Mulher Vitoriosa
“Minha mãe e
meus irmãos são aqueles que ouvem a Palavra de Deus e a põem em prática” (Lucas
8,21).
Na vida todos
queremos ser vitoriosos em tudo. Aliás, a atitude de olharmos para o bem de
nosso ego, ou sermos egoístas, é muito natural. Temos mesmo que pensar em nós.
No entanto, quando esse eu for de atitude diminuidora dos outros, torna-se
egocentrista e não de boa convivência cidadã. Ao contrário, quando nosso ego
for de promoção de nossa realização pessoal e autoestima para ajudar os outros,
torna-se de verdadeira promoção do convívio frutífero para todos. Aliás, quanto
mais doação de nós, mesmo com nosso sacrifício, para promover o bem do
semelhante, mais efeito de benefício para nós mesmos vai acontecer. O próprio
Jesus nos ensina que quem dá de si pelo semelhante alcança a vida realizadora.
Ele mesmo fez isso de modo redundante e plenamente exemplar, ensinando que é
muito louvável quem dá a própria vida até pelos inimigos!
No Apocalipse o
apóstolo João apresenta a figura de uma mulher esplendorosa que está para dar a
luz uma criança e um dragão esperança o neonato para devorá-lo. Mas a mulher
saiu vitoriosa devido à ajuda divina (Cf. Apocalipse 11,19; 12,1-10). O
escritor no estilo da revelação compara a referida senhora como a Igreja
insipiente do Oriente Médio, que estava sendo perseguida pelos opositores a
Cristo, ou anti-Cristos. Mas a Igreja venceria pelo poder do próprio Filho. Na
liturgia da Igreja essa mulher é comparada a Maria, cujo filho, que somos nós,
tem as oposições do demônio, ou mundo paganizado, que não quer saber do Filho
de Deus com suas propostas de conversão, amor, justiça e misericórdia. Mas não
podemos desanimar e precisamos perseverar no caminho do Filho de Deus.
A mãe de Jesus e
exemplo de mulher forte na fé e no amor, cheia da graça do Senhor. Acompanhou
seu filho até à sepultura. Aos olhos pagãos ela saiu vencida. Mas a
ressurreição de seu filho mostrou que ela foi a grande vencedora. Quando o
filho vence, a mãe se enche de júbilo. Mas ela não foi só vencedora passiva. Ao
contrário, ela sempre fez sua parte em responder a Deus, realizando
continuamente sua vontade e estando sempre ao lado de seu filho, com seu apoio
materno. O próprio Jesus, quando procurado pelos parentes disse: “Minha mãe e
meus irmãos são aqueles que ouvem a Palavra de Deus e a põem em prática” (Lucas
8,21). Ninguém mais dos que Maria colocou em prática a Palavra de Deus. Basta
olhar seu exemplo de vida coerente com o que ela prometeu a Deus, respondendo a
proposta do anjo que foi anunciar-lhe a vontade de Deus a seu respeito!
Pelo fato de ter
sido escolhida para ser mãe do Filho de Deus, Maria reconheceu a bondade
infinita do Senhor. Mas ela também foi vitoriosa por colocar sua parte,
cooperando com a realização do projeto de Deus a seu respeito. Esteve sempre ao
lado do Filho e ajudou-o a nos salvar. O mesmo somos chamados a fazer,
cooperando com nosso exemplo e diálogo com os outros, e mesmo na evangelização,
para sermos instrumentos do Senhor para a salvação de pessoas que podem
encontrar um sentido para vida através de nossa amizade, do diálogo e da
indicação da vida no seguimento a Cristo.
Enfim, Maria,
que chamamos de Mãe de Deus, pelo fato de seu filho, que recebeu dela a natureza
humana, ter também a natureza divina. Ela foi glorificada pelo Senhor com
elevação ao céu em corpo e alma.
Dom José Alberto
Moura - Arcebispo Metropolitano de Montes Claros (MG)
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Fonte: cnbbleste2.org.br
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