
ritmo entre elas. A melhor chave é a que nos deu o próprio Cristo: “E começando
por Moisés, percorrendo todos os profetas, explicava-lhes (aos discípulos de
Emaús) o que dele se achava dito em todas as Escrituras” (Lc 24, 27).
Domingo da
Ressurreição
É o dia santo
mais importante da religião cristã. Depois de morrer crucificado, o corpo de
Jesus foi sepultado, ali permaneceu até a ressurreição, quando seu espírito e
seu corpo foram reunificados. Do hebreu “Peseach”, Páscoa significa a passagem
da escravidão para a liberdade. A presença de Jesus ressuscitado não é uma
alucinação dos Apóstolos. Quando dizemos “Cristo vive” não estamos usando um
modo de falar, como pensam alguns, para dizer que vive somente em nossa
lembrança.
Com informação
dos Jovens Conectados
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Fonte: cnbb.org.br
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