Dia de Oração pelos cristãos perseguidos
Brasília (RV) -
Neste domingo, dia 6 de agosto, a Igreja estará unida em oração pelos cristãos
perseguidos em todo o mundo. A iniciativa do Dia Internacional de Oração pelos
Cristãos Perseguidos é promovida pela Fundação Pontifícia Ajuda à Igreja que Sofre
(AIS) e mais uma vez recebe o apoio da Conferência Nacional dos Bispos do
Brasil (CNBB) e ainda participação de todas as paróquias do país.
A edição deste
ano amplia as intenções de oração realizadas nas edições anteriores,
que estavam voltadas para os grupos perseguidos no Oriente Médio. De acordo com
a AIS, a mudança ocorre porque em alguns países da África, por exemplo, morrem
mais pessoas por serem cristãos do que em qualquer outro lugar do mundo.
“A Igreja é uma
grande comunhão, nós até chamamos de comunhão dos santos aqueles que pertencem
a Cristo, que foram revestidos de Cristo. E manifestarmos através da nossa
oração essa comunhão, essa caridade, significa sermos cada vez mais Igreja”,
motiva o Bispo auxiliar de Brasília e Secretário-geral da CNBB, Dom Leonardo
Steiner.
Pontuando a
percepção de que a vivência da fé em determinados lugares do mundo presume o
testemunho com o sangue, Dom Leonardo afirma que todos os cristãos participam
do martírio e da perseguição: “Participarmos deste dia de oração pelos cristãos
perseguidos é mostrarmos também a nossa fé comum em Cristo Jesus”.
O membro da
AIS-Brasil Rodrigo Arantes ressalta que desde a primeira edição do Dia de
Oração a fundação recebe o apoio da CNBB. Ele conta que muitos frutos foram
colhidos desde então e lembra que, a cada ano, a AIS traz uma personalidade de
algum país onde os cristãos sofrem perseguição para dar seu testemunho no
Brasil e de uma forma bem concreta na Assembleia Geral da CNBB. Neste ano, foi
à Aparecida (SP) o bispo copta católico de Assiut, no Egito, dom Kyrillos
Samaan, que falou aos bispos do Brasil sobre os cristãos perseguidos no seu
país. “Dom Kyrillos ficou maravilhado ao saber como os cristãos brasileiros se
dedicam a rezar pelos cristãos perseguidos do Egito e do mundo todo”, disse
Rodrigo.
“É
impressionante como, desde que esse Dia de Oração teve início com o apoio da
CNBB, sinais de esperança têm aparecido: há alguns anos as estimativas é de que
os cristãos no Iraque iriam desaparecer, hoje vemos a Planície de Nínive pacificada
e os cristãos retornando e reconstruindo seus lares”, recorda, citando o local
de onde foram expulsos mais de 100 mil cristãos na noite do dia 6 para o dia 7
de agosto de 2014 pelo Estado Islâmico.
Outra história
“que não se explica sem considerar o poder da oração” foi o retorno de uma
menina chamada Cristina que, com apenas 3 anos de idade, havia sido
sequestrada pelos terroristas do EI no dia 6 de agosto de 2014 e foi devolvida
à família sã e salva em junho 2017.
“Graças a essa
iniciativa da AIS com o apoio da CNBB, os cristãos brasileiros não apenas
passaram a saber o que acontece com aqueles que correm o risco de perderem suas
vidas para viver sua fé como ainda podem rezar por eles e os encher de
esperança por meio da oração”, afirma Rodrigo.
Para Dom
Leonardo, o testemunho dos cristãos perseguidos no Oriente Médio, na África e
na Ásia, por exemplo, “nos ajuda a viver uma fé transparente, mais límpida, que
realmente mostre a eternidade já encarnada, o reino de Deus já presente neste
mundo, mas que será também um reino definitivo”. Aos brasileiros, de acordo com
o bispo fica a mensagem de testemunhar a fé onde se vive. “Nós também temos
intempéries, dificuldades, nós do Brasil temos corrupção, às vezes nos deixamos
envolver por determinados elementos de corrupção”. Mesmo assim, o exemplo é
para “sermos esse testemunho transparente e livre do evangelho”.
Ações locais
Em São Paulo
(SP), haverá uma celebração na catedral da Sé, no domingo, dia 6, às 9h,
presidida pelo arcebispo de São Paulo, cardeal Odilo Pedro Scherer. Na ocasião,
AIS-Brasil exibirá antes e depois da celebração, vídeos realizados nos países
onde ocorrem perseguição religiosa, com imagens e relatos dos cristãos que
conseguiram escapar e sobreviver aos ataques extremistas.
Já no Rio de
Janeiro, será realizado no Cristo Redentor, às 17h, um momento de Oração pelos
Cristãos Perseguidos, conduzido pelo arcebispo local, cardeal Orani João
Tempesta. Esse evento contará com a presença de testemunhos daqueles que sofrem
com a perseguição religiosa e o monumento será iluminado de vermelho para
representar o sangue dos mártires de hoje.
Histórico
O Dia
Internacional de Oração pelos Cristãos Perseguidos no Mundo ocorre anualmente
no dia 6 de agosto em referência à mesma noite e madrugada de 7 de agosto de
2014, quando milhares de cristãos fugiram do norte do Iraque, expulsos pelos
extremistas do grupo Estado Islâmico.
“Cerca de 100
mil cristãos, aterrorizados e em pânico, fugiram de suas casas sem nada,
somente com as roupas do corpo, a pé, rumo às cidades curdas. Entre eles havia
doentes, idosos, crianças e mulheres grávidas, precisando de água, comida,
medicamentos e um lugar para ficar”, declarou na ocasião o patriarca Louis
Raphael Sako, chefe da Igreja Católica Caldeia.
Assim que
recebeu as primeiras informações na manhã do dia 7 de agosto, a AIS mobilizou
os benfeitores e iniciou campanhas e projetos para socorrer materialmente e
espiritualmente os perseguidos e refugiados. Desde então a Fundação Pontifícia
realiza um dos maiores projetos de ajuda da sua história, direcionando esforços
para alimento, abrigo e educação para os refugiados, ação que já resulta em
mais de 2 mil projetos no Oriente Médio desde o início da crise.
Saiba mais
Segundo recente
relatório da Catholic Near East Welfare Association (CNEWA) – agência criada
pelo papa Paulo XI em 1926 para o apoio dos pobres – os cristãos
médio-orientais que vivem entre Chipre, Egito, Iraque, Israel, Jordânia,
Líbano, Cisjordânia, Gaza, Síria e Turquia são 14,5 milhões. O dado foi
divulgado na primeira metade de 2017. Há sete anos, o número era de 200 mil
pessoas a mais. (SP-CNBB)
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Fonte: radiovaticana.va news.va
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