sábado, 11 de fevereiro de 2023

Reflexões para

o 6º Domingo do Tempo Comum

No Evangelho vemos a proposta sobre a justiça do Reino dos Céus. Como vimos no domingo passado, somos chamados a sinalizar a aliança de sal, a perene, que não se corrompe. Essa aliança de Deus com cada um dos seres humanos é alimentada por todos nós batizados, que assumimos o projeto do Senhor.

Deus nos criou livres e depende de nós a escolha que nos fará felizes. O que dependia do Senhor já foi feito. Ele nos criou à sua imagem e semelhança, ou seja, livres, tendo no íntimo de nosso ser buscar o bem e evitar o mal. Somos feitos pelo Sumo Bem, evidentemente, só poderemos estar voltados para a prática do bem. Contudo o Senhor, exatamente porque nos criou à sua imagem e semelhança, nos fez livres. Como diz a leitura do Livro do Eclesiástico “Diante de ti, Ele colocou o fogo e a água; para o que quiseres, tu podes estender a mão. Diante do homem estão a vida e a morte, o bem e o mal; ele receberá aquilo que preferir”. Consequentemente, cada um de nós é sujeito de sua felicidade ou desgraça, à medida que tiver feito escolhas a favor da vida ou da morte.

Evidentemente, tendo herdado o pecado original, sabemos também que a nossa natural inclinação ao bem foi atingida, de modo que, muitas vezes, como nos diz São Paulo, “não faço o bem que quero, mas o mal que não quero”.

No Evangelho vemos a proposta sobre a justiça do Reino dos Céus. Como vimos no domingo passado, somos chamados a sinalizar a aliança de sal, a perene, que não se corrompe. Essa aliança de Deus com cada um dos seres humanos é alimentada por todos nós batizados, que assumimos o projeto do Senhor. Também faz parte de nossa opção aceitarmos essa vocação dada por Jesus, de colaborarmos com Deus na construção da nova sociedade, do Reino de Justiça.

Por fim, a Primeira Carta aos Coríntios nos fala que a perfeição está na sabedoria, mas não na sabedoria deste mundo, muito menos na de seus poderosos, pois ela está voltada para a morte, para a destruição. A Sabedoria de Deus, ao contrário, seu plano de amor em benefício dos homens, está escondida e foi destinada para nossa glória, é o projeto de Deus, sua opção pelos simples, pelos marginalizados. Os poderosos não a conheceram porque, mantendo sua opção, condenaram Jesus à morte e o crucificaram. Contudo, “o que Deus preparou para os que o amam é algo que os olhos jamais viram nem os ouvidos ouviram nem coração algum jamais pressentiu” escreve São Paulo.

Concluindo, a liturgia deste domingo nos exorta a mantermos nossa missão, nossa vocação optando livremente pelo anúncio do projeto de Deus, de anunciar a construção de uma nova sociedade onde a sabedoria de Deus triunfará e os marginalizados deste mundo a conhecerão. Aliás, à medida em que optamos por fazer a vontade de Deus, já desfrutamos no próprio ato de fazer o bem, a alegria e a felicidade que almejamos. 

Padre Cesar Augusto, SJ - Vatican News

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Reflexão de dom Carmo João Rhoden:

6º Domingo do Tempo Comum

Textos inspiradores: Não penseis que Eu vim abolir a Lei e os profetas. (Mt 5, 17,18) Seja, por isso, vosso “sim”, sim e vosso “não”, não. (Mt 5,37) Nosso modo de agir é assim? 

 O discurso da montanha é tão significativo para a Igreja, que ela o apresenta, na liturgia do 4º ao 9º domingo. Ele, de fato contém as condições, para entrar e permanecer no Reino de Deus. Porém, até que ponto o mundo e os próprios cristãos o percebem adequadamente? Por isso, conscientizando-nos, disso é preciso conjugá-lo com o conteúdo de Mateus 25,31-46. O Cristianismo não é só culto, mas também uma forma de vida, uma visão teológico-política da realidade. A Igreja não deve fazer política partidária, mas cabe-lhe aprofundar, sempre, mais as razões do viver e conviver, de acordo com a justiça do Evangelho. 

 Jesus se apresenta como o verdadeiro e definitivo revelador de Deus. O Antigo Testamento é importante: Ele (Jesus) não o nega, mas precisa ser devidamente aprofundado e melhor entendido. Jesus o fará, quando, afirma. “Eles disseram”, mas eu vos digo. Eu ensino. Eu tenho a palavra definitiva. Esta, ensinou-a e viveu-a. Por ela, também, morreu. Mostrou-se plena e conscientemente convicto de sua missão. Mudaram os tempos, mas não o Evangelho, pois o Espírito Santo assegura sua verdadeira interpretação. A Igreja, somente, a viabiliza.   

 1ª antítese: “Não matarás”. No entanto, para Jesus não basta, não matar. É preciso, ainda, combater o ódio, a violência e as agressões. É necessário acabar com o mal pela raiz. Somos irmãos… Jesus não nivela por baixo, mas por cima. É preciso, ainda, orar. Perdoar e principalmente amar ao próximo: indo a seu encontro. Ser pessoas de paz. Isso tudo está acontecendo? 2ª antítese: Não cometerás adultério… como é isso acolhido nesse tempo do subjetivismo e do relativismo? No Brasil dos “Big Brother…” (escolinha de safadezas, não é?) e a da “Fazenda?” Não é outra escolinha, mais freudiana que pentecostal… Há outras ainda… Não as recordo, pois, seria fazer propaganda das mesmas. Devo frisar, porém, que Jesus valoriza o casamento, a mulher, a família e a santidade do lar. Portanto, menos Freud e mais Evangelho: não separe o homem o que Deus uniu. Infelizmente, é necessário, ressaltá-lo, na sua grande maioria, os casamentos hodiernos, são de fachada e não passam de meros contratos de mútua pertença… De fantasia e de interesses, não duradouros.  

 Afirma, ainda, Jesus: “Se teu olho direito for, para ti, ocasião de pecado, arranca-o”. E se for também o esquerdo? É claro que Jesus não sugere de arrancarmos o olho(os), e nem que cortemos a mão. Ele deseja que cheguemos à casa do Pai, perfeitos e não aos pedaços. Quem deseja cortar braços, são outros… Vós, já, os conheceis? Fomos criados para ver, abraçar e comunicar-nos. Contudo, até o médico, amputa um membro para salvar a pessoa (o todo). Ele (Jesus) quer o sujeito, como pessoa, e esta integrada na comunidade: feliz, perfeita em processo de santificação. 

Conclusão. Jesus mandou que nos cultivássemos, investíssemos na inteligência, na vontade, nos sentimentos, na ternura e na saúde também. Sede perfeitos como vosso Pai Celeste é perfeito. (Mt 5,48) É preciso então aprender a ser verdadeiro cristão. Pelo que constatamos, falta ainda muito. Mas não desanimemos. Deus sabe, quem somos e o que podemos. Confiemos, portanto, Nele e em nós mesmos. 

Dom Carmo João Rhoden - Bispo Emérito de Taubaté (SP) 

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