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- Reta é a Palavra do Senhor, / e tudo o que ele faz merece fé. / Deus ama o direito e a justiça, / transborda em toda a terra a sua graça.
- A Palavra do Senhor criou os céus, / e o sopro de seus lábios, as estrelas. / Ele falou e toda a terra foi criada, / ele ordenou e as coisas todas existiram.
- Mas o Senhor pousa o olhar sobre os que o temem / e que confiam, esperando em seu amor, / para da morte libertar as suas vidas / e alimentá-los quando é tempo de penúria.
- No Senhor nós esperamos confiantes, / porque ele é nosso auxílio e proteção! / Sobre nós venha, Senhor, a vossa graça, / da mesma forma que em vós nós esperamos!
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Os onze discípulos foram para a Galileia, ao monte que Jesus lhes tinha indicado. Quando viram Jesus, ajoelharam-se diante dele. Ainda assim, alguns duvidaram. 18 Então Jesus se aproximou, e falou: «Toda a autoridade foi dada a mim no céu e sobre a terra. Portanto, vão e façam com que todos os povos se tornem meus discípulos, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo, e ensinando-os a observar tudo o que ordenei a vocês. Eis que eu estarei com vocês todos os dias, até o fim do mundo.»
A Trindade em nossa vida
A festa da SS. Trindade é uma oportunidade
para refletir sobre nossa vida de batizados. Fomos batizados “no nome do Pai,
do Filho e do Espírito Santo”, conforme a missão confiada por Jesus aos
Apóstolos (Mt 28,20). Será que isso significa algo para nossa vida, modificou
algo em nós? Nossa vida de batizados tem algo a ver com as pessoas da
Santíssima Trindade?
No Antigo Testamento, Moisés explicou ao
povo que Deus é próximo da gente, não inacessível. Fala com seu povo,
acompanha-o. Mais: conta com a amizade de seu povo. Não é um Deus indiferente (1ª
leitura). E no Novo Testamento, Paulo aponta a presença da Santíssima Trindade
de Deus em nossa vida: o Pai coloca em nós o Espírito que nos torna filhos com
o Filho (2ª leitura).
Tudo isso nos faz entender melhor o
evangelho de hoje, que narra a missão de batizar em nome do Pai, do Filho e do
Espírito Santo. Quem recebe o batismo entra numa relação específica com cada
uma das três pessoas da Trindade. Em relação ao Pai, é filho por adoção (o que,
na cultura de Jesus, significava muito: pleno direito ao amor e à herança do
Pai). Em relação ao Filho, é irmão (participando da mesma vida, do mesmo
projeto). E quanto ao Espírito Santo, é dele que recebe inspiração e impulso
para viver a vida divina no mundo.
Convém termos consciência disso em nossa
vida de batizados. Certamente, Deus é um só. O que o Pai, o Filho e o Espírito
Santo significam em nós é uma só e mesma realidade: a presença da vida divina
em nós. Mas essa realidade se realiza em relações diversificadas. Uma
comparação talvez ajude a aprender esse mistério: na vida conjugal, mulher e
homem são ora parceiros no amor, ora colaboradores no sustento da família ou na
educação dos filhos, ora pessoas autônomas (para irem votar ou atenderem a seus
negócios) etc.
Assim podemos assumir e cultivar as
diversas atitudes que nos relacionam com a Santíssima Trindade em nossa vida.
Atitude de filho adotivo do Pai, cuidando de sua obra, de sua solicitude para
com a criação e a humanidade. Atitude de irmão de Jesus, na sintonia e
solidariedade, na ternura para com outros irmãos – e para com Jesus mesmo!
Atitude, finalmente, de quem é impulsionado pelo Espírito Santo (e não pelo
espírito do mundo, do lucro, da exploração etc).
A consciência da relação com as três
Pessoas divinas torna nossa vida cristã menos abstrata, conferindo-lhe uma
configuração mais versátil, mais concreta. Mas essa consciência não surge
espontaneamente. É preciso cultivá-la na contemplação das Três Pessoas divinas.
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PE. JOHAN KONINGS nasceu na Bélgica em 1941, onde se tornou Doutor em Teologia pela Universidade Católica de Lovaina, ligado ao Colégio para a América Latina (Fidei Donum). Veio ao Brasil, como sacerdote diocesano, em 1972. Em 1985 entrou na Companhia de Jesus (Jesuítas) e, desde 1986, atuou como professor de exegese bíblica na FAJE, Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia, em Belo Horizonte. Faleceu no dia 21 de maio de 2022. Este comentário é do livro “Liturgia Dominical, Editora Vozes.
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