Aquele tijolo que ninguém nota!
Pe. Zezinho, scj
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Veio no caminhão de tijolos. Os auxiliares
descarregaram tudo e aquele tijolo estava entre eles. Um pedreiro o pegou e
assentou numa parede.
Pronto! Está lá há 28 anos! Ninguém o nota.
Silenciosamente ocupa o seu lugar. Mas ajuda a sustentar a parede do lado leste.
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Dias atrás um rapaz me perguntou se eu
não me incomodava em ser esquecido depois de 50 anos. Ele acha que sou famoso.
Mas nunca procurei isto.
Respondi: “Não me sinto esquecido. Sou mais
lembrado do que mereço. Além disso, os tijolos deste santuário ocupam
devidamente o seu lugar. Aqueles milhões de tijolos acharam o seu lugar! Eu
também achei o meu”.
“Deus me colocou onde Ele quis. Não fui eu
que me coloquei na Igreja. Fui colocado e aceitei onde me colocaram e
precisaram de mim. Vocação é isto. Fui chamado, respondi com meus limites, e
servi e sirvo onde posso! “
E conclui: “O fato de ser mais ou menos
notado não mexe comigo. Sou um padre sereno e feliz. Meus pais e superiores me
assentaram onde eu poderia servir.
Envelheci com grandes esperanças, mas sem
grandes expectativas de sucesso! Se deu certo foi porque não tive carreira solo.
Devo muito a quem agiu comigo!”
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Para fim de conversa pus-lhe a mão na
cabeça e disse: “Pastoral de um só pregador, não é pastoral. É solidão! A
‘juntice’ (ato de agir junto) é uma das coisas mais sadias da vida! E o mesmo
acontece na Igreja.
A vocação cristã-católica é viver com os
outros, ao lado de outros, pelos outros e por causa dos outros. Só depois a
gente acha espaço para nossos quereres …
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Acho que ele entendeu. Deu-me um abraço
fraterno e entrou no santuário! Há perguntas fáceis de responder. E esta foi
uma delas!…
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