tradições litúrgicas, recebe mais participação popular”
Neste Domingo de
Ramos, 14, a Igreja católica entra na ‘grande Semana’, fazendo memória dos
últimos acontecimentos da vida de Jesus. Os textos litúrgicos dão a este
Domingo dois títulos: de Ramos e da Paixão. Nisso, se
reflete a história que deu origem aos ritos e se destacam duas dimensões não só
da Semana Santa, mas da fé: aRealeza de Cristo e seu sofrimento. “São as
duas componentes do Mistério pascal: a paixão e morte oprobriosas e a exaltação
messiânica do Senhor”, afirma dom Armando Bucciol, presidente da Comissão para
a Liturgia da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).
Dom Armando
Bucciol explica que os dois ritos têm origem nas Igrejas de Jerusalém e de
Roma. Ele conta que desde o IV século, a Igreja de Jerusalém recordava a
entrada triunfal de Jesus na cidade santa realizada segundo a profecia de
Zacarias: “Agora o teu rei está chegando, justo e vitorioso. Ele é pobre, vem
montando num jumento” (Zc 9,9).
Dom Armando Bucciol,
presidente da Comissão para a Liturgia. Daniel Flores/CNBB
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Dom Armando não
sabe ao certo quando as duas diferentes tradições litúrgicas se deram, mas ele
garante que foram acolhidas reciprocamente pelas duas grandes Igrejas e suas
tradições litúrgicas. “Com certeza, já na primeira metade do século VII, na
Espanha, isso acontecia, como testemunha santo Isidoro de Sevilha”, afirma.
As reformas
litúrgicas da Semana Santa, realizadas durante o pontificado de Papa Pio XII
(1951 e 1955), e a reforma conciliar mantiveram o sentido originário da festa,
polindo-a dos elementos que não tinham coerência com a sua identidade. “A
procissão de ramos, ao longo dos séculos e nas diferentes tradições litúrgicas,
recebeu sempre mais solenidade e participação popular”, revela dom Armando.
O bispo relata
ainda que todas as orações da missa deste domingo (Oração de Coleta, Sobre as
Oferendas, depois da Comunhão e o Prefácio) destacam e unem o mistério da morte
com o evento da ressurreição, como no prefácio que diz: “Sua morte apagou
nossos pecados, sua ressurreição nos trouxe vida nova”. Ou ainda como escreveu
Paulo na II leitura da carta aos Filipenses: “De fato, o Pai, ‘exaltou’
(ressuscitou) o Filho Jesus Cristo, e agora ‘toda língua’ proclame que Ele é ‘o
Senhor’.
“Iluminados e
orientados pela espiritualidade da liturgia, vivamos a Semana Santa neste
equilíbrio entre morte e vida, sacrifício e solidariedade, empenho e esperança,
sofrimento e amor. Cientes de que a morte de Jesus é expressão de seu grande
amor, e que a ressurreição é a luz que se irradia em todos os dias não só da
Semana, mas de toda a nossa vida”, finaliza dom Armando.
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Fonte: cnbb.org.br
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