Advento - Em poucas palavras ...
Tempo do Advento: parte integrante do Ciclo
do Natal, como tempo de preparação (espera pelo Senhor que vem). O Ciclo do
Natal é identicamente ao Ciclo da Páscoa, composto por um tempo de preparação,
a festa principal, uma festa na oitava, e um tempo “esticado” para se fazer
memória de outros aspectos da mesma festa.
Possui duas dimensões celebrativas:
celebramos o mistério do Senhor que veio e que virá. Nos dois primeiros
domingos: O Senhor virá; nos dois domingos seguintes: o Senhor veio. O sinal
sacramental da espera, próprio do tempo, faz alusão à segunda vinda de Jesus.
Advento tem a ver com o mundo e com a
Igreja: a proposta da Igreja que anseia pela vinda do Senhor tem ressonância no
mundo. Ela anseia pela vinda do Senhor, mas enquanto sua vinda não se faz
plenamente, celebra, louva e distribui os sacramentos, na esperança de sua
plena concretização. É como se vivêssemos as propostas do Reino (já), mas não
ainda em sua plenitude (ainda não). Por isso, este tempo em preparação ao Natal
do Senhor, suscita o desejo de que o Senhor venha. Eis o sinal sacramental
próprio do tempo: a espera.
Viver o Advento é: viver a espera da feliz
expectativa da realização do Reino de Deus entre nós, espera que é revestida de
uma esperança escatológica (escathom, do grego = fim último), em meio a
tribulações e sofrimentos, mas que se torna sinal de esperança, sinal de que a
salvação de Deus prometida desde a Primeira Aliança (AT) está inserida na
história humana.
Nossas atitudes no Tempo do Advento: termos
a cabeça erguida, estarmos despertos e acordados, a fim de que percebamos no
decorrer da história os sinais de libertação, sobretudo nos acontecimentos
históricos. Essas imagens são-nos relembradas nas leituras e na oração da
Igreja durante as celebrações deste tempo. Sob o prisma da ação ritual, essas
imagens simbólicas são traduzidas para nosso ‘hoje’, por isso duas atitudes
fundamentais se destacam: vigilância e da oração, consequências da santidade
(frutos próprios do tempo). Essas atitudes preparam o coração para a grande
vinda, a escatológica (última vinda), e nos conforta sua presença misteriosa
através da ação litúrgica (memória da primeira vinda), e através dos pequenos
gestos realizados em prol do/a outro/a (vinda intermediária de Cristo), mas que
com o auxílio de Deus, isso é possível.
Acolher o Senhor que vem: é crer na
salvação do cosmos e da pessoa humana. Somos os responsáveis por acolher a
salvação, primeiro ‘abrindo o coração’, ‘aplainando os caminhos’, ‘abaixando as
montanhas’. As leituras e a oração da Igreja deste tempo mostram isso: a
alegria do povo que se volta, que espera, que permanece fiel, na expectativa da
vinda do Messias.
Celebrar o mistério do Senhor que vem e que
veio no Tempo do Advento é: manifestar no rito e na vida um momento novo para a
humanidade nova, para o mundo novo. Se o Ciclo da Páscoa é marcado pelo
sacramento da alegria, o Tempo do Advento é um tempo em que celebramos
sacramentalmente a espera.
Advento da Igreja: de fato, a Igreja vive o
tempo todo um eterno Advento, na medida em que na liturgia eucarística
aclamamos: “Vinde, Senhor Jesus” e na oração do Senhor: “Venha a nós o vosso
Reino”.
O projeto de Deus nos personagens bíblicos:
Maria, a imagem da Igreja, é a portadora da Arca da Aliança, que traz em seu
ventre o sinal da salvação, por isso se entrega totalmente ao projeto de
salvação de Deus. Os personagens deste tempo nos ajudam a compreender como é
que Deus age em prol da humanidade a fim de salvá-la, guardando-a do mal,
mostrando a todos o verdadeiro Sol do Oriente, que ilumina todos os povos que
andam por entre as trevas, conforme canta Zacarias.
Esperamos que neste Advento possamos ser
como Igreja, povo de Deus, portadores da boa nova do Reino de Jesus. Que nossas
celebrações levem-nos a um verdadeiro compromisso da edificação de seu Reino
entre nós! A feliz expectativa do Reino seja o motivo para celebrarmos o Cristo
que vem.
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