"Se precisar, peça ajuda"
A frase que indica o título de nossa
reflexão é o lema da campanha 2023, do dia de prevenção mundial ao suicídio,
cuja data é o 10 de setembro. Esta campanha consegue ser o maior evento
antiestigma que mobiliza a opinião pública buscando evitar esta conduta
autodestrutiva que ceifa no Brasil especialmente os jovens.
São convocadas a unir-se a este momento
de sensibilização e conscientização todas as entidades da saúde pública e
particulares, e a sociedade civil como um todo, desde a academia, escolas, Igrejas,
famílias e as diversas associações e grupos de serviço. É importante ajudar
identificando os sinais que indicam possíveis desequilíbrios que levem a desistência
da vida.
É crucial compreender que com a
pandemia houve um crescimento de mais do 25% das doenças mentais e que os
quadros de depressão, angústia e ansiedade tem atingindo a muitas pessoas de
diversas idades e situações. Além disso a dependência química em suas
modalidades sociais e outras mais graves e transgressoras aumentam o risco da busca
de por fim a vida.
A crise afetiva, de relacionamentos e a
solidão urbana, o desemprego e as dívidas financeiras podem também contribuir a
esta soma de fatores. A atitude diante deste fenômeno que nos desafia e
interpela deve ser sempre uma maior compreensão, empatia e presença amiga e
solidária, dando suporte as famílias que lidam com pessoas que apresentam
sinais de alerta e sintomas de perda da vontade de viver.
Escutar narrativas, facilitar a ressignificação
dos momentos de crise, apontando sempre saídas e o valor e beleza da vida, são
procedimentos que abrem horizontes para aquelas situações sufocantes. Por isso
as Igrejas e religiões podem em muito contribuir para a leitura de sinais
ameaçadores de risco potencial e a sua transformação a partir da visão e
experiência da bondade, misericórdia e ternura divinas e os meios de aceder a
ela, vida comunitária, sacramental e espiritual, que nos comunicam a própria
graça e vida sobrenaturais.
Não vamos esquecer estes irmãos e irmãs aflitos/as e sofredores, pois o amor de Cristo nos impele a dar-lhes nossa acolhida, amparo e socorro antes que seja tarde. Deus seja louvado!
Dom Roberto Francisco Ferreria Paz - Bispo
de Campos (RJ)
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