6º Domingo do Tempo Comum
A liturgia deste
domingo nos exorta a mantermos nossa missão, nossa vocação optando livremente
pelo anúncio do projeto de Deus, de anunciar a construção de uma nova sociedade
onde a sabedoria de Deus triunfará e os marginalizados deste mundo a
conhecerão.
Evangelho de domingo (© Biblioteca Apostolica Vaticana) |
Deus nos criou
livres e depende de nós a escolha que nos fará felizes. O que dependia do
Senhor já foi feito. Ele nos criou à sua imagem e semelhança, ou seja, livres,
tendo no íntimo de nosso ser buscar o bem e evitar o mal. Somos feitos pelo
Sumo Bem, evidentemente, só poderemos estar voltados para a prática do bem.
Contudo o Senhor,
exatamente porque nos criou à sua imagem e semelhança, nos fez livres. Como diz
a leitura do Livro do Eclesiástico “Diante de ti, Ele colocou o fogo e a água;
para o que quiseres, tu podes estender a mão. Diante do homem estão a vida e a
morte, o bem e o mal; ele receberá aquilo que preferir”. Consequentemente, cada
um de nós é sujeito de sua felicidade ou desgraça, à medida que tiver feito
escolhas a favor da vida ou da morte.
Evidentemente,
tendo herdado o pecado original, sabemos também que nossa natural inclinação ao
bem foi atingida, de modo que, muitas vezes, como nos diz São Paulo, “não faço
o bem que quero, mas o mal que não quero”.
No Evangelho vemos
a proposta sobre a justiça do Reino dos Céus. Como vimos no domingo passado,
somos chamados a sinalizar a aliança de sal, a perene, que não se corrompe.
Essa aliança de Deus com cada um dos seres humanos é alimentada por todos nós
batizados, que assumimos o projeto do Senhor. Também faz parte de nossa opção
aceitarmos essa vocação dada por Jesus, de colaborarmos com Deus na construção
da nova sociedade, do Reino de Justiça.
Por fim, a
Primeira Carta aos Coríntios nos fala que a perfeição está na sabedoria, mas
não na sabedoria deste mundo, muito menos na de seus poderosos, pois ela está
voltada para a morte, para a destruição. A Sabedoria de Deus, ao contrário, seu
plano de amor em benefício dos homens, está escondida e foi destinada para
nossa glória, é o projeto de Deus, sua opção pelos simples, pelos
marginalizados.
Os poderosos não a
conheceram porque, mantendo sua opção, condenaram Jesus à morte e o
crucificaram. Contudo, “o que Deus preparou para os que o amam é algo que os
olhos jamais viram nem os ouvidos ouviram nem coração algum jamais pressentiu”
escreve São Paulo.
Concluindo, a
liturgia deste domingo nos exorta a mantermos nossa missão, nossa vocação
optando livremente pelo anúncio do projeto de Deus, de anunciar a construção de
uma nova sociedade onde a sabedoria de Deus triunfará e os marginalizados deste
mundo a conhecerão. Aliás, à medida em que optamos fazer a vontade de Deus, já
desfrutamos no próprio ato de fazer o bem, a alegria e a felicidade que
almejamos.
Padre César Augusto dos Anjos, SJ
Padre César Augusto dos Anjos, SJ
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Fonte: vaticannews.va
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