São mais de 700 pessoas da Santa Sé
envolvidas em várias funções, 200 reuniões e visitas realizadas, o trabalho dos
vários grupos de trabalho, as negociações com o governo italiano e com o
município de Roma; 208 referentes das dioceses italianas reunidos e 90
referentes das Conferências Episcopais de todo o mundo: estes são apenas alguns
dos números que falam dos esforços em andamento para organizar os grandes
eventos do Jubileu 2025, cuja preparação é confiada ao Dicastério para a
Evangelização. Além disso, de acordo com um estudo recente, 32 milhões de
pessoas, incluindo um milhão e meio de jovens, possivelmente virão a Roma para
essa ocasião.
Esses números foram apresentados na
terça-feira, 23 de janeiro, na Sala de Imprensa da Santa Sé, quando foi
apresentado o Ano de Oração em preparação ao Jubileu de 2025 e os subsídios
disponíveis às Igrejas locais para a sua celebração. Na coletiva de
imprensa, o pró-prefeito do Dicastério para a Evangelização, dom Rino
Fisichella, e o subsecretário, dom Graham Bell, enfatizaram a dimensão
espiritual do evento jubilar, da qual a oração é uma condição essencial.
Dom Fisichella, pró-prefeito do próprio
Dicastério, enfatizou no início da coletiva de imprensa que o Jubileu não é
apenas os grandes canteiros de obras que afetam a cidade, não é apenas a
organização de uma série de eventos, mas é um momento que deve enriquecer
espiritualmente “a vida da Igreja e de todo o Povo de Deus, tornando-se um
sinal concreto de esperança” e, para isso, deve ser preparado e vivido “nas
próprias comunidades com aquele espírito de expectativa típico da esperança
cristã” e o Ano de Oração 2024 “vem corresponder plenamente a essa
necessidade”.
Um Ano para evidenciar o aspecto espiritual
do Jubileu
O Papa Francisco abriu oficialmente o Ano
de Oração no último domingo, durante o Angelus, mas, relata o pró-prefeito, “já
na Carta de 11 de fevereiro de 2022, dirigida a mim para encarregar o
Dicastério para o Jubileu”, o Papa Francisco havia escrito: “me alegra pensar
que o ano anterior ao evento do Jubileu, 2024, pode ser dedicado a uma grande
sinfonia de oração. Em primeiro lugar, para recuperar o desejo de estar na
presença do Senhor, de ouvi-Lo e de adorá-Lo”.
Um ano, escreveu o Papa, “em que os corações
se abram para receber a abundância da graça, fazendo do ‘Pai Nosso’, a oração
que Jesus nos ensinou, o programa de vida de cada um de seus discípulos”.
Fisichella enfatiza: “2024 será, portanto, um ano de preparação para o Jubileu
que está prestes a começar e um ano durante o qual o aspecto espiritual do
evento do Jubileu, que vai muito além de qualquer forma necessária e urgente de
organização estrutural, deverá ser mais claramente evidenciado”.
Redescobrir o valor da oração
“Não se trata de um Ano com iniciativas
particulares”, ressalta Fisichella, “mas sim de um momento privilegiado para
redescobrir o valor da oração, a necessidade da oração cotidiana na vida
cristã; como rezar e, sobretudo, como educar para a oração hoje, na era da
cultura digital”. O pró-prefeito sublinha a importância de uma verdadeira
espiritualidade na vida dos homens e mulheres de hoje. “Há muitas pessoas”, diz
dom Rino, “que rezam todos os dias; talvez eu ousaria dizer que todo mundo
reza. Nenhuma estatística seria capaz de responder com números e porcentagens
corretas sobre esse momento tão íntimo das pessoas que vivem a pluriformidade
da oração como um momento muito pessoal”.
O Ano de Oração se insere nesse contexto e
sua celebração é confiada a cada Igreja local. O papel do Dicastério para a
Evangelização será o de apoiar o que for planejado pelas dioceses “para que a
oração da Igreja possa novamente revigorar e animar a vida de cada pessoa
batizada”, colocando à disposição de todos alguns subsídios, “instrumentos
simples que, em sua maioria, já são implementados diariamente pelas nossas
comunidades”.
As catequeses do Papa e a coleção da LEV
Entre os auxílios oferecidos, em primeiro
lugar, estão as 38 catequeses que o Papa Francisco proferiu de 6 de maio de
2020 a 16 de junho de 2021, considerando os vários momentos de oração, e também
a coleção “Notas sobre a oração”, sobre a qual dom Graham Bell falou na
coletiva de imprensa. Trata-se de uma iniciativa da LEV, a Livraria Editora do
Vaticano, que, a partir de hoje (23/01), publicará uma coleção de 8 pequenos
textos “que aprofundam as várias dimensões do ato cristão de rezar, escritos
por autores de renome internacional, e editados pelo Dicastério para a
Evangelização”.
O primeiro volume disponível nas livrarias é intitulado: “Orar hoje. Um desafio a ser superado”, foi escrito pelo cardeal Angelo Comastri e conta com o prefácio do Papa Francisco. “O livro propõe”, explica dom Bell, “referências sobre a necessidade de oração e ensinamentos para ter ‘um olhar diferente e um coração diferente’, com destaque para figuras que testemunharam a fecundidade da oração, como Santa Teresa de Lisieux, São Francisco de Assis e Madre Teresa de Calcutá”. A divulgação dos outros sete textos seguirá até abril. Em 6 de maio, o Papa Francisco tornará pública a Bula de Proclamação do Jubileu de 2025 e, a partir dessa data, especifica-se, será a Carta Apostólica do Papa que estará no centro da preparação para o Ano Santo.
Uma “Escola de Oração” com o Papa Francisco
Ao retomar a palavra, o pró-prefeito
anuncia que o próprio Papa, durante este ano, lançará uma “Escola de Oração”,
momentos de encontro com comunidades e categorias de pessoas, segundo o modelo
das sextas-feiras da Misericórdia vividas durante o Ano Santo Extraordinário de
2015/2016, “para rezar juntos e compreender algumas formas de oração: da ação
de graças à intercessão; da contemplativa à consolação; da adoração à
súplica…”. E Fisichella conclui citando novamente o Papa Francisco, que disse
estar certo de que “os bispos, sacerdotes, diáconos e catequistas encontrarão
neste Ano as formas mais adequadas para colocar a oração na base da proclamação
de esperança que o Jubileu 2025 pretende fazer ressoar em um tempo conturbado”.
Com informações e foto VaticanNews
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