O Senhor
não nos encontre
frios e indiferentes diante dos sofrimentos atuais
“Perante os
inúmeros sofrimentos do nosso tempo, que o Senhor da vida não nos encontre
frios e indiferentes", foi o pedido do Papa Francisco na tradicional
mensagem de Páscoa. “Queridos irmãos e irmãs, Cristo vive! Ele é esperança e
juventude para cada um de nós e para o mundo inteiro. Deixemo-nos renovar por
Ele! Feliz Páscoa!”
Cidade do
Vaticano - Cristo Ressuscitou! Aleluia! O alegre anúncio da ressurreição do
Senhor dado na Vigília Pascal no Sábado Santo, voltou a ecoar neste Domingo de
Páscoa na Praça São Pedro, na Missa presidida pelo Papa Francisco, na presença
de milhares de fiéis, provenientes de todas partes do mundo.
Sem o azul do
céu, visto o tempo encoberto na capital italiana, e com uma temperatura de 19º
C, quem conferiu o colorido ao cenário da celebração foram as milhares
de flores doadas pela Holanda, dispostas artisticamente, numa tradição
que completou 33 anos este ano.
O Santo Padre
não pronunciou homilia, reservando suas palavras para a Mensagem de Páscoa,
transmitida à Cidade e ao Mundo da Sacada Central da Basílica de São Pedro,
como comumente acontece após a celebração da Missa da Páscoa e do Natal.
"Queridos
irmãos e irmãs, feliz Páscoa!
Hoje, a Igreja
renova o anúncio dos primeiros discípulos: «Jesus ressuscitou!» E de boca em
boca, de coração a coração, ecoa o convite ao louvor: «Aleluia!... Aleluia!»”,
disse o Papa ao iniciar sua mensagem, recordando a recente Exortação Apostólica
dedicada particularmente aos jovens, Chistus vivit”.
“Cristo vive: é Ele a nossa esperança e a mais
bela juventude deste mundo! Tudo o que toca torna-se jovem, fica novo, enche-se
de vida.”
“A Ressurreição
de Cristo – continuou Francisco - é princípio de vida nova para todo o homem e
toda a mulher, porque a verdadeira renovação parte sempre do coração, da
consciência. Mas a Páscoa é também o início do mundo novo, libertado da
escravidão do pecado e da morte: o mundo finalmente aberto ao Reino de Deus,
Reino de amor, paz e fraternidade”.
Síria
“Cristo vice e
permanece conosco!” E foi pela Síria - “vítima dum conflito sem fim que corre o
risco de nos encontrar cada vez mais resignados e até indiferentes” - que o
Papa começou a elencar algumas das realidades daqueles “que estão na
provação, no sofrimento e no luto”. “É hora de renovar os esforços por uma
solução política - defendeu ele - que dê resposta às justas aspirações de
liberdade, paz e justiça, enfrente a crise humanitária e favoreça o retorno em
segurança dos deslocados, bem como daqueles que se refugiaram nos países
vizinhos, especialmente no Líbano e Jordânia”.
Oriente Médio
Aos cristãos no
Oriente Médio – região dilacerada “por divisões e tensões contínuas” - o
Pontífice exortou a não deixarem de testemunhar “com paciente perseverança, o
Senhor ressuscitado e a vitória da vida sobre a morte.”
E seu olhar se
volta, em modo particular, “para o povo do Iêmen, especialmente para as
crianças definhando pela fome e a guerra”, mas também aos governantes e povos
da região, “a começar pelos israelenses e palestinos”, para aliviarem as tantas
aflições e a buscarem um futuro de paz e estabilidade.
Líbia
O Papa pede que
“as armas cessem de ensanguentar a Líbia”, exortando “as partes interessadas a
optar pelo diálogo em vez da opressão, evitando que se reabram as feridas duma
década de conflitos e instabilidade política”.
Continente
africano
“Tensões
sociais, conflitos e, por vezes, extremismos violentos que deixam atrás de si
insegurança, destruição e morte, especialmente no Burkina Faso, Mali, Níger, Nigéria e Camarões”,
recordou Francisco em sua mensagem, ao pedir a paz do Senhor ao seu” amado
continente africano”.
E não esqueceu
do Sudão, que atravessa um longo período de incertezas políticas,
pedindo o esforço de todos, a fim de “permitir ao país encontrar a liberdade, o
desenvolvimento e o bem-estar, a que há muito aspira”.
Ao Sudão do
Sul, o Papa fez votos de que “se abra uma nova página da história do país,
na qual todos os componentes políticos, sociais e religiosos se empenhem
ativamente em prol do bem comum e da reconciliação da nação”, também recordando
o retiro feito há poucos dias pelos líderes do país no Vaticano.
Ucrânia
Em relação à
Ucrânia, o Santo Padre pediu para que “o Senhor encoraje as iniciativas
humanitárias e as iniciativas destinadas a buscar uma paz duradoura”,
especialmente nas regiões orientais do país que continuam a sofrer com o
conflito que persiste.
Continente
americano
Para o
continente americano, o Pontífice argentino pediu “que a alegria da
Ressurreição encha os corações de quem sofre as consequências de difíceis
situações políticas e econômicas, no continente americano”. Em particular,
recordou da Venezuela, onde há “tanta gente sem as condições mínimas para
levar uma vida digna e segura, por causa duma crise que perdura e se agrava”.
“Que o Senhor –
foi seu pedido - conceda a quantos têm responsabilidades políticas, trabalhar
para pôr fim às injustiças sociais, abusos e violências e realizar passos
concretos que permitam sanar as divisões e oferecer à população a ajuda de que
necessita”.
Para a Nicarágua,
Francisco pediu que “o Senhor ressuscitado oriente com a sua luz os esforços
que estão a ser feitos”, para que se encontre “o mais rápido possível, uma
solução pacífica e negociada em benefício de todos os nicaraguenses”.
Construtores de
pontes e não de muros
“Perante os
inúmeros sofrimentos do nosso tempo – disse o Santo Padre na conclusão na
mensagem - que o Senhor da vida não nos encontre frios e
indiferentes. Faça de nós construtores de pontes, não de muros. Ele, que nos dá
a paz, faça cessar o fragor das armas, tanto nos contextos de guerra como nas
nossas cidades, e inspire os líderes das nações a trabalhar para acabar com a
corrida aos armamentos e com a difusão preocupante das armas, de modo especial
nos países mais avançados economicamente. O Ressuscitado, que escancarou as
portas do sepulcro, abra os nossos corações às necessidades dos indigentes,
indefesos, pobres, desempregados, marginalizados, de quem bate à nossa porta à
procura de pão, dum abrigo e do reconhecimento da sua dignidade”.
Ao final, fez a
todos as felicitações de uma Feliz Páscoa:
“Queridos irmãos
e irmãs, Cristo vive! Ele é esperança e juventude para cada um de nós e para o
mundo inteiro. Deixemo-nos renovar por Ele! Feliz Páscoa!”
Depois de
condenar os graves atentados
no Sri Lanka ocorridos neste Domingo de Páscoa e falar da primeira
transmissão de uma mensagem de Páscoa feita por um Pontífice pela TV,
o Papa Francisco fez um "grande agradecimento" aos holandeses e
eslovenos, pela doação das "esplêndidas" flores que ornamentam a
Praça e a Basílica de São Pedro nesta Páscoa: "a alegria da Ressurreição é
simbolizada pelas flores!", disse ele.
Por fim,
despediu-se da multidão de fiéis, pedindo que não esquecessem, de rezar por
ele. "Bom almoço e até logo!", concluiu.
.............................................................................................................................................................
Assista:
.................................................................................................................................................
Assista:
Fonte: vaticannews.va
Nenhum comentário:
Postar um comentário